quinta-feira, 6 de junho de 2013

GOVERNO COMEMORA PRIMEIROS RESULTADOS DO PLANO ESTRATÉGICO DE FRONTEIRAS

AGÊNCIA CÂMARA DE NOTÍCIAS 11/01/2013 - 11h18

Reportagem – Wilson Silveira 
Edição – Daniella Cronemberger

O Plano Estratégico de Fronteiras foi lançado em junho de 2011 e consiste na ação integrada de diversos órgãos do governo nas fronteiras, principalmente Forças Armadas, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal e Guarda Nacional. Ao lançar o plano, a presidente Dilma Rousseff disse que se tratava de uma prioridade da sua gestão: “É a própria Presidência da República que assume um papel ativo no controle, na avaliação, no fornecimento de instrumentos para que este plano seja, de fato, um plano vitorioso e vigoroso.”
Em 18 de dezembro, o governo divulgou o balanço de um ano e cinco meses do programa, sobretudo das operações Sentinela e Ágata. A primeira é coordenada pelo Ministério da Justiça, e a segunda, pelo Ministério da Defesa.

A Operação Sentinela desarticulou 42 organizações criminosas transnacionais, prendeu 20 mil pessoas e apreendeu 310 toneladas de maconha e 40 toneladas de cocaína, que são suficientes para encher 35 caminhões. A quantidade de drogas apreendidas foi 330% maior, se comparada com período equivalente, entre janeiro de 2010 e maio de 2011.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, comemorou o resultado. “Dezesseis mil quilômetros de fronteira, entrecortados por terras indígenas, florestas, cidades, é realmente um grande desafio. Agora, esse desafio está sendo superado. Os números são muito positivos. Estamos conseguindo fazer uma fiscalização melhor das nossas fronteiras.”

A Operação Sentinela também apreendeu 2.235 armas, 7.500 veículos, R$ 10 milhões oriundos de atividade ilícita e quase 2 milhões de medicamentos falsificados ou de venda proibida no Brasil.

Defesa

O Ministério da Defesa realizou seis edições da Operação Ágata, com o seguinte resultado: 319 mil veículos vistoriados, 222 aviões inspecionados e 5.600 embarcações vistoriadas, das quais 498 foram apreendidas. Também nas operações Ágata, quatro pistas clandestinas de pouso foram destruídas e foram apreendidos 19 mil quilos de explosivos e 11 mil quilos de entorpecentes.

O ministro da Defesa, Celso Amorim, destacou a importância da cooperação dos países vizinhos. “É muito importante que os nossos vizinhos não só sejam avisados, mas sejam convidados a participar, isto é, fazendo algo parecido do lado deles, o que dificulta inclusive o trânsito de criminosos, ou pelo menos a observar, enviando oficiais para as nossas operações.”

As operações Ágata realizam também ações de assistência social. Foram feitos 18 mil atendimentos odontológicos, 29 mil atendimentos médicos e 9 mil vacinações, além de terem sido entregues 195 mil medicamentos.

Esforço permanente

Os críticos da atuação do governo nas fronteiras reconhecem os resultados positivos das operações, mas afirmam que esse esforço deveria ser permanente, pois na maior parte do tempo as fronteiras ficariam sem proteção.

O general Santos Guerra, comandante do Centro de Comunicação e Guerra Eletrônica do Exército, diz que, durante cada operação, o Exército mobiliza até 10 mil homens. Esse esforço, segundo ele, não pode ser permanente neste momento.

“O objetivo, a médio prazo, é que essa Operação Sentinela esteja presente 24 horas por dia, sete dias por semana. E que as operações tipo Ágata sejam mais frequentes, não se tornem episódicas. O governo tem investido muito dinheiro, tem feito as operações, tem obtido muito bons resultados. Precisa aumentar, mas, no momento, provocaria um esgotamento das entidades se ficasse um período maior do que tem ficado.”

Armas e drogas

Apesar do reforço no policiamento nas fronteiras, as drogas e as armas continuam chegando às cidades, supostamente em volume cada vez maior. O Brasil é hoje o segundo maior consumidor de cocaína e seus derivados no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos, segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O delegado Leonardo de Castro, da Coordenação de Repressão às Drogas da Polícia Civil do Distrito Federal, afirma que a maior parte da droga que entra na fronteira consegue chegar ao destino. “A fronteira do Brasil é muito grande, e a política de repressão na fronteira é muito fraca. Então a droga chega às capitais quase sem nenhuma abordagem. Só quando a polícia faz um trabalho investigativo é que consegue pegar essa droga, mas a gente acredita que pega pouca parte da droga que entra.”

Entre os investimentos previstos para este ano dentro do Plano Estratégico de Fronteiras, estão a compra de equipamentos de comunicação, viaturas, lanchas, coletes à prova de balas e a construção de residências funcionais para policiais federais.

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