quinta-feira, 17 de outubro de 2013

CONEXÃO PARAGUAIA





zero hora 17 de outubro de 2013 | N° 17586

ANDRÉ FIEDLER E CARLOS WAGNER

Traficante abastecia a Região Metropolitana


Condenada a 14 anos e cinco meses por tráfico e associação ao tráfico e com prisão decretada para cumprimento da pena desde janeiro, uma criminosa procurada pela Interpol (a polícia internacional) continuava atuando no atacado da venda de maconha para a Serra e a Região Metropolitana.

A afirmação sobre a catarinense Sonia Regina Gomes, 36 anos, presa terça-feira pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em São Marcos, é do chefe da delegacia da Polícia Federal (PF) na Serra, Noerci da Silva Melo.

Um dos alvos prioritários da Operação Santa Fé, desenvolvida em 2012 pela Polícia Federal, Brigada Militar (BM) e pelo Ministério Público Estadual (MPE), Sonia chegou a ser presa em flagrante enquanto comandava um comboio com quatro carros na fronteira do Brasil com o Paraguai. A prisão ocorreu em Foz do Iguaçu, cidade do oeste paranaense que faz fronteira com Ciudad del Este. Foram apreendidos 2,3 toneladas de maconha.

– Na saída de Foz do Iguaçu, nós apreendemos a droga e os quadrilheiros, mas ela escapou – conta o delegado Noerci Silva Melo, da PF de Caxias do Sul, na Serra.


Catarinense era chefe de quadrilha na serra gaúcha

Sonia é considerada atacadista (pessoa que leva grande quantidade de droga) e operava no eixo do tráfico formado por Ciudad del Este, Caxias do Sul, Novo Hamburgo e Porto Alegre. O delegado a descreve como sendo uma traficante experiente e muito esperta. Em novembro, na Operação Santa Fé, agentes cumpriram 15 mandados, capturaram 13 pessoas e apreenderam um total de 4,7 toneladas de maconha, além de veículos. Sonia não foi localizada e passou a figurar na lista da Interpol.

– Ela ia para Foz do Iguaçu quando tinha uma grande negociação ou precisava gerenciar alguma operação. Não temos nenhum outro (comparsa) identificado. Vínhamos buscando informações e vamos continuar vendo outras pessoas – afirma Noerci.

Conforme o delegado, o esquema gerenciado por Sonia existia há cerca de cinco anos, tempo em que ela também atuava na cidade serrana, onde morou e tem parentes, no bairro também chamado de Santa Fé, na Zona Norte caxiense.











Capturada em uma blitz de rotina


A caçada à traficante internacional teve fim em uma singela blitz de rotina na BR-116, em São Marcos. Eram cerca de 17h15min de terça-feira quando dois agentes da PRF pararam um Astra, com placas de Arroio do Tigre, no km 216, próximo à antiga praça de pedágio. Sonia Regina Gomes, era caroneira do carro, conduzido por um homem de 40 anos.

Ao parar o veículo, agentes solicitaram os documentos do homem e constataram que ele tinha diversos antecedentes criminais. O carro tinha licenciamento vencido. Os policiais pediram a carteira de identidade e a de habilitação da mulher, procedimento comum para identificar todos os ocupantes dos veículos abordados pela PRF. Ela entregou os documentos em nome de Rejane Salete de Souza. Enquanto conferiam, os policiais perceberam que a textura e a cor dos papéis eram diferentes. Na bolsa, ela carregava R$ 3.839.

A foragida tinha três mandados de prisão contra ela, todos por envolvimento com tráfico de drogas, um deles com vencimento em fevereiro de 2033. O advogado Luís Fernando Possamai, que assumiu a defesa da presa, disse que Sonia pediu para que ele conferisse a situação dela com a Justiça.

– A ideia, em princípio, é atuar nesse processo de falsificação de documentos. Hoje (ontem) não adianta pedir liberdade, porque ela já tem uma condenação que tem de cumprir – explicou.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

DEBATENDO CONTRABANDO E TRÁFICO NAS FRONTEIRA

PORTAL NOTÍCIAS DA AGÊNCIA SENADO
Comissões - Fronteiras - Atualizado em 04/10/2013 - 18h23

Audiência Pública

CDR e CRE debatem contrabando e tráfico na fronteira



Em audiência pública conjunta nesta quarta-feira (9), as Comissões de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) e de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) promovem um debate sobre a segurança pública na fronteira. O tema principal é o contrabando e o tráfico de drogas e armas na divisa com Paraguai e Bolívia.

No requerimento em que solicita a realização da audiência, o senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) argumenta que o Brasil tem 16 mil quilômetros de fronteira, dos quais mais de mil somente no estado do Mato Grosso do Sul. Lembrou que pela fronteira passam, diariamente, milhões de pessoas e mercadorias, inclusive ilícitas, como armas e entorpecentes.

O senador informou que o Ministério do Exercito tem realizado, na área do Comando Militar do Oeste, diversos exercícios militares, com participação do contingente da Base Aérea de Campo Grande, do Ministério da Aeronáutica; e da Base Naval de Ladário, no Rio Paraguai, do Ministério da Marinha. “Essa frequência de missões do Ministério da Defesa é uma demonstração cálida de que essa região fronteiriça muito representa para a Segurança Nacional”, afirmou o parlamentar.

Ruben Figueiró acrescentou que também a Polícia Rodoviária Federal realiza buscas permanentes nas rodovias federais que cortam o Mato Grosso do Sul, juntamente com a Polícia Federal, as forças de segurança do Mato Grosso do Sul e a Receita Federal.

Foram convidados para a audiência pública Carlos Alberto Freitas Barreto, secretário da Receita Federal do Brasil; Leandro Daiello Coimbra, diretor-geral do Departamento de Polícia Federal; Maria Alice Nascimento Souza, diretora-geral do Departamento de Polícia Rodoviária Federal; Wantuir Francisco Brasil Jacini, secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul; e um representante do Ministério da Defesa, ainda a ser definido.


Fonte: http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2013/10/04/cdr-e-cre-debatem-contrabando-e-trafico-na-fronteira


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Se os policiais federais querem realmente fortalecer o Departamento, precisam entregar o policiamento ostensivo das fronteiras para uma Polícia Nacional de Fronteiras, e passar a se dedicar ás funções precípuas e prioritárias. O policiamento de fronteiras desvia o esforço da polícia federal da sua finalidade, identifica homens e mulheres e exige a existência de um grande número de policiais, aumentando o custo e reduzindo salários. É o que penso, pois acredito que o Brasil precisa de uma polícia federal forte, focada e valorizada.

domingo, 6 de outubro de 2013

POLÍCIA CIVIL TERÁ NÚCLEOS NA FRONTEIRA


CORREIO DO POVO 05/10/2013 16:17


Álvaro Grohmann / Correio do Povo

Polícia Civil terá núcleos na fronteira com Uruguai e Argentina. Dez municípios recebem estrutura para reforçar combate à criminalidade



O combate à criminalidade na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai e Argentina, sobretudo contrabando e tráfico de armas e de drogas, receberá um importante reforço até o final deste ano. A Polícia Civil planeja estar com os núcleos de inteligência em operação até dezembro nos dez municípios inseridos na Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (Enafron), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça. Os núcleos estarão instalados junto às delegacias em Bagé, São Borja, Uruguaiana, Santa Rosa, Rio Grande, Santana do Livramento, São Luiz Gonzaga, Itaqui, Três Passos, Jaguarão. Já Palmeira das Missões e Santo Ângelo poderão ser incluídas.

O chefe de Polícia Civil, delegado Ranolfo Vieira Júnior, considera de extrema importância a Enafron, que possibilita investimentos em áreas como a operacional e a de inteligência, viabilizando assim a aquisição de equipamentos, sistemas de radioco-municação e informática, além de capacitação. “É um passo importante na história da Polícia Civil”, avalia o delegado.

Para atender à nova demanda, o acréscimo de efetivo é fundamental. O concurso que está em andamento prevê o ingresso de 700 novos policiais. “Entre 5% e 10% desses agentes serão destinados aos núcleos de inteligência”, calcula. A integração com outros órgãos, inclusive da esfera federal, é considerada positiva por Ranolfo Vieira Júnior.

Segundo o diretor da Divisão de Planejamento e Coordenação (Diplanco) da Polícia Civil, delegado Antonio Carlos Pacheco Padilha, os convênios firmados com a Senasp visam “implantar repressão qualificada na região de fronteira, incrementando as atividades de Polícia Judiciária com excelência e inteligência, por meio do reaparelhamento das DPs”. Ele diz que os convênios permitirão a compra de equipamentos de inteligência e investigação, como mais de 260 computadores, além de novos armamentos. “Estão sendo adquiridas carabinas calibre 40; pistolas calibre 40, submetralhadoras calibre 40; carabinas calibre 5,56 e escudos e coletes balísticos”, revela.

O delegado destaca a chegada de 40 viaturas, incluindo caminhonetes ostensivas Mitsubishi Triton L200, e veículos discretos. Um veículo scanner, de porte, também está programado.



PORTAL DA POLÍCIA CIVIL DO RS, 17/01/2013 10:57

DPI - Departamento de Policia do Interior

Operação Fronteira 2012/2013


A Região da Fronteira possui uma forma diferenciada de atuação, não possuindo bases fixas, e sim, trechos de estradas, por onde ingressam turistas no Estado do Rio Grande do Sul.

Embora não tenha caráter repressivo a Operação Fronteira Segura, através do trabalho das pessoas envolvidas, vem fazendo a apreensão de inúmeros objetos oriundos de descaminho e contrabando, drogas, recuperação de veículos, prestando socorro, prisão de pessoas com pendências na justiça e efetivo auxílio para o controle do abuso de álcool por parte de alguns motoristas.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

CARONA PARA O CRIME

ZERO HORA 04 de outubro de 2013 | N° 17573


KAMILA ALMEIDA

Caminhoneiros eram aliciados por bandidos. Polícia estima que grupo preso ontem tenha desviado, com auxílio de motoristas, R$ 3 milhões em cargas


O assédio de criminosos a caminhoneiros na Fronteira para desvio de cargas é antigo. Desta vez, um grupo foi descoberto pela Polícia Civil e preso na manhã de ontem em cinco municípios gaúchos. A polícia estima que eles sejam responsáveis pelo desvio de R$ 3 milhões em mercadorias.

Após quase sete meses de investigação, a Operação Kobi, coordenada pelos delegados Guilherme Wondracek e Luciano Peringer, chefe do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e titular da Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto de Cargas (DRFC), respectivamente, prendeu sete motoristas, seis suspeitos de fazerem parte da quadrilha e um receptador da carga em Uruguaiana, Santana do Livramento e Charqueadas. Antônio Santos Carlos, 52 anos, conhecido como Tonho das Cargas, seria o líder do esquema e foi pego em Sapucaia do Sul.

– Esta é a primeira operação em que se consegue prender um grupo de caminhoneiros e também quadrilheiros na mesma leva – disse Wondracek.

A polícia acredita que o centro de operações funcionava em Uruguaiana, na Fronteira Oeste: era lá que ocorriam as negociações de entrega da carga e era de lá boa parte dos motoristas1397124194(). O produto era entregue pelo condutor sem qualquer simulação de assalto. Apenas em alguns casos, o painel do veículo era quebrado para inutilizar o rastreador e não haver ameaça durante a suposta fuga.

O esquema levantou desconfiança depois de um roubo de cargas em Uruguaiana, quando contradições surgiram no depoimento do motorista.

– Um cara disse que foi roubado, mantido no mato por horas, que chovia muito, que estava frio e, quando chegou à delegacia, estava limpo, seco. Estranho, né? Era inverno teria que ter chegado molhado, com hipotermia – disse o comissário Carlos Motta, que participou das investigações.

As cargas-alvo eram de pneus, cobre e leite em pó e vinham do Chile e da Argentina e algumas cidades gaúchas. Os roubos eram registrados em municípios gaúchos, na Argentina ou na divisa com Santa Catarina.

– Temos imagens de motoristas negociando cargas em hotéis no mesmo momento em que dizem ter sido assaltados – explica Wondracek.

Vídeos e interceptações reforçam as suspeitas

Os indícios contra a quadrilha aumentaram quando um motorista, que se recusou a fazer parte do esquema, denunciou um homem que tentou aliciá-lo. Segundo Luciano Peringer, este tipo de crime, envolvendo caminhoneiros, não é algo novo. Desta vez, porém, a polícia coletou provas técnicas, como os relatórios de rastreamento veicular fornecidos pelas empresas transportadoras que eram comparados com os depoimentos dos condutores, além de vídeos e interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça.

– Acreditamos que a quadrilha tenha desviado R$ 3 milhões em cargas – detalhou Peringer.



SUA SEGURANÇA | HUMBERTO TREZZI

Poderia ser pior


Ocaso dos caminhoneiros que simulam furto de forma combinada com quadrilhas é uma engenhosa e preocupante modalidade de crime. Isso porque um dos princípios sobre os quais a humanidade caminha é a confiança. Se empregadores não puderem confiar nas palavras do empregado que se diz assaltado, o mundo está bem pior. E foi o que ocorreu, nesse caso. Mas poderia ser pior. No início da década de 2000, quando proliferavam no Estado e no país CPIs sobre Crime Organizado, ocorreram casos em que transportadores de carga estavam envolvidos em simulação de roubos. Em alguns casos, com colaboração do motorista. Duas eram as vantagens dos quadrilheiros: vendiam a carga supostamente roubada e, de quebra, acionavam o seguro para recuperar o “prejuízo”. Cabe a Polícia, que agiu bem agora, investigar se apenas os motoristas estão por trás desse delito desbaratado ontem.