quinta-feira, 31 de maio de 2012

EXÉRCITO: A POLICIA NACIONAL DE FRONTEIRAS

 

Jornal > Polícia

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE, QUINTA-FEIRA, 31 DE MAIO DE 2012

Exército patrulha fronteira do RS


O Exército Brasileiro, por meio do Comando Militar do Sul, realiza, até amanhã, patrulhamento em vários pontos da fronteira seca do Brasil com o Uruguai. A Operação Fronteira Sul/2012 abrange a faixa terrestre do Rio Grande do Sul, do Paraná e de Santa Catarina.

Em Santana do Livramento, mais de cem militares desenvolvem operações com atuação contra crimes ambientais e ilícitos transfronteiriços.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O que devem pensar os vigorosos defensores da democracia assistindo o Brasil adotar adotar estratégias policiais típicas de regimes totalitários. Exército com poder de polícia só existe nas ditaduras, sejam elas de direita ou de esquerda. Porém, diante da falta de uma polícia especializada para patrulhar as fronteiras, do clamor popular por segurança e das políticas amadoras empregadas neste área pelos nossos governantes, não causa espanto para quem acompanha a segurança pública no Brasil o emprgo do valoroso Exército Brasileiro em operações de policiamento ostensivo. Vale lembrar que as pesquisas indicam as FFAA como as mais confiável das instituições brasileiras, bem acima do Judiciário, das polícias, do Congresso Nacional e dos partidos políticos.
 



PRF ACUSADA DE INVADIR ESPAÇO AÉREO

 
ZERO HORA, 31 de maio de 2012 | N° 17086

TERRA URUGUAIA


Caso teria ocorrido na segunda, no Uruguai, mas polícia alega que fiscalização foi no lado brasileiro - LAURA SCHENKEL E LETÍCIA COSTA


Uma abordagem no começo da semana, feita por um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF), teria parado um caminhão de alimentos uruguaio. A ação teria acontecido em terras vizinhas.

Aaeronave, que integra a Operação Sentinela (de combate ao crime e ao contrabando na fronteira), teria descido em uma área a cerca de 30 quilômetros da fronteira dos dois países, no lado uruguaio. Em entrevista por telefone, o chefe da polícia de Rivera, Heriberto Fagundez, afirmou que, na segunda-feira à tarde, foi realizada a abordagem, perto do povoado de La Puente, na Ruta 28. Segundo o depoimento dos dois ocupantes do caminhão uruguaio, os policiais brasileiros teriam revistado a carga e perguntado se estavam em território brasileiro. Ao escutar que estavam no Uruguai, um dos agentes teria demonstrado surpresa. Depois da abordagem, os policiais teriam entrado no helicóptero e decolado.

O caso foi relatado por Fagundez ao Ministério do Interior uruguaio. No entanto, o chefe da polícia de Rivera não sabe informar se haverá uma investigação sobre a possível invasão de território pela polícia brasileira. ZH tentou contato com o ministro do Interior do Uruguai, Eduardo Bonomi, mas ele não atendeu as ligações.

Polícia diz que fronteira é muito sinuosa

Ao saber do caso pela imprensa, o inspetor Alessandro Castro, chefe de comunicação da PRF, ouviu a equipe que realizou a abordagem. Eles confirmaram que revistaram, armados, um caminhão do tipo baú. Baseados na localização do aparelho de GPS da aeronave, alegam que tudo ocorreu em território brasileiro.

O chefe da 11ª Delegacia da PRF em Santana do Livramento, Valmir de Souza do Espírito Santo, afirma que não conseguiu falar com o comandante da equipe que teria realizado a ação, pois ontem ele estaria em uma operação. Ele afirma que os pilotos são orientados a tomar cuidado nestes casos, mas justifica que a fronteira com o Uruguai é muito sinuosa. Por causa da suspeita, a equipe de pilotos envolvidos deve enviar hoje à PRF, em Porto Alegre, um relato por escrito sobre a abordagem.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Isto prova o amadorismo do Brasil nas questões internacionais referentes à segurança pública. Salvo a Polícia Federal, as demais instituições desconhecem a maioria das normas internacionais, as características do terreno e o cenário que envolve as linhas de fronteira, justamente porque estes fatores não fazem parte da rotina de trabalho dos agentes destas instituições. Há muito tempo estamos tentando mostrar a necessidade do Brasil ter um força policial de fronteira capacitada, treinada e habilitada para atuar de forma permanente e ostensiva ao longo das fronteiras do Brasil. É uma pena que a nossa voz não ecoa nos gabinetes destes "governantes". Portanto, enquanto os governantes insistirem em investir e aplicar políticas anacrônicas, superficiais, fragmentadas e inoperantes na segurança das fronteiras, o Brasil continuará pagando "micos" como este, criando conflitos internacionais e facilitando as ações da bandidagem para traficar armas, drogas, pessoas, valores e animais pelas fronteiras abertas, com graves consequências para paz social do cidadão brasileiro.

sábado, 5 de maio de 2012

UNASUL: COMBATE AO CRIME ORGANIZADO

Editorial CORREIO DO POVO, 05/05/2012

A decisão da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) de organizar um plano conjunto entre os países-membros a fim de combater o crime organizado internacional é muito importante para conter as ações de grupos que desafiam a democracia e o Estado de Direito nesta região do continente. O bloco é formado por Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Chile, Guiana e Suriname, além do Brasil. O Panamá e o México participam como observadores.

Para o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, o crime transnacional representa hoje a ameaça mais séria para a segurança e a estabilidade das nações. Ele denuncia que os delitos envolvem uma série de atividades ilegais, como tráfico de drogas, armas e de pessoas, todas perpetradas em áreas de diversos países, não respeitando limites geográficos e pondo em risco a integridade física dos seus habitantes.

Algumas questões foram especificamente citadas pelo ministro colombiano, como a exploração ilegal de minérios, a lavagem de dinheiro, os crimes cibernéticos e as ligações entre as quadrilhas. Para a secretária-geral da Unasul, Maria Emma Mejía, o momento é apropriado para criar uma zona de paz, com esforços coordenados. Ela acresceu a necessidade de enfrentar o que chamou de "cultura do ato lícito", fruto de uma permissividade por parte de alguns setores da sociedade. O Brasil teve como representante o ministro da Defesa, o chanceler Celso Amorim.

O crime organizado hoje tem ramificações em todos os países e somente uma forte reação unificada poderá impor-lhe uma derrota definitiva. Do contrário, ele continuará a desafiar as instituições e os poderes constituídos. É preciso asfixiá-lo e cortar suas fontes de financiamento. Nenhum país desta parte do continente pode abster-se de participar deste movimento de reação.