quinta-feira, 28 de abril de 2011

ARMA ILEGAL CRUZA FRONTEIRA VIA MOTOBOY

O entregador não foi abordado na ponte da Amizade.


Arma ilegal cruza fronteira brasileira via serviços de motoboys - GRACILIANO ROCHA, DE SÃO PAULO, FOLHA DA TARDE, 28/04/2011

Folha comprou revólver e munição no Paraguai e motoqueiro entregou no Brasil Entregador não foi abordado na ponte da Amizade; quase metade das armas que circulam no país é ilegal

Na fronteira considerada a mais vigiada do Brasil, armas ilegais entram facilmente por meio de um esquema que se utiliza de motoboys.

A reportagem da Folha comprou anteontem um revólver calibre 38 no lado paraguaio da fronteira que liga Ciudad del Este a Foz do Iguaçu, no Paraná.

Nos fundos da loja Caza y Pesca, em Ciudad del Este, a Folha comprou um revólver calibre 38 e munição. Imediatamente, o vendedor acionou o entregador -que, na frente do repórter, escondeu a carga em um compartimento no assento da moto.

Foram R$ 700 pela arma, R$ 110 por uma caixa com 50 balas. E R$ 130 pelo serviço de "delivery" do motoboy - sendo que R$ 10 são para mais outro mototaxista levar o comprador até o local da entrega, já do lado brasileiro.

Pelas leis do Paraguai, a compra de armas ou munição é restrita a cidadãos paraguaios ou estrangeiros residentes no país que tenham certificados de bons antecedentes emitidos pela polícia e pela Justiça.

ILEGALIDADE

Quase metade das 16 milhões de armas que circulam no país hoje são ilegais -7,6 milhões, segundo dados do Sistema Nacional de Armas da Polícia Federal. Muitas delas, mesmo fabricadas no Brasil, acabam enviadas para o exterior e retornam, de maneira ilegal, via fronteira.

No último dia 18, a Folha revelou que, enquanto o país retoma o debate sobre o desarmamento, o corte no orçamento da PF para este ano afetou a fiscalização nas fronteiras e as ações contra o narcotráfico e o contrabando de armas.

A chamada Tríplice Fronteira (Foz, Ciudad del Este e a argentina Puerto Iguazu) é uma importante base do crime organizado na América do Sul. A região é um dos principais entrepostos das armas contrabandeadas que ingressam no Brasil.

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) vai hoje a Foz para lançar o Gabinete de Gestão Integrada para a segurança na fronteira.

FRAGILIDADE

A fragilidade da fiscalização na ponte da Amizade facilita o esquema "delivery". No dia da compra da arma, no lado brasileiro havia dois agentes da Polícia Federal e outros quatro da Força Nacional de Segurança para verificar veículos e documentos de quem ingressa no país. Não houve abordagem.

A travessia dos cerca de 800 metros da ponte ocorreu em menos de um minuto. A entrega da arma foi concretizada no acesso ao estacionamento de um hotel.

Eram 17h. No mesmo dia, o repórter entregou a arma e a munição na sede da PF em Foz do Iguaçu. Teve de prestar esclarecimentos e assinou um termo de declarações e um auto de apreensão.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Sem uma organização específica para exercer o policiamento permanente nas fronteiras, as brechas e o tráfico vão continuar sem obstáculos. Enquanto persistirem no erro de sobrecarregar a Polícia Federal e esperar pela atuação policial das Forças Armadas, as fronteiras brasileiras continuarão abertas ao crime.

ARMAS DE DESTRUIÇÃO EM MASSA

Armas e drogas continuam entrando em grande quantidade pelas fronteiras do Brasil. A cocaína transformada em crack e no oxi, um novo produto, torna-se, na verdade, mais destrutiva que armas de fogo. São centenas de milhares de vítimas, ou milhões, se pensarmos nas famílias afetadas. Uma catástrofe humanitária pior do que muitas guerras. O Estado brasileiro está despreparado para enfrentar essa ameaça e socorrer suas vítimas. Não faz o que deveria fazer: combater duramente a entrada das drogas no Brasil, enfrentar o tráfico, promover campanhas educacionais e recuperar os dependentes químicos.

Um médico amigo me explicou o que torna o crack mais perigoso do que a cocaína. Uma pedra é barata, cerca de R$ 5. Assim, é fácil começar a usá-la. Mas muito difícil parar. Inalada como fumaça, ela é absorvida por milhares de alvéolos nos pulmões e entra na corrente sanguínea numa quantidade e numa velocidade muito maiores do que a droga cheirada ou injetada. O prazer devastador que proporciona é imediato e dura pouco. Em menos de 30 minutos o usuário precisa de outra dose, e mais outra... Torna-se incapaz de qualquer atividade desligada do consumo da droga. Perde emprego, renda, bens, laços familiares, freios morais, numa espiral que muitas vezes só acaba na sua morte.

O oxi é outro derivado da cocaína, parecido com o crack na apresentação e na forma de consumo, mas ainda mais barato e mais letal. Reportagens do jornal O Globo mostraram seus efeitos devastadores sobre os usuários pelas ruas de Rio Branco, capital do Acre: perda de sono e apetite, tremores e agitação constantes, violência, crises de vômito e diarreia, emagrecimento, perda de dentes, lesões nos rins, nos pulmões e no fígado. As vítimas são jovens na maioria, até crianças. Morre-se em menos de dois anos.

Os profissionais de saúde que atendem os usuários de drogas trabalham em condições precárias. A recuperação, penosa em qualquer circunstância, fica ainda mais difícil no quadro de deficiências de gestão da saúde pública brasileira. O Sistema Único de Saúde (SUS) tem cerca de 250 Centros de Atenção Psicossocial voltados para dependentes de álcool e drogas. São poucos e sem estrutura adequada para as necessidades específicas dos usuários de crack e oxi. Eles poderiam ser mais bem atendidos em pequenas clínicas terapêuticas e unidades de desintoxicação. Mas estas, na concepção dominante no Ministério da Saúde, padecem de um defeito: não são estatais. Nem sequer iniciativas inovadoras dos governos do Rio Grande do Sul e de São Paulo, por exemplo, tiveram apoio do SUS.

Travado pela ideologia e incapaz de usar melhor os recursos insuficientes que destinou à saúde, o governo Lula apelou para a pirotecnia. Depois de anos ignorando o agravamento do problema, lançou dois planos contra o crack, em 2009 e 2010, às vésperas da eleição e no estilo de sempre: colagens de ações desarticuladas, sem instrumentos novos nem recursos adicionais, pouco ou nada implantado efetivamente.

O atendimento da rede pública de saúde é precário e tende a piorar com a disseminação do oxi. A nova droga chegou primeiro ao Acre, próximo dos maiores produtores de cocaína - Bolívia, Peru e Colômbia -, mas, a exemplo do crack, está se espalhando rapidamente pelo Brasil.

As fronteiras brasileiras são das mais desguarnecidas do mundo. Para cuidar dos 15,7 mil km das fronteiras terrestres - 8 mil somente com aqueles três países - temos apenas 1.600 homens do Exército. Ações efetivas de controle diminuiriam a escala e os lucros do narcotráfico, ao aumentar o custo final da droga e, assim, conter a difusão do seu uso. Mas as notícias dessa área não são melhores que as da saúde.

O novo governo prometeu intensificar a repressão ao contrabando de armas e drogas, mas, em vez disso, cortou o orçamento da Polícia Federal, diminuindo sua presença nas fronteiras. Enquanto faltam efetivos e até combustível para as viaturas da polícia em terra, o projeto do avião não tripulado de monitoramento, que rendeu manchetes em 2010, também foi atingido pelo corte orçamentário em 2011.

A redução do contrabando de armas e drogas exige ações efetivas dos dois lados das fronteiras. Porta-vozes do governo e do PT reagiram duramente à cobrança de gestões diplomáticas enérgicas nesse sentido, como se fosse preconceito contra a Bolívia, cujo plantio de coca cresceu 112% na década passada. Imaginaram, talvez, que se estivesse criticando subliminarmente o presidente Lula, que, junto com Evo Morales, posou para fotos com um colar de folhas de coca. Mas o fato é que o governo brasileiro se deixou levar pelas alianças externas do PT e não usou seu poder de pressão diplomática para inibir o tráfico vindo de países vizinhos, apesar dos presentes vultosos aos seus governos: à Bolívia, de onde vem perto de 60% do contrabando de cocaína, financiamentos do BNDES e um pedaço do patrimônio da Petrobrás, além de preços mais altos do gás; ao Paraguai, principal foco de contrabando de armas, US$ 3 bilhões por conta de Itaipu. Não devia ter havido uma troca? "O Brasil ajuda vocês e vocês se ajudam e ao povo brasileiro, combatendo o crime dentro de seus países".

No começo deste ano, o Itamaraty assinou um acordo de cooperação com a Bolívia para o combate ao contrabando de cocaína, começando a reconhecer o problema. Ações efetivas? O ministro da Justiça anunciou que compartilhará com os bolivianos as informações obtidas pelo avião não tripulado, por enquanto uma fantasia!

Em suma, faltam ações maiúsculas na diplomacia, na segurança pública e na saúde. Falta uma Guarda Nacional ou pelo menos um ramo fardado da Política Federal para se ocupar de fronteiras, focalizado no combate ao contrabando de armas e de drogas. Enquanto o governo brasileiro continuar oscilando entre a inércia e a pirotecnia, o custo para o País será exorbitante em matéria de vidas de muitos e de insegurança para todos.

JOSÉ SERRA, EX-PREFEITO E EX-GOVERNADOR DE SÃO PAULO - O Estado de S.Paulo, 28/04/2011


MINISTRO DA JUSTIÇA PROMETE PLANO DE DEFESA

FRONTEIRAS. Ministro promete plano de defesa - Zero Hora, 28/04/2011

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, declarou ontem que o governo pretende criar um novo plano de defesa de fronteiras. Essa e outras medidas foram anunciadas ontem, em audiência pública na Câmara dos Deputados.

Ele afirmou que atualmente há dois programas de policiamento das fronteiras: o Sentinela, cuja vigília ocorre com o auxílio de satélites, e o Policiamento Especializado de Fronteiras (Pefron). Segundo o ministro, a ideia inicial é unificar os dois programas em um só e aperfeiçoá-lo.

Cardozo declarou que os ministérios da Justiça e da Defesa deverão atuar juntos e de forma mais intensa na fronteira do país. O ministro, no entanto, não deu mais detalhes e informou apenas que as duas pastas discutem a questão.

Ele afirmou ainda que não houve redução da atuação da Polícia Federal nas fronteiras, e adiantou que vem negociando mais recursos com o Ministério do Planejamento.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Contra quem o Ministro pensa em fazer uma guerra para criar um "plano de defesa"?

O Brasil não precisa de defesa do país, mas de controle, fiscalização, monitoramento e policiamento permanente nas linhas de fronteiras contra o tráfico de drogas, armas, pessoas, animais e valores para a preservação da ordem pública e incolumidade das pessoas. Já se demonstrou ineficaz, inoperante, superficial e imediatista o modelo atual sustentado pelo projeto chamado "PEFRON" (um colcha semelhante à Força nacional de Segurança), por ações inopinadas da sacrificada Polícia Federal ou nas táticas militares empregadas pelas valorosas Forças Armadas.

É preciso sair do amadorismo e investir na profissionalização de uma Polícia Nacional de Fronteiras devidamente equipada, capacitada e fortalecida pelo adestramento e motivação de seus agentes, pelo apoio investigativo da Polícia federal e pela logística das Forças Armadas, com amparo em leis fortes e justiça próxima e coativa.

Por favor, Sr. Ministro. Vamos colocar esta energia a favor do profissionalismo, onde o espírito visionário consegue focar a realidade e idealizar projetos aplicáveis e sustentáveis por muitos anos.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

RS É O CAMPEÃO DE ARMAS CONTRABANDEADAS

REPORTAGEM ESPECIAL. Estado é o campeão de armas contrabandeadas - ZERO HORA 14/03/2011

O Rio Grande do Sul se diferencia dos demais Estados brasileiros em quatro pontos nas estatísticas de desarmamento. É aquele com maior número de pistolas apreendidas (20,4% do total de apreensões) e também o de maior número de armas de uso restrito encontradas com marginais (3,9%).

Os gaúchos são também os campeões nacionais em armamento registrado legalmente na PF, com 343.927 armas de um total de 1,8 milhão cadastradas e permitidas pelos policiais federais. Há indícios de que continuam sendo também os líderes em armas clandestinas, mas não há estatística que comprove a suspeita. Não é surpresa que, no referendo de 2005, a votação contra a proibição da venda tenha sido superior à média nacional (veja ao lado).

Os rio-grandenses ainda são líderes em armas estrangeiras apreendidas, comparando-se com o total recolhido. Elas representam 18,8% do total de pistolas, revólveres, espingardas e rifles encontrados com marginais ou vigilantes clandestinos no Estado. A média de apreensões no Brasil é de 7% de armas importadas.

Para o coordenador da ONG Viva Rio, sociólogo Antônio Rangel, questões históricas explicam esse diferencial – a começar pela tradição em defender o Brasil contra estrangeiros.

– Além disso, é um Estado com mais de mil quilômetros de fronteira com países do Prata, onde as legislações sobre armas são menos restritivas. Lógico que o contrabando aí é maior – avalia o especialista.

O delegado Ildo Gasparetto, superintendente regional da Polícia Federal, ressalta que munição de calibres proibidos no Brasil (como o nove milímetros) é vendida em lojas nos países vizinhos. Ele crê que acordos acabarão por padronizar as leis, restringindo os tipos de armas.

– Os vizinhos ainda não sofrem com a criminalidade como nós. Talvez isso explique a venda de armas mais liberal naqueles países – diz.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

CORTES AMEAÇAM TRABALHO DA POLÍCIA FEDERAL


REFLEXOS DO AJUSTE. Cortes de gastos ameaçam trabalho da PF na Fronteira. A contenção de despesas anunciada pelo governo federal pode levar ao fechamento de postos - ADRIANA IRION - Colaborou Leila Endruweit, zero hora 08/04/2011

A tesourada que o governo federal determinou em despesas com diárias, passagens e locomoção, há cerca de um mês, está tendo reflexos nas atividades da Polícia Federal (PF). Por conta da contenção de gastos, postos de fronteira da PF no Estado estão sob ameaça de fechamento. Além disso, as regras do decreto governamental estariam interferindo numa das principais características do trabalho dos federais: o sigilo.

O corte tirou R$ 1,5 bilhão do orçamento de 4,2 bilhões previsto para o Ministério da Justiça, pasta à qual a PF está subordinada. Logo que a medida foi anunciada, postos da PF na fronteira chegaram a ser fechados, pois o deslocamento de agentes lotados em outras cidades para o trabalho dependia de autorização de Brasília. Contornado o problema imediato, agora o foco é mesmo falta de dinheiro.

Em reunião ontem com líderes regionais, em Porto Alegre, o superintendente da PF, Ildo Gasparetto, afirmou que por enquanto haverá uma redução de pessoal na Fronteira e que as operações estarão mantidas até o final de abril.

– Vamos manter apenas um agente e, os demais, de prontidão, caso seja necessário. Hoje, teremos reunião com representantes do Pronasci e vamos negociar recursos.

A possibilidade de fechamento dos postos de Porto Mauá e Porto Xavier, municípios que fazem divisa com a Argentina, preocupa as autoridades locais. Atualmente, cada posto conta com dois agentes, que se deslocam de Santo Ângelo para as duas cidades, recebendo diárias pelo serviço.

No ano passado, a mesma situação foi vivida pelos dois municípios. Em julho, após muita negociação, o governo federal prometeu manter as operações pelo menos até o final do ano. Agora, os municípios buscam uma solução definitiva.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento, Turismo e Mercosul de Porto Xavier, Lino Pauli, o fechamento do posto prejudicaria os intercâmbios escolares entre Brasil e Argentina. Além disso, o comércio local e o turismo seriam afetados, já que muitos argentinos atravessam a fronteira para ir à praia no verão e visitar as Missões.

O prefeito de Porto Mauá, Guerino Pedro Pisoni (PTB), teme ainda pela segurança:

– Sem os postos, a população ficaria prejudicada, pois as fronteiras ficariam vulneráveis.

Se os postos fecharem, todos aqueles que pretendem entrar ou sair do país por essas duas fronteiras terão que se dirigir até a Polícia Federal de Santo Ângelo para regularizar sua situação.

terça-feira, 5 de abril de 2011

O QUE É O PEFRON - POLICIAMENTO ESPECIALIZADO DE FRONTEIRAS


O QUE É O PEFRON? - Portal Saiba das Coisas - 01/05/2010

O projeto Policiamento Especializado de Fronteiras (Pefron) foi aperfeiçoado baseado nas atividades já desenvolvidas pelo Gefron em Mato Grosso, em alguns itens que levarão ao incremento no potencial de impacto das ações executadas pelo policiamento de fronteira.

Entre elas estão a articulação com as ações das polícias do governo federal (PF e PRF), capacitação concentrada e padronizada por meio da Força Nacional, bases móveis de trabalho com suporte de equipe de perícia com possibilidade de exames diretamente nos locais de intervenção, suporte da Polícia Judiciária Civil nas ações de ofício, suporte aéreo e fluvial para as ações itinerantes do Pefron, uso de tecnologia não-letais, novas alternativas tecnológicas para integração das comunicações, entre outras ações.
O objetivo do projeto é criar grupos policiais em 11 estados da federação para atuar de forma preventiva e repressiva nas regiões de fronteira e divisas, dentro de suas atribuições, no controle aos crimes típicos da região, por meio de ações preventivas e itinerantes.

Tais atividades serão integradas aos órgãos federais, propiciando a resolução de casos em curto espaço de tempo e com resultados satisfatórios.

As unidades do Pefron serão compostas por policiais militares e civis, dentro das atribuições constitucionais de cada órgão, subordinadas às Secretarias de Segurança Pública de cada um dos 11 estados contemplados pelo projeto, podendo admitir bombeiros militares e peritos criminais.

As unidades serão compostas por, no mínimo, 46 integrantes, que serão selecionados e capacitados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) para trabalhar respeitando o revezamento em três turnos de serviço durante o mês.

Ao todo, serão 828 policiais operando nas 18 unidades fixas que deverão ser construídas no primeiro ano do projeto nos 11 estados. Pelo menos 10,9 milhões de pessoas serão atendidas pelo projeto Pronasci Fronteiras, que deve ser implantado nos 11 Estados Fronteiriços do Brasil.

SENASP LANÇA PROJETO DE POLICIAMENTO ESPECIALIZADO NA FRONTEIRA - 30/10/2009

A cada ano cerca de 400 mil veículos são roubados ou furtados e quase 33 mil pessoas desaparecem no Brasil. A informação é do Ministério da Justiça.

De acordo com o ministério, boa parte dos veículos e das pessoas é levada para fora do país, passando pelas mesmas fronteiras por onde ingressam traficantes com armas de fogo e drogas. Crimes ambientais, de pistolagem, evasão de divisas e turismo sexual também costumam ocorrer com muita frequência próximo às zonas fronteiriças.

Para auxiliar os estados e municípios fronteiriços na prevenção e repressão de tais crimes, o Ministério da Justiça apresentou hoje (29) o Projeto de Policiamento Especializado na Fronteira (Pefron) aos secretários de Segurança Pública de 11 estados: Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Paraná e Santa Catarina.

Segundo o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, o objetivo da iniciativa será impedir a entrada ilegal de armas e drogas no país, embora caiba aos estados definir suas prioridades de acordo com o tipo de crime mais comum em seu território.

A grande novidade é a congregação de todas as forças de segurança envolvidas na questão da fronteira, como as polícias Federal, Rodoviária Federal e as polícias militares e civis estaduais, as guardas municipais e outros órgãos das prefeituras", disse Balestreri.

Cada estado que assinar o convênio de cooperação com o ministério disponibilizará o mínimo de 46 policiais para que sejam capacitados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e integrados aos núcleos diretivos do Pefron nas unidades federativas. Além de bases fixas instaladas em localidades escolhidas pelos governos estaduais, os núcleos contarão com bases móveis, podendo se deslocar para outras regiões. Cada estado poderá criar mais de um núcleo, conforme a necessidade, e também aumentar o efetivo inicial (46 policiais).

Balestreri informou que, além dos quase R$ 70 milhões que o ministério destinará ao Pefron no primeiro ano, o policiamento das fronteiras se beneficiará dos investimentos que já vinham sendo feitos, como a estruturação de uma política nacional de aviação em segurança pública, setor no qual foram gastos cerca de R$ 160 milhões no último ano e meio.



COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Até quando os governantes brasileiros continuarão encontrando projetos mirabolantes e amadores para aplicar na preservação da ordem pública? Insistindo no sucateamento das polícias estaduais, na discriminação salarial dos agentes policiais e nas ações pontuais, os governantes criam organizações fantasmas para atuarem sem compromisso organizacional em questões relevantes como o patrulhamento das fronteiras brasileiras. O projeto em questão já se mostra inoperante desde que foi iniciado, pois não atende a função, as demandas ou às características necessárias para uma verdadeira e eficaz polícia de fronteira.

O Brasil precisa de uma organização específica para a função de policiamento ostensivo nas fronteiras, com agentes compromissados, motivados e dedicados exclusivamente à tarefa de coibir de forma permanente o contrabando, o descaminho e o tráfico de armas, munições, drogas, animais, pessoas e valores que hoje passam livremente pelas fronteiras.

PEFRON - POLICIAIS CIVIS NO POLICIAMENTO DE FRONTEIRAS


Policiais civis participam do projeto PEFRON - SENASP - Polícia Civil do Paraná, 27/08/2010

Policiais Civis do Paraná participaram do Curso de Nivelamento de Conhecimento em Policiamento Especializado de Fronteiras (PEFRON), que aconteceu na sede do Instituto de Ensino de Segurança do Estado do Pará – IESP, sendo um programa da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP).

O Curso é promovido pelo Departamento da Força Nacional de Segurança Pública e é ministrado no município de Marituba, no Pará, tendo como conteúdo programático um período de 200 horas/aulas, abrangendo as matérias de Direitos Humanos, Instrução de Tática Individual, Legislação, Técnicas de Imobilização e Condução, Primeiros Socorros, Uso Progressivo da Força, Tecnologia de Baixa Letalidade, Armamento, Tiro Tático, Abordagem, Explosivos, Policiamento Embarcado, Operações Aquáticas, Orientação, Patrulha, Operações Aéreas, Crimes Ambientais, Narcóticos, Tráfico de Armas, Policiamento Ambiental, Biopirataria, Investigação/Inteligência, Política de Fronteiras, Estágio Operacional e Exercícios Simulados.

O Policiamento Especializado de Fronteiras (Pefron) é um projeto da Secretaria Nacional de Segurança Pública, em parceria com os Governos Estaduais e vai contemplar 11 estados da federação. Foi crido para atuar nas regiões de fronteira e divisas, atuando no controle aos crimes típicos da região, por meio de ações preventivas, repressivas e itinerantes.

As unidades do Pefron serão compostas por policiais civis, policiais militares, bombeiros e peritos criminais, os quais irão trabalhar dentro das atribuições constitucionais de cada órgão, subordinadas às Secretarias de Segurança Pública de cada um dos Estados contemplados pelo projeto, num revezamento em três turnos de serviço durante o mês.

Os Policiais Civis do Estado do Paraná convocados e que concluíram com êxito o Curso do PEFRON foram o Delegado de Polícia RENATO COELHO DE JESUS, DENARC/ Foz do Iguaçu, Investigador SEBASTIÃO AFONSO FERREIRA (NINJA) - GDE/ Foz do Iguaçu, Investigador CARLOS ALBERTO AZEVEDO GOMES, 6ª SDP Foz do Iguaçu, Investigador JOSEMAR MELCHIOR, Toledo, Investigador MAYCON ROBERTO DELANTONIA, 15ª SDP – Cascavel, Investigador TITO LEMOS ROUSSENQ, DENARC/ Foz do Iguaçu, Investigador PAULO SERGIO MOTA, 15ª SDP – Cascavel e o Investigador VANDERLEI LUIZ MALINONOSWKI, 15ª SDP – Cascavel.

O Curso é intensivo, aulas durante o dia e parte das noites, uma padronização de procedimentos e técnicas com a participação de policiais de vários estados do Brasil. Muitos ficaram pelo caminho, o calor insuportável, avaliações que exigem muito dos alunos. - “Estou muito feliz por ter feito parte da equipe da Polícia Civil do Estado do Paraná presente no PEFRON”, enfatizou Afonso Ninja.