quinta-feira, 29 de maio de 2014

DESMANTELADA QUADRILHA DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS


CORREIO DO POVO 29/05/2014 09:59


PF desmantela quadrilha de tráfico internacional de drogas. Operação Suçuarana foi deflagrada no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul



A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira a operação Suçuarana para desmantelar uma organização criminosa de tráfico internacional de drogas. Devem ser cumpridos mandados de prisão e 26 mandados de busca no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul, além do sequestro de 21 imóveis e 120 veículos, entre carros, utilitários e caminhões.

A investigação da PF durou aproximadamente um ano e desmontou um esquema de tráfico que movimentava células em diversos estados brasileiros. Neste período, houve apreensões de entorpecente, totalizando 1,1 tonelada de cocaína e 3 toneladas de maconha. Mais de 150 policiais federais estão envolvidos na ação.

A cocaína saía da Bolívia e chegava ao Paraguai de avião, em seguida era atravessada para o Brasil, via terrestre, até Ponta Porã. Lá havia um laboratório de refino, estourado em 28 de março. O entorpecente era embalado e transportado para Dourados (MS), de onde seguia em fundos falsos de caminhões para quatro estados: Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Alguns integrantes da quadrilha moravam em condomínios de luxo e possuíam carros importados. Em um dos casos, um indivíduo montou uma revenda de veículos para justificar o seu patrimônio. Os presos devem responder pelos crimes de Tráfico de Drogas com agravante pela transnacionalidade, Associação por Tráfico, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro. Se somadas, as penas máximas ultrapassam 33 anos de prisão.



A operação foi entitulada Suçuarana em referência a um dos nomes da onça-parda, mamífero com ampla distribuição geográfica e exímio predador. A relação vem com o alcance do grupo e sua agilidade em realizar operações de tráfico.


quarta-feira, 28 de maio de 2014

ARMAS ILEGAIS E O TRÁFICO ALIMENTAM A VIOLÊNCIA NO PAÍS




O ESTADO DE S.PAULO, 27 de maio de 2014 | 20h 52


Falta inteligência estruturada para os órgãos do Estado atuarem contra o crime organizado om mais eficiência

Bárbara Bretanha


SÃO PAULO - O crime organizado, especialmente o tráfico de drogas, tem uma simbiose com o mercado de armas que aumenta a violência no Brasil. O País é líder em número de homicídios por armas de fogo, de acordo com o relatório Mapa da Violência de 2013. Levantamento realizado em 2010 pela ONG Viva Rio estimava que 57% das 17,6 milhões de armas em circulação são ilegais. O crime organizado detém um arsenal de 5,2 milhões de armas, tornando evidente a relação entre a insegurança e a atuação de grupos de bandidos. "O problema do tráfico é que todo o processo é ilegal e, portanto, cercado de uma insegurança que exige que seus membros andem armados.” afirma a professora titular da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Alba Zaluar.

Alba aponta a política de combate às drogas como um dos problemas. A ilegalidade faz com que o processo, da produção à distribuição, seja acompanhado de violência. Segundo levantamento de 2013 do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), 25% da população carcerária é formada por condenados por narcotráfico. Mas muitos presos são usuários ou pequenos traficantes, facilmente substituíveis no crime. “O Brasil precisa melhorar a forma de combate, com base na inteligência. Não adianta focar nas facções criminosas que atuam só no varejo, são valores muito menores que o de figurões que nunca são investigados, mas que estão por trás do tráfico”, afirma a professora. “A impunidade é garantida pelo fato de a investigação ser muito difícil, porque tem a complacência e atuação dos próprios agentes do Estado, principalmente no Judiciário. Onde quer que haja tráfico, há polícia corrupta.”

“Damos ênfase às organizações nascidas nas cadeias, como o PCC e Comando Vermelho, mas não existe grupo criminoso no mundo que tenha existido sem vínculo com o Estado”, afirma o cientista político e ex-subsecretário de Segurança Nacional Guaracy Mingardi, “É uma tradição brasileira fingir que o problema não existe.”

Para Mingardi, o Rio de Janeiro é um bom exemplo. “O Estado fingia que o tráfico nos morros era uma coisa sem solução, como se fosse algo da natureza, e deixava o controle de grande maioria dos morros para a criminalidade.” De acordo com o cientista político, só depois que o problema foi redefinido tornou-se possível reconquistar o território ocupado pelos bandidos. “O Estado readquiriu o controle formal, mas isso não diminui a força do tráfico”, diz.

Segundo Mingardi, mesmo que o Rio de Janeiro consiga desmantelar a cúpula do Comando Vermelho, outra organização assumirá o espaço deixado. “Foi o que aconteceu na Colômbia com o Cartel de Medellín. É preciso perceber o que faz essas organizações ficarem fortes”, afirma. De acordo com o cientista político, um dos principais problemas é a falta de inteligência estruturada das forças policiais e a cooperação entre setores. “O que existe é uma série de informações desconectadas”, diz. Para Mingardi, outro problema é a ausência de forças-tarefas e um sistema de investigação contábil, para identificar o dinheiro do tráfico.

Para a pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP Camila Nunes Dias, o problema é falta de interesse político. “A polícia deve identificar quem está no centro e quem são os financiadores, sobretudo no narcotráfico”, diz. De acordo com Camila, os membros realmente influentes raramente são perseguidos, enquanto os mais pobres acabam na cadeia. Ela cita o exemplo do helicóptero da família do senador Zezé Perrella (PDT-MG) apreendido em Espírito Santo com quase meia tonelada de cocaína no fim de 2013. Apenas os pilotos e os carregadores da droga foram investigados. Em abril deste ano, acabaram soltos pela Justiça Federal e vão responder ao processo em liberdade.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É sabido que a armas de guerra e drogas pesadas passam pelas livres e abertas fronteiras do Brasil, sem controle, monitoramento constante , ações efetiva e policiamento ostensivo e permanente. A segurança nas fronteiras é executada de modo amador, superficial, pontual, improvisado e inútil para enfrentar os ardilosos contraventores e traficantes internacionais.

TRAFICANTE COM ESCRITÓRIO DENTRO DA CADEIA

JORNAL EXTRA 28/05/14 07:09

Traficante brasileiro tem escritório do crime dentro de penitenciária no Paraguai


Interior da penitenciária de Tacumbu: presos comuns vivem uma realidade diferente da de Jarvis Pavão

Guilherme Amado


O brasileiro Jarvis Ximenes Pavão (veja o perfil) tem um gabinete de 20 metros quadrados, equipado com dois computadores, impressora, televisor de tela plana e geladeira. Na porta, seguranças guardam o escritório. Ele é embaixador, mas não de um país. Sua pátria é o Narcosul. Preso na penitenciária nacional de Tacumbu, em Assunção, capital do Paraguai, Pavão pagaria US$ 300 (cerca de R$ 660) diários pela mordomia. Após entrevistas com nove fontes — três do Itamaraty e as demais da Polícia Federal brasileira, da Justiça Federal do Mato Grosso do Sul, da Secretaria Antidrogas do Paraguai (Senad) e do Ministério Público paraguaio — o EXTRA confirmou que, para a operação de Jarvis Pavão, estar preso não é uma punição. É um benefício.

Desde o último domingo, a série de reportagens “Os embaixadores do Narcosul”, cofinanciada pelo Instituto Prensa y Sociedad (Ipys), mostra como funciona o maior bloco de tráfico de drogas do mundo, no qual organizações criminosas de Bolívia, Brasil, Paraguai e Peru conseguem uma integração superior para suas operações à oficial de seus países. A corrupção é o óleo que lubrifica essa engrenagem e desemperra as amarras que as leis criam.

Tacumbu é o maior presídio do Paraguai, com 3.108 pessoas onde caberiam mil, segundo o próprio diretor da penitenciária, Artemio Vera. Quem não fatura como Pavão e não pode pagar por essas condições vive em condições degradantes.

Assista ao primeiro vídeo da série sobre o Narcosul:




Artemio Vera conversou na noite desta terça-feira com o EXTRA por telefone e negou que Pavão tenha a mordomia. De acordo com ele, o brasileiro fica separado dos demais presos por “questões de segurança”. No entanto, o EXTRA conseguiu confirmar que pelo menos uma autoridade já foi submetida a revistas de segurança pelos homens de Pavão, que do lado de fora da cela procuram armas ou outras possíveis ameaças à segurança de seu chefe em todos que entram no gabinete.

Fronteira do Brasil com o Paraguai Foto: Cléber Júnior / Extra



O EXTRA levantou casos de corrupção de agentes públicos nos quatro países em que os embaixadores do Narcosul operam. No Brasil, o envolvimento de que se tem mais notícia é o de policiais militares e civis com traficantes. A PF investiga seis casos de agentes federais em todo o país. No Judiciário e no Congresso Nacional, nunca houve a condenação de nenhum juiz ou congressista por este tipo de delito.

Segundo o último levantamento da Transparência Internacional, entidade que mapeia a percepção da corrupção em todo o mundo, a Bolívia ocupa a 106ª posição no ranking de corrupção. O Brasil está em 72ª posição, o Paraguai, na 150ª posição e o Peru, na 83ª posição. A percepção da corrupção por sistemas judiciários na Bolívia, ficou em 76% dos entrevistados. No Brasil, foi de 50%. No Paraguai, 79%. No Peru, 85%.

A procuradora nacional antidrogas do Peru, Sonia Medina, conduz hoje uma investigação que apura o envolvimento de parlamentares com o narcotráfico. Há dez anos no cargo, já acusou e conseguiu a condenação de dez juízes por terem sido corrompidos por traficantes.

Marco Alcaraz, procurador da unidade especializada de luta contra o narcotráfico Foto: Cléber Júnior / Extra

Apesar das denúncias de benefícios na cadeia a Pavão, Marco Alcaraz, procurador da unidade especializada de luta contra o narcotráfico, afirma que o combate à corrupção de agentes públicos no Paraguai é permanente:

— A corrupção envergonha. A Senad paraguaia, envolvida diretamente com o problema, trabalha muito para tentar evitar que agentes sejam corrompidos pelos traficantes. No Ministério Público, em que temos o dever de acompanhar todas as ações da Senad, ou seja, travamos um contato direto com os traficantes, todos os fiscais (procuradores) sérios têm o dever de se posicionar frente ao narcotráfico com firmeza, para não deixar margem a dúvidas.

Mesmo com esse cuidado, explica Alcaraz, já houve casos de corrupção identificados e punidos. Um deles, envolvendo o nome do traficante brasileiro Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar:

— Em 2005, o fiscal Carlos Calcenas foi condenado a seis anos de prisão por ter roubado US$ 200 mil (R$ 440 mil, em valores atuais) que foram apreendidos com um comparsa do brasileiro Fernandinho Beira-Mar.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

QUATRO TONELADAS DE MACONHA NA FRONTEIRA DO MS

CORREIO DO POVO 15/05/2014 12:19

Apreendidas quatro toneladas de maconha na fronteira com MS. Droga estava camuflada em carga de madeira de caminhão




Droga estava camuflada em carga de madeira de caminhão
Crédito: Divulgação / DOF / CP


Foram apreendidas quatro toneladas de maconha pelo Departamento de Operações de Fronteira (DOF) nessa quarta-feira. A operação ocorreu na MS 295 em Eldorado, Mato Grosso do Sul.

De acordo com o DOF, a apreensão ocorreu durante a fiscalização de um caminhão Mercedes Benz, com placas da cidade de Iporã, no Paraná. Foram achados no veículo 161 fardos contendo maconha camuflada sob a carga original, que deveria ser somente de madeira. Questionado a respeito da droga, o motorista informou que foi contratado para levar a carga de Paranhos, no Mato Grosso do Sul, até a cidade de Araçatuba, em São Paulo.

Diante dos fatos, o condutor foi preso e encaminhado juntamente com a droga e o caminhão apreendido à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (DEFRON), na cidade de Dourados, para as providências pertinentes a Polícia Judiciária.

domingo, 11 de maio de 2014

ÁGATA OITO


ZERO HORA 11/05/2014 | 18h11


por Juliana Bublitz

Operação combate crimes fronteiriços de olho na Copa. No Rio Grande do Sul, estão envolvidos em torno de 5,7 mil militares, do Exército, da Marinha e da Aeronáutica


Teve início no sábado, em todo o Brasil, a oitava edição da Operação Ágata, promovida pelas Forças Armadas em parceria com uma série de órgãos governamentais — entre eles as polícias federal e militar, a Receita Federal e o Ibama. O foco da ofensiva, que se estenderá até o fim do mês, é o controle das fronteiras, de olho na segurança da Copa do Mundo.

Entre os crimes combatidos, estão o narcotráfico, o contrabando e descaminho e o tráfico de armas e munições. Também são promovidas ações sociais, em parceria com órgãos de saúde, que incluem atendimento médico, odontológico e hospitalar em áreas carentes.

Ao todo, a operação conta com 30 mil militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica em 122 cidades fronteiriças. Trata-se da maior mobilização realizada pelo Estado no combate a crimes de Norte a Sul do país.

Só no Rio Grande do Sul, segundo o chefe do Centro de Operações do Comando Militar do Sul, coronel Newton Cléo Bochi, estão envolvidos em torno de 5,7 mil militares. Nas primeiras 24 horas de atividade foram apreendidas cinco motos e duas armas (uma pistola e um revólver) com documentação irregular. Além disso, duas embarcações em situação ilegal foram notificadas.

A expectativa, conforme Bochi, é repetir os números da Operação Ágata Sete, realizada durante a Copa das Confederações, no ano passado _ ou superá-los. Na época, foram recolhidos 2,9 toneladas de maconha, 5,4 quilos de cocaína e 121 veículos irregulares, entre outros itens.

— Queremos que a Copa transcorra bem e que cidades como Porto Alegre sejam atrativas para os estrangeiros. Esse trabalho nas fronteiras vai contribuir para isso, porque dificultará a entrada de objetos ilícitos, como armas e explosivos, e reduzirá a criminalidade — afirma Bochi.



Voce sabia?

A fronteira tem 16.886 quilômetros de extensão, sendo 7.363 quilômetros de linha seca e 9.523 quilômetros de rio, lagos e canais.

São 23.415 quilômetros de rodovias federais.

Os estados de fronteira são: Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Os países vizinhos são: Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Peru, Paraguai, Argentina e Uruguai.

Fonte: Ministério da Defesa

sexta-feira, 9 de maio de 2014

PROMOTOR SE QUEIXOU À PRESIDENTE SOBRE T'RÁFICO NA FRONTEIRA DO RS

DIÁRIO GAÚCHO 08/05/2014 | 17h03

Promotor se queixou à Presidente Dilma sobre tráfico na fronteira do RS. Uruguaiana é o maior Porto Seco da América Latina



Ele reclama da falta de agentes na Ponte Internacional Uruguaiana
Foto: Rodrigo de Oliveira Vieira / Ministério Público de Uruguaiana


Humberto Trezzi



Excelentíssima Senhora Presidente da República... assim começa uma carta de desabafo sobre a fragilidade da segurança na fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Escrita por um promotor de Justiça de Uruguaiana, ela foi direcionada, sem escalas, à Presidenta Dilma Rousseff.

O promotor Rodrigo de Oliveira Vieira tomou a iniciativa por acreditar que só quem manda na União pode dar um jeito na complicada situação estratégica dos fronteiriços. Na carta, ele ressalta que Uruguaiana é o maior Porto Seco da América Latina, terceiro maior do mundo e que abriga de 700 a mil caminhões por dia. Além disso, faz fronteira com a Argentina e está a poucos quilômetros do Uruguai e algumas centenas do Paraguai. Vieira não economiza em alertas.

– Na cabeceira brasileira da Ponte Internacional Getúlio Vargas/Agustín Justo, o Estado brasileiro não se faz presente, sem qualquer agente público. A denominada "aduana integrada" funciona em território argentino. E nem lá há efetiva fiscalização e controle sobre a entrada de pessoas e automóveis em solo brasileiro, até porque nossos agentes sequer podem portar arma. Apenas observam a migração. O resultado, fácil de constatar, é que nossa fronteira fica absolutamente porosa e suscetível ao ingresso de drogas, armas de fogo e outros objetos de posse ilícita – acusa o promotor.

Vieira afirma, sem rodeios, que a maior parte das drogas ilícitas e armas apreendidas na região têm procedência estrangeira e ingressam no Brasil neste ponto fronteiriço, "em face da absoluta inexistência de controle nesta região da fronteira".

O objetivo do promotor é que a fiscalização deixe de ser num só ponto e volte a ser feita, com rigor, no lado brasileiro. Ele recebeu de delegados federais a promessa de incremento na fiscalização interna no Brasil. Até agora, a aduana continua apenas no lado argentino.

Como aumentou o trabalho nos três lados da fronteira, os policiais tratam de se entrosar com os castelhanos. Delegados da PF têm se reunido com colegas argentinos e uruguaios. A maior preocupação é que, após a liberação do plantio, apareça maconha vinda do Uruguai para o Rio Grande do Sul – algo que ainda não ocorreu em escala significativa.

*Zero Hora