sábado, 1 de novembro de 2014

COCAÍNA DA BOLÍVIA LANÇADA DE AVIÃO

DIÁRIO GAÚCHO E ZERO HORA 31/10/2014 | 16h38

PF prende grupo que usava aviões para lançar cocaína no RS. Suspeitos traziam a droga da Bolívia em pequenos aviões e arremessavam em propriedades na fronteira com a Argentina



Em junho, foi apreendido com o grupo um carregamento de 140 quilos de cocaína Foto: Divulgação / Polícia Federal

Uma quadrilha internacional de traficantes, que transportavam cocaína da Bolívia em pequenos aviões e arremessavam a droga em propriedades rurais gaúchas, foi presa nesta sexta-feira pela Polícia Federal (PF). Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva em Porto Alegre.


A investigação teve início em maio e identificou que os traficantes carregavam a droga em pequenas aeronaves, que cruzavam a Argentina e descarregavam o material em campos localizados próximo à Fronteira Oeste.

Dentro do Rio Grande do Sul, a carga era transportava em veículos para outros Estados e abastecia também o tráfico na zona sul da Capital. No dia 4 de junho, a PF apreendeu na BR-290, em Eldorado do Sul, 140 quilos de cocaína em um veículo, que foi carregado com o material despejado de um avião. Essa foi a maior apreensão no Rio Grande do Sul em 2014.

Polícia Federal prende líder do grupo Bala na Cara Além das ordens de prisão e de busca e apreensão, a Polícia Federal solicitou à Justiça Federal o sequestro de quatro casas em Porto Alegre e de um sítio em Viamão. Os integrantes do grupo serão indiciados por tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

PRESO NO BRASIL UM DOS TRAFICANTES MAIS PROCURADOS DO MUNDO



CORREIO DO POVO  23/10/2014

Preso em Roraima um dos traficantes mais procurados do mundo. Ação conjunta da PF e da polícia colombiana capturou Marquito Figueroa, que deve ser extraditado



Um dos traficantes mais procurados do mundo foi preso pela Polícia Federal (PF), em Boavista, Roraima, em ação que contou com apoio da Polícia Nacional Colombiana. Mais conhecido como Marquito Figueroa, o traficante Marcos de Jesús Figueroa García deverá ser extraditado para Colômbia em 60 dias, conforme informou nesta quinta-feira o diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Oslain Campos Santana.

“É uma pessoa envolvida em violência, movimentação de cocaína, assassinatos e, inclusive, uma fuga espetacular da prisão (na Colômbia) em 2002”, salientou Santana, durante coletiva de imprensa.

Marquito Figueroa responde por mais de 100 processos na Colômbia. Por conta de sua periculosidade, o governo colombiano oferecia recompensa de US$ 250 mil por informações que possibilitassem sua prisão.

“Há muitos anos procurávamos esse delinquente. Ele tem cinco ordens de captura por diferentes delitos, entre eles narcotráfico, contrabando, formação de quadrilha e homicídios. Acreditamos que tenha cometido mais de 250 homicídios, inclusive de autoridades e políticos locais ligados, principalmente, a prefeitos", disse o adido Policial da Colômbia no Brasil, Narcizo Martinez.

Há aproximadamente um ano, a polícia colombiana infiltrou um agente no grupo de Figueroa. “Em agosto, recebemos um comunicado da Colômbia informando que ele estaria em território nacional. Iniciamos uma a investigação e confirmamos que realmente ele estava no Brasil, especiíicamente em Roraima. Requeremos pedido de prisão e extradição ao Supremo Tribunal Federal, o que foi cumprido ontem, em operação conjunta com a polícia colombiana”, explicou Santana.

A prisão não foi imediata, porque a polícia brasileira precisava confirmar a identidade do criminoso. “Tivemos dificuldades, pois, a exemplo de narcoterroristas, ele utilizava documentação falsa”, acrescentou o delegado.

Segundo ele, a operação foi bem planejada e, por isso, não foi necessário nenhum disparo. “Não houve também qualquer reação por parte dele (no momento da prisão)”, observou Santana.

A PF informou que, nom momento da prisão, não foram apreendidas armas, nem dinheiro na casa de Figueroa. “Iniciaremos uma investigação para identificar se ele 'lavou' ativos no Brasil”, assinalou o delegado.

De acordo com o adido da polícia colombiana, é possível que, posteriormente à extradição para a Colômbia, Marquito Figueroa seja extraditado para os Estados Unidos. “Não há nada definido”, ressaltou.

Conforme o delegado da PF, o sucesso da operação deve ser creditado aos acordos de cooperação que a polícia brasileira mantém com países vizinhos, casos da própria Colômbia, Bolívia, Argentina, do Peru, Paraguai e Uruguai. “Por meio dessas parcerias, trocamos informações, experiências e capacitamos policiais em diferentes países. A operação de hoje é um exemplo dessa cooperação”, completou.


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

CARABINAS TRAFICADAS DO URUGUAI

DIÁRIO GAÚCHO 22/10/2014 | 04h46


PRF apreende armas vindas do Uruguai em Eldorado do Sul. Carabinas estavam escondidas em um compartimento secreto do porta-malas de uma caminhonete



Três carabinas calibre .556 foram apreendidas Foto: PRF / Divulgação


A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu três carabinas calibre .556 durante uma fiscalização de rotina às 21h30min desta terça-feira no km 111 da BR-290, em Eldorado do Sul.

As armas estavam escondidas em um compartimento secreto do porta-malas de uma caminhonete Santa Fé, de acordo com a PRF. Duas pessoas foram presas: a motorista de 23 anos, e um passageiro de 24 anos.


A dupla foi encaminhada à Polícia Federal em Porto Alegre e autuada em flagrante por tráfico internacional de armas.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

FUZIL AMERICANO NAS MÃOS DO CRIME

DIÁRIO GAÚCHO 21/10/2014 | 09h02

Eduardo Torres

Brigada Militar apreende fuzil americano "abandonado" por criminosos. Arma foi deixada no pátio de uma casa na Vila Jardim, Zona Norte de Porto Alegre. Em poucas horas, policiamento retirou quatro armas de circulação em zonas de conflito



Fuzil norte-americano estava pendurado em uma árvore Foto: Divulgação / Brigada Militar



No intervalo de poucas horas, entre o começo da noite de segunda e a madrugada de terça, ações da Brigada Militar resultaram na retirada de quatro armas das mãos de criminosos em três regiões que vivem conflitos do tráfico na Zona Norte de Porto Alegre.

Na Vila Jardim, policiais do 11º BPM apreenderam um fuzil 5.56, de fabricação norte-americana, abandonado no pátio de uma casa, na Rua Itapema. Segundo a Brigada, havia denúncias de disparos na região desde a noite anterior. A suspeita é de que a arma de guerra tenha sido deixada para trás pelos criminosos com a aproximação de uma viatura. Os PMs encontraram o fuzil pendurado a uma árvore.


Já durante a madrugada, policiais do 20º BPM apreenderam dois revólveres calibre 38 com dois jovens de 16 e 20 anos, no Bairro Mario Quintana. Eles caminhavam pela Rua Manoel Marques quando foram abordados. O bairro foi palco de uma chacina na semana passada.

Também na madrugada, um homem de 40 anos foi preso com um revólver calibre 38 na Rua D da Vila Amazônia, Bairro Rubem Berta.



DIÁRIO GAÚCHO 14/09/2014 | 19h06

Homem é preso em Porto Alegre com fuzil canadense. Arma teria sido comprada por R$ 31 mil e seria levada para o Vale do Sinos



Fuzil foi apreendido em abordagem na avenida João Pessoa, em Porto Alegre Foto: Divulgação / Polícia Civil


Um homem foi preso na noite de sábado, na Avenida João Pessoa, região central de Porto Alegre, transportando um fuzil 5.56, de fabricação canadense. A descoberta foi feita durante uma abordagem do Batalhão de Operações Especiais (BOE). Identificado como Éderson Michel da Rosa Cardoso, o homem admitiu que levava a arma para São Leopoldo supostamente, para proteger um ponto de tráfico. Outro homem estava com ele no Civic abordado pela Brigada, mas acabou liberado quando Éderson admitiu que a arma era só dele.


O suspeito teria confessado à polícia que comprou o armamento pesado em Porto Alegre por R$ 31 mil. Agora, é apurada a origem do armamento e o local onde foi adquirido. Éderson já responde por tráfico de drogas na cidade do Vale do Sinos. A suspeita da polícia é de que o fuzil serviria para impor medo a rivais da região. De acordo com o levantamento do Diário Gaúcho, São Leopoldo está entre as cidades mais violentas da Região Metropolitana neste ano, com 79 assassinatos. A maior parte desses crimes, de acordo com a polícia, relacionados ao tráfico de drogas.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

CONTRABANDO DE FÓSSEIS PRÉ-HISTÓRICOS DESCOBERTOS NO BRASIL

TV GLOBO FANTÁSTICO Edição do dia 19/10/2014


Quadrilha contrabandeava fósseis pré-históricos descobertos no Brasil. Operação da Polícia Federal apreendeu mais de três mil peças muito valiosas para a ciência que seriam levadas para fora do país.





Um tesouro pré-histórico ameaçado. Uma quadrilha internacional roubava da Chapada do Araripe, no Ceará, fósseis raríssimos, como o esqueleto completo de pterossauro, um réptil voador que viveu há cerca de 100 milhões de anos. O objetivo era vender esse patrimônio incalculável para fora do Brasil.

A coleção de fósseis brasileiros raros mostrada no vídeo poderia estar agora nas mãos de colecionadores particulares do exterior. São mais de três mil peças muito valiosas para a ciência, que seriam levadas por contrabandistas.

Após uma operação da Polícia Federal, todo o material foi apreendido. E, nesta semana, entregue para pesquisadores da Universidade de São Paulo, a USP.

“A quadrilha, ela retirava os fósseis lá da bacia do Araripe. Eles levavam para o Curvelo, no interior de Minas, ali os fósseis eram melhor acondicionados, eram escondidos dentro de barris e cobertos com pedras para dissimular a origem. E aí exportavam pelos portos do Rio de Janeiro e São Paulo”, diz o delegado da Polícia Federal Adauto Machado.

Fantástico: A exportação de fósseis é proibida no Brasil?
Delegado: Exatamente. Eles não podem ser comercializados.

A investigação começou em junho de 2012, quando autoridades da França apreenderam fósseis brasileiros. Elas avisaram à Polícia Federal, que localizou o chefe do esquema, Pedro Luis Novaes Ferreira, de São Paulo.

“Estão sendo acusadas 13 pessoas, sendo oito brasileiros, três alemães e dois franceses”, destaca Adauto Machado.

Um dos alemães é Michael Schwickert. Ele já foi indiciado outras três vezes por tráfico de fósseis no Brasil. É um dos contrabandistas mais conhecidos no país.

A investigação revelou que a remessa interceptada na França tinha como destino final os Estados Unidos. Mais especificamente, um museu particular, administrado por outro alemão, Burkhard Pohl.

Em um e-mail, Pedro, o chefe da quadrilha, se oferece para pegar Burkhard, o comprador, no Aeroporto de Guarulhos e ainda convida o alemão para ficar na casa dele.

Escutas telefônicas mostram que o grupo já havia sido abordado por policiais outras vezes, mas sempre conseguia escapar.

Contrabandista 1: Os ‘polícia’ até que era gente boa, dei logo 500 contos para o delegado lá para aliviar as coisas. E o delegado disse ‘rapaz, tu é um homem de sorte, viu, porque se aparece alguém aqui que conheça isso aqui, tu ia se enrolar aqui’.
Contrabandista 2: Pois é, mas isso aí dá cadeia na certa. É proibido, dá uma cadeia do diabo.

Em outra gravação, Pedro, o chefe do grupo, conversa com Euclides Araujo, que extraía os fósseis no Ceará.

Pedro: Você vai ter que tirar aquele bicho maior e deixar ele aí. Você sabe qual é o maior, né?
Euclides: Sei, sei, é o que tem as ‘unha’, né?

O bicho ao qual os contrabandistas se referem é o pterossauro, que agora está com a Universidade de São Paulo.

O fóssil do animal pré-histórico viveu há 90 milhões de anos na Chapada do Araripe no Sertão Nordestino. Segundo a Polícia Federal, o bicho, que é um réptil voador, tinha um metro e meio de altura e quando abria as asas chegava a três metros de envergadura.

“Esse pterossauro é da espécie Tupandactylus imperator. Ele foi descoberto aqui no Brasil por um brasileiro. Aqui é a pata traseira dele, inclusive você pode ver até os dedos. Aqui, para esse pedaço aqui, é a asa, ela tá dobradinha, recolhida, inclusive com os dedos aqui da asa. Essa crista aqui não era de osso, isso aí era cartilagem. É mais que raro, é único. Não tem um outro fóssil dessa espécie completo assim”, explica a perita da Polícia Federal Mariana Machado Albuquerque.

Para a pesquisadora que recebeu as peças, os contrabandistas tinham conhecimento científico.

“Você precisa ter uma certa experiência, uma certa técnica para fazer isso de uma maneira tão cuidadosa. São pessoas que sabem tratar desse material de uma forma bem especifica”, diz a paleontóloga da USP Juliana Basso.

A USP fica a quase 2,5 mil quilômetros de onde os fósseis saíram. A chapada do Araripe, uma das maiores reservas de fósseis do mundo. Rochas com vestígios de animais que viveram quando tudo lá era um grande lago, há mais de cem milhões de anos. Entre eles, os pterossauros. Os pesquisadores de lá jamais encontraram um fóssil com todas as partes do corpo, como o que foi apreendido pela Polícia Federal.

Quem trabalha dia a dia com os fósseis da região tem motivos para acreditar que o tesouro da paleontologia foi encontrado em um lugar como este: uma pedreira onde a exploração de calcário escava diversas camadas de rochas. Uma delas tem as mesmas características da que foi encontrada com o fóssil completo de pterossauro.

“Pela coloração, pela estrutura, deve ter vindo mais ou menos desse nível da formação Crato. Então aquele pterossauro, ele deve ter saído mais ou menos dessa área aqui, de Nova Olinda”, afirma o professor Álamo Saraiva.

O professor Álamo Saraiva coordena o laboratório de paleontologia da maior universidade pública da região. Ele diz que o tráfico de fósseis é comum.

“Existe uma rede grande envolvendo o tráfico de fósseis. Existe um laboratório clandestino de preparação de fosseis aqui na região do Cariri, servindo diretamente ao tráfico. Envolve muito dinheiro, essa quadrilha é muito grande e ela age aqui na região do Cariri há mais de 20 anos”, explica o professor de paleontologia Álamo Saraiva.

Ele deseja que a região possa ter de volta o achado da paleontologia que saiu de lá por mãos erradas.

“Eu fui até a Polícia Federal aqui de Juazeiro do Norte e a gente fez a solicitação para São Paulo desse material, que fosse devolvido aqui para a Bacia do Araripe, para a região do Cariri. É um material que vai nos fazer muita falta”, afirma o professor.

Em São Paulo, Pedro Luis Novaes Ferreira, o chefe da quadrilha, é o único que já foi julgado.

“Ele já foi condenado em primeira instância a três anos de prisão e a uma indenização de quase R$ 2 milhões”, destaca o delegado Adauto Machado.

Ele recorreu da sentença e agora aguarda em liberdade.

sábado, 18 de outubro de 2014

BALA NA CARA NO TRAFICO INTERNACIONAL



ZH 18 de outubro de 2014 | N° 17956


EDUARDO TORRES

GOLPE NO CRIME. Federais prendem líder dos Bala na Cara

OPERAÇÃO DESMANTELA ROTA DA DROGA comandada pela facção gaúcha. Bando, que também trazia ilegalmente armas ao país, chegava a transportar 40 quilos de cocaína por semana para a Região Metropolitana desde Ciudad del Este



A movimentação da Polícia Federal (PF) em um bairro nobre da Capital, na manhã de ontem, tinha como alvo o homem apontado como um dos principais cabeças do tráfico na Região Metropolitana. Em um apartamento de luxo, adquirido há pouco tempo, Luís Fernando da Silva Soares Júnior, o Júnior Perneta, considerado o líder da facção Bala na Cara, foi preso, dando fim a oito meses de investigações contra um lucrativo esquema de tráfico internacional de drogas e armas desde o Paraguai.

A Operação Bom Jesus prendeu outras nove pessoas em Porto Alegre, Cachoeirinha, Cascavel (PR) e Foz do Iguaçu (PR). Entre elas, parte da cúpula da facção. Segundo o titular da Delegacia de Repressão a Drogas da PF, delegado Fabrício Argenta, todos eram diretamente subordinados a Júnior Perneta:

– É uma quadrilha muito capilarizada, por isso sempre é complicado uma investigação mais complexa contra eles. Mas sabíamos que tinha um núcleo hierárquico. Atacamos neste ponto.

Segundo a apuração da PF, o traficante controlava todas as operações da facção. Drogas ou armas encomendadas no Paraguai, ao menos desde o ano passado, tinham o aval dele. Em duas oportunidades, o chefão dos Bala chegou a ir a Ciudad del Este acertar as negociações.

No momento em que o material chegava a Porto Alegre, cabia a ele supervisionar e definir para onde seria distribuído. Conforme os investigadores, Júnior geralmente estava presente no momento de chegada das drogas, mas raramente encostava no entorpecente.

– Ele se fortaleceu ultimamente, comprando drogas e armas a preço de atacado e vendendo na Região Metropolitana como varejista – explica o delegado.

A estimativa é de que até 40 quilos de cocaína e crack eram trazidos por semana de Ciudad del Este à Região Metropolitana. Aqui, o produto era triplicado com aditivos e distribuído em áreas dominadas ou parceiras dos Bala na Cara. Junto, eram trazidas, de forma ilegal, pistolas fabricadas no Brasil e exportadas para o Paraguai.

Desde o começo das investigações, foram apreendidos 180 quilos de cocaína entre quatro carregamentos interceptados. Em 2013, outros três carregamentos totalizando outros 140 quilos, foram interceptados no Paraná. O último deles, em julho, resultou na prisão de Júnior, juntamente com Luís Fernando Duarte Souza, o Nando, atualmente preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Eles recebiam 20 quilos de cocaína escondidos em um carro no estacionamento de um hospital, no bairro Menino Deus.

No mês passado, o chefão foi liberado da cadeia pela Justiça por falta de provas.

– São provas que, agora, com o encerramento do inquérito, teremos bem firmadas. Acredito que ele responderá pelo crime na prisão – disse o delegado.

Na operação, também foram apreendidos quatro veículos, R$ 50 mil e uma pistola. Os envolvidos responderão por tráfico internacional de drogas e armas e associação para o tráfico. Em virtude das articulações da facção nas cadeias, a PF solicitou que eles sejam encaminhados à Pasc.



Ordem para derrubar os Manos


De acordo com o delegado Fabrício Argenta, o aumento das execuções ligadas ao tráfico de drogas na Região Metropolitana nos últimos meses não é à toa:

– A organização está em plena expansão e, por isso, em rota de colisão com outros grupos para dominar o tráfico. Eles não agem por negociação. Em geral, usam da violência e eliminam rivais.

Nessa disputa por territórios, pelo menos uma ordem de execução teria partido do Paraguai. No começo de abril, o traficante Jair de Oliveira, o Jair Cabeludo, 42 anos, suspeito de ser um dos principais braços da facção nas ruas, sofreu uma tentativa de homicídio em uma loja de autopeças, em Novo Hamburgo. O inquérito foi encerrado pela Delegacia de Homicídios de Novo Hamburgo sem autoria, mas com indício de que o crime havia sido cumprido pelos Bala na Cara.

A ordem teria partido de um fornecedor paraguaio, provavelmente como cobrança de dívida. O que a polícia ainda não descobriu é quem executou o crime.

Em abril, a Operação Panóptico, também da PF, revelou a rota de tráfico internacional dos Manos, coligados dos Balas, com o Paraguai. Na ocasião, 15 pessoas foram presas entre a Capital e o Vale do Sinos.

CÓDIGOS PARA IDENTIFICAR DROGAS

“Peixe” (cocaína) e “MD” (crack) eram códigos usados pelo chefão dos Bala na Cara para determinar as quantidades e quais drogas seriam enviadas para cada ponto dominado pela facção. O depósito ficvava em um sítio no bairro Vila Nova, na Zona Sul.


A ROTA DA DROGA
-A droga era encomendada diretamente pelo líder da facção a um fornecedor em Ciudad del Este, no Paraguai.
-De lá, carregamentos de até 40kg de cocaína por semana eram escondidos principalmente em tanques de combustíveis de carros pequenos e trazidos por “mulas” até a Região Metropolitana.
-A entrega acontecia em pontos movimentados da Capital. Dali, a droga partia para um sítio na Zona Sul, onde era redistribuída aos pontos de tráfico.
APREENSÕES
-Em junho, foram encontrados 70kg de cocaína e cinco pistolas em um sítio no bairro Vila Nova, no depósito do bando.
-Em julho, um dos carros carregados de cocaína foi guinchado a um posto de combustíveis da Avenida Farrapos. Foram apreendidos 30kg de cocaína.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A MORTE ATUA NAS FRONTEIRAS

















ZERO HORA 09 de outubro de 2014 | N° 17947


SUA SEGURANÇA | HUMBERTO TREZZI



É triste ter de informar isso, até porque sou ardoroso do cadinho cultural que representam as fronteiras, sua miscelânea contagiante. Mas é nelas que os homicídios mais proliferam, no Brasil. A constatação é de um estudo que está sendo divulgado hoje pelo Instituto de Desenvolvimento Social e Econômico das Fronteiras (Idesf), entidade insuspeita por se dedicar a promover o crescimento econômico dessas regiões. O levantamento abrange as 30 cidades-gêmeas que o Brasil mantém com localidades de países vizinhos. Nesses locais, a média é de 36,9 assassinatos para cada 100 mil habitantes, bem superior à brasileira, de 29,0 homicídios por 100 mil habitantes. E bem acima do Rio Grande do Sul, com taxa de 21,9.

Os números são de 2012, e o assunto será tratado nesta semana num seminário em Foz do Iguaçu (PR). Alguns casos são absurdos, como o de Coronel Sapucaia, pequena localidade do Mato Grosso do Sul, fronteiriça com a paraguaia Capitán Bado. Lá, a taxa é de 112,5 assassinatos por 100 mil habitantes. É onde morou Fernandinho Beira-Mar quando fugiu do Rio, no início da década de 2000. Pois esse índice é superior ao do país mais violento do mundo, Honduras, que tem taxa de 91 homicídios por 100 mil habitantes (segundo a Organização Mundial de Saúde).

Para quem pensa que as metrópoles brasileiras são piores, aí vai a realidade: o Rio de Janeiro exibe atualmente taxa de 18,8 homicídios por 100 mil habitantes. São Paulo, de 15,3.

O consolo – se é que é possível algo assim – vai para os gaúchos. Das 10 cidades do Rio Grande do Sul mencionadas no estudo, a maioria tem taxas de homicídios inferiores a 10 por 100 mil habitantes. Em algumas o indicador foi zero. A mais alta registrada foi 21,8, em Quaraí – talvez por um ano excepcional em termos de mortes.

E qual é a causa? Uma constatação é que fronteiras propiciam a fuga no Exterior aos assassinos, o que dificulta a elucidação de casos e, mais ainda, a captura dos suspeitos de todos os tipos de crime.

As cidades-gêmeas também têm vida efervescente, muitos negócios e, embutidos neles, acertos de conta. Mais uma razão para o reforço de policiamento nessas regiões

sábado, 27 de setembro de 2014

MILITAR DO EB É PRESO COM ARMA SEM REGISTRO E 350 KG DE MACONHA

CORREIO DO POVO 27/09/2014 09:40

Coronel do Exército é preso com 350 kg de maconha no RJ. Homem de 56 anos e a mulher foram detidos pela FP na BR 040



Droga estava escondida em um fundo falso dentro de um veículo utilitário usado pelo casal
Crédito: PF / Divulgação / CP


A Polícia Federal (PF) prendeu na madrugada deste sábado um casal transportando cerca de 350 kg de maconha no pedágio da Rodovia Rio – Petrópolis (BR 040), na altura de Xerém, Duque de Caxias. O homem, 56 anos, mora na Barra da Tijuca, bairro da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, e é coronel reformado do Exército. A mulher, sua companheira, reside em Jacarepaguá e tem 49 anos.

A droga estava escondida em um fundo falso dentro de um veículo utilitário usado pelo casal. O militar costumava deixar uma farda pendurada num cabide no interior do furgão com a finalidade de tentar inibir possíveis revistas policiais. Estava com uma pistola calibre 380 sem registro sendo atuado também por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. A operação da PF contou com o auxílio de um cão farejador.

O entorpecente seria proveniente do Paraguai, e a PF investiga a suspeita de que seria distribuída em comunidades do Rio e também de Niterói. O coronel preso foi encaminhado ao Comando Militar do Leste e sua mulher ao Presídio Nelson Hungria, no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu. Responderão por tráfico de drogas, cuja pena varia de cinco a 15 anos de reclusão.

SETE PRESOS EM OPERAÇÃO ANTITRÁFICO NA FRONTEIRA



ZERO HORA 27 de setembro de 2014 | N° 17935


HUMBERTO TREZZI


AÇÃO CONTRA DROGAS. Quadrilha trazia maconha e cocaína da Argentina para o Brasil e o Uruguai. Em um ano, já foram apreendidos 200 quilos de entorpecentes


A Polícia Federal (PF) desarticulou ontem uma quadrilha especializada em tráfico internacional de drogas. Os agentes cumpriram 16 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão em Uruguaiana, na Fronteira Oeste. A operação foi chamada de Cararéu, pelo fato de os traficantes usarem um rio fronteiriço com esse nome para transportar a droga.

Foram presas sete pessoas. A investigação da PF começou há cerca de um ano, quando 28 quilos de maconha foram encontrados, em junho de 2013, junto ao Arroio Cararéu. A droga foi abandonada por tripulantes de um veículo argentino, que conseguiram fugir.

Ao longo da apuração, os policiais descobriram que o grupo trazia cocaína e maconha da Argentina para o Brasil e distribuía na região de Uruguaiana, e também repassava drogas para o Uruguai. De um ano para cá, foram realizadas cinco prisões em flagrante e apreendidos mais de 200 quilos de drogas, além de identificados veículos roubados e clonados.

A PF apreendeu com um brasileiro de Barra do Quaraí (cidade fronteiriça com a localidade uruguaia de Bella Unión) 192 quilos de maconha destinadas ao Uruguai. A droga estava acondicionada no porta-malas de um Corolla brasileiro, com placas clonadas. As autoridades uruguaias receberam informações sobre a quadrilha e participam da caçada ao bando, que atua em territórios uruguaio, brasileiro, argentino e paraguaio.

Os presos e demais envolvidos serão indiciados por tráfico internacional de drogas, o que pode resultar em até 25 anos de reclusão. Mais de 60 policiais federais participaram da ação ontem, com apoio de 20 PMs.




Atuação de grupo seria reflexo de expansão em país vizinho


A ação da quadrilha é vista, por policiais brasileiros, como reflexo do crescimento do mercado uruguaio de maconha, já que o plantio e venda de pequenas quantias de marijuana naquele país está em processo de legalização. Em 2008, a polícia uruguaia localizou apenas 809 quilos de maconha. Em 2012, o confisco mais do que dobrou: 1,9 tonelada. E, em 2013, o número passou para 2,1 toneladas, conforme revelou Zero Hora em reportagem em maio deste ano.

As províncias argentinas próximas ao Uruguai e Brasil (Corrientes e Misiones, especialmente) também sofreram um incremento no número de apreensões de maconha. Em 2013, foram confiscadas nessa região 13 toneladas. Neste ano, oito toneladas até abril (inclusive com cinco aeronaves apreendidas). A maior parte da droga foi encontrada em Paso de los Libres e Santo Tomé, na fronteira com as cidades gaúchas de Uruguaiana e São Borja, locais onde atuavam a quadrilha desarticulada pela Operação Cararéu.



segunda-feira, 8 de setembro de 2014

DROGAS ESCONDIDAS EM VEÍCULOS PASSAM PELA FRONTEIRA

TV GLOBO, FANTÁSTICO, 07/09/2014 21h43

Mais de 80 toneladas de drogas são apreendidas escondidas em veículos. Foz do Iguaçu e Guaíra, na fronteira com o Paraguai, fazem parte da rota do tráfico internacional.






Mais de 30 mil veículos, carros, ônibus, caminhões, passam todos os dias pela fronteira do Brasil com o Paraguai. A maioria deles não têm nada de errado, mas alguns...E quando a Polícia Rodoviária Federal faz um pente fino e pega um desses.

Você precisa ver como os traficantes tentam passar droga pela fronteira. Tem droga no parachoque, no assoalho, no tanque de combustível. Só este ano já foram apreendidas mais 80 toneladas de cocaína, crack e maconha nessas operações.

Os policiais se preparam para abordar um carro suspeito. Eles sacam as armas e mandam o motorista parar. A polícia sabe que há droga no veículo.

O motorista é preso. Os policiais saem em perseguição a outro carro suspeito na BR-277, a principal rodovia do Paraná.

A informação que a Polícia Rodoviária recebeu é de que um carro tinha vindo na frente para passar as informações para outro carro que vinha atrás com a maconha.

Fantástico: Qual a função do batedor num caso desses?

“O batedor ele vai na frente do ilícito para ver se tem polícia na pista, para ver se está livre”, explica Sérgio Malysz, policial rodoviário federal.

Mais dois são presos.

“Esse aqui aparentemente é o tal do cavalo doido. O pessoal carrega de maconha e vem na louca aí, e tenta passar o posto, mas esse aqui deu azar”, diz Renato Duarte, policial rodoviário federal.

A droga apreendida enche quase 20 caixas.

“Todos eles vão ser autuados por crime de tráfico de entorpecentes e associação para o tráfico”, afirma o delegado da Polícia Civil Luiz Sodré.

Os números impressionam. Somente este ano, a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 87 toneladas de maconha, cocaína e crack em todo o país. É um aumento de 150% em relação ao mesmo período no ano passado.

Foz do Iguaçu e Guaíra, na fronteira com o Paraguai, fazem parte da rota do tráfico internacional.
O país vizinho é um dos principais produtores mundiais de maconha.

Grande parte da droga que entra no Brasil vem assim: no porta-malas, em cima dos bancos dos carros à mostra! Mas os traficantes desafiam a polícia com esconderijos cada vez mais difíceis de encontrar.

"Esse veículo tem alguns indícios de que ele pode ter sido adulterado para transportar algum produto ilícito. Um barulho mais seco pode indicar uma adulteração do parachoque”, analisa Paulo Mileski, policial rodoviário federal.

"Alguns desses parafusos, às vezes eles estão soldados, para que o policial não consiga abrir e desestimule a prática, a retirada”, conta Paulo Mileski.

Os policiais chegam a demorar quatro horas para tirar mercadorias de um carro com fundo falso.

Cinco policiais procuram fundos falsos num veículo. E encontram vários. Tinha maconha em um compartimento no motor, debaixo dos bancos da frente, no para-lamas e no para-choque traseiro.

“Exige do policial um conhecimento amplo, tanto da questão do veículo, saber onde pode ter fundo falso, como também da própria entrevista que ele faz com o motorista, com a pessoa que está responsável pelo veículo, que pode passar para os policiais uma impressão de que está tentando enganar ou simplesmente um nervosismo”, explica o policial rodoviário federal Raone Nogueira.

Numa outra ocorrência, os policiais praticamente desmontaram a carroceria desta caminhonete.
O veículo estava forrado de maconha e de cocaína e tinha mais: 200 quilos de maconha transportados em um carro de passeio.

Em outro veículo, primeiro, os policiais tentaram com um martelinho. Até apelarem para uma barra de ferro. De cada 100 kg de maconha apreendidos pela PRF no Brasil, 25 foram pegos nesta faixa de fronteira, este ano.

Na caminhonete, eles começaram tirando o forro das portas, mas tiveram de desmontar praticamente o veículo inteiro.

"A droga agora está dentro do duto de ar condicionado”, diz o policial.

“É comum a gente estudar os modelos dos veículos, das marcas, para saber onde é possível que tenha ali um espaço que a pessoa pode colocar ou droga ou produtos de contrabando e descaminho”, conta Raone Nogueira.

Às vezes, é preciso chamar os bombeiros. Só com equipamento especializado para abrir a lataria e tirar centenas de tabletes de dentro de um caminhão-tanque. Era um carregamento: mais de mais de quatro toneladas de maconha: a maior apreensão do ano, na região.

Agora você vai acompanhar uma das apreensões mais improváveis: os policiais balançam o carro e desconfiam que tem droga escondida dentro do tanque. E estão certos!

São 22 tabletes de cocaína misturados ao combustível. Os traficantes também usam outros disfarces, como balanços infantis e caixas de som.

Na última sexta-feira, numa ação muito parecida, os policiais encontraram três toneladas de maconha escondidas num fundo falso enorme na carroceria de uma carreta. Os bombeiros foram chamados de novo para retirar as placas de metal, que camuflavam a carga ilegal.

E não basta identificar o esconderijo.

“Não basta identificar. Tem que comprovar, para ter todo o respaldo legal de fazer a documentação e encaminhar para o órgão competente”, explica Raone Nogueira.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

JOVENS DA SERRA GAÚCHA EXECUTADOS NO PARAGUAI


Encontrados no Paraguai corpos que seriam de jovens de Bento Gonçalves. Polícia paraguaia enviou fotos de homens encontrados na beira de um rio e família de um deles já fez o reconhecimento

ZH  19/08/2014 | 07h201


Lucas Morini e Dionatan Dias deixaram de contatar a família em 25 de julhoFoto: Montagem sobre fotos de arquivo pessoal/ Divulgação


Depois de 24 dias, o desaparecimento de dois amigos de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, começou a ser desvendado nesta segunda-feira. Segundo a Polícia Civil, fotos enviadas por agentes do Paraguai de dois homens encontrados na beira de um rio seriam dos jovens gaúchos.

A família de Lucas Morini, 23 anos, já fez o reconhecimento através das imagens na tarde desta segunda, pois estava com a polícia quando elas chegaram às mãos dos agentes. A identificação do segundo corpo, que seria de Dionatan Cordova Dias, 28 anos, está marcada para a manhã desta terça-feira.

— Acreditamos que seja mesmo ele (Dionatan), devido às tatuagens encontradas no corpo, mas o reconhecimento oficial será feito amanhã (terça-feira) — adianta a delegada Isabel Pires Trevisan.

Ainda conforme ela, os corpos estavam parcialmente dentro de um rio na cidade de San Alberto, a cerca de 870 quilômetros de Bento Gonçalves.


Lucas e Dionatan viajaram para Santa Catarina na tarde de 25 de julho, onde supostamente visitariam parentes. A investigação apontou que os dois chegaram a passar pelo Estado vizinho, mas ingressaram no Paraguai no dia seguinte. De lá, saíram cerca de uma hora e meia depois e retornaram para Santa Catarina. Desde então, não contataram mais a família.

— Estávamos investigando de tudo. Pedimos fotos de mortos e de acidentes do Brasil e do Paraguai, quebra de sigilo telefônico, ouvimos testemunhas, procuramos entre os presos. Hoje, depois de todo um trâmite burocrático entre os países, vieram essas fotos e tudo leva a crer que sejam eles — aponta a delegada.

Isabel diz que ainda não há suspeitas sobre o que aconteceu com os jovens e a forma como foram mortos. A investigação deve ficar com a polícia do Paraguai, pois os corpos foram encontrados lá.

Entenda o caso

Lucas Morini, 23 anos, e Dionatan Cordova Dias, 28 anos, eram vizinhos no bairro Progresso, de Bento Gonçalves, na serra gaúcha. Desempregado, Lucas tinha um filho de quatro anos e estava separado há mais de cinco meses. Dionatan, que tinha um filho de sete anos, morava com o pai e trabalhava comoauxiliar em uma empresa de embalagens. Os jovens não tinham passagens na polícia.

A bordo de um Fiat Idea verde, pertencente a uma tia de Lucas, eles viajaram para Santa Catarina na tarde de 25 de julho, onde supostamente visitariam parentes.

A investigação apontou que os dois chegaram a passar pelo Estado vizinho, onde estiveram na casa do ex-companheiro da mãe de Lucas, em Palmitos.

No entanto, imagens de segurança comprovam que, pouco tempo depois, o Idea passou pela Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu, no Paraná, a Ciudad del Leste, no Paraguai. Uma hora e meia depois, eles retornaram a Santa Catarina e não fizeram mais contato com os familiares.

ENTERRADO CORPO DE GAÚCHO EXECUTADO NO PARAGUAI


Corpo de morador de Bento Gonçalves morto no Paraguai será sepultado na manhã desta quarta. Dionatan Cordova Dias foi executado ao lado do amigo Lucas Morini, no final de julho

ZH 03/09/2014 | 06h45


Foto: Claudio Vaz / RBS


O corpo de Dionatan Cordova Dias, 28 anos, executado a tiros no Paraguai, será sepultado na manhã desta quarta-feira. A Funerária Rhema, que fez o traslado, afirmou que o corpo chegou durante a noite ao Estado. O enterro ocorre às 8h em Restinga Seca, no Centro do Rio Grande do Sul. Não há velório.


Dionatan morava em Bento Gonçalves e foi assassinado ao lado do amigo Lucas Morini, 23, no município paraguaio de Itakyry, a cerca de 100 quilômetros de Foz do Iguaçu, no Paraná. Os jovens deixaram Bento Gonçalves no dia 25 de julho com destino ao Paraguai.

A polícia do país vizinho encontrou os corpos no dia 27 de julho, às 8h, com várias marcas de disparos. Como estavam sem identificação, os dois foram enterrados como indigentes. Nos dias 18 e 19 do mês passado, familiares reconheceram os rapazes por fotos.

No final de semana, as famílias receberam autorização para ir ao Paraguai. Contudo, apenas Luiz Carlos da Silveira Dias conseguiu trazer o corpo do filho Dionatan ao Brasil. A família de Lucas Morini aguarda a conclusão de trâmites legais para trazê-lo a Bento Gonçalves. A expectativa é que o corpo chegue a Caxias do Sul, onde reside a mãe de Lucas, na manhã de quinta-feira.

— Minha irmã (mãe de Lucas) está lá esperando porque era preciso desenterrar, tudo isso demora. Era para ter sido hoje — diz Ivane Morini Panizzi, tia de Lucas.

O motivo da viagem dos amigos ao Paraguai não foi esclarecido. De acordo com a investigação, Dionatan e Lucas seguiram de Bento até Santa Catarina. Eles passaram pela cidade do Palmitos, onde mora um ex-companheiro da mãe de Lucas. No dia seguinte, conforme imagens de câmeras de monitoramento, o Fiat Idea verde dirigido pelos rapazes passou pela Ponte da Amizade por volta das 10h.

Uma hora e meia depois, há a imagem do carro retornando. A estrutura liga Foz do Iguaçu, no Paraná, a Ciudad del Leste, no Paraguai. O ex-companheiro da mãe de Lucas confirmou que os amigos retornaram a Palmitos no dia 26. A última ligação de Lucas para a mãe foi no dia 27, a 1h, dizendo que eles voltariam ao Paraguai. Sete horas mais tarde, os corpos foram encontrados na beira de um rio.

Não há imagens dessa segunda ida da dupla ao país vizinho. Por conta disso, suspeita-se que eles tomaram uma rota alternativa. A investigação dos assassinatos está sob a responsabilidade da polícia paraguaia.



domingo, 31 de agosto de 2014

REDE DE PROTEÇÃO BURLAVA A SEGURANÇA DA FRONTEIRA

REVISTA ISTO É N° Edição: 2336 | 29.Ago.14


As visitas de Abdelmassih ao Brasil. Enquanto esteve foragido, ele veio ao País e até participou de um churrasco em Jaboticabal (SP). O MP apura como funcionava a rede de proteção ao ex-médico



Raul Montenegro



Capturado no Paraguai após mais de três anos foragido depois de ser condenado a 278 anos de prisão pelo estupro de 37 mulheres, o ex-médico Roger Abdelmassih teve apoio de uma ampla rede de proteção enquanto esteve foragido. Manteve contato com parentes, amigos e até com um psiquiatra de São Paulo com quem ele e a mulher, a ex-procuradora Larissa Sacco, fizeram terapia de casal durante a estada no Exterior. Tinha tanta segurança de que não corria perigo de ser pego que visitou regularmente o Brasil nesse período. O porto seguro era Jaboticabal (SP), terra natal de Larissa. Segundo as investigações iniciais, o casal usou uma casa num pacato bairro do município para se encontrar com a família quando já viviam no Paraguai. Elaine Sacco, cunhada do ex-médico, manteve o imóvel alugado entre 23 de março de 2012 e 15 de fevereiro de 2013. ISTOÉ apurou que Abdelmassih participou, inclusive, de um churrasco para 15 pessoas no local em 2012. O grupo de vítimas do ex-médico recebeu relatos semelhantes de moradores de Jaboticabal.


PORTO SEGURO
Elaine Sacco, cunhada de Abdelmassih, alugou por um ano a casa
onde ele participou de um churrasco para 15 pessoas em 2012



As pessoas mais próximas também operavam uma diversificada engenharia financeira para permitir que a fortuna acumulada pelo ex-médico no Brasil cruzasse a fronteira. Abdelmassih recebeu, por exemplo, recursos de Ruy Marco Antônio, ex-dono do Hospital São Luiz, em São Paulo. Mas o Ministério Público (MP) suspeita que a maior parte dos repasses se dava por outras duas frentes. A primeira envolvia grandes quantidades de dinheiro em espécie, escondido provavelmente em São Paulo e Jaboticabal. O MP trabalha com a hipótese de que os valores eram intermediados pela cunhada Elaine e por Maria Stela Abdelmassih, irmã do ex-médico. Era notório que ele aceitava pagamento em dólares na sua clínica. A investigação aponta que funcionários da família faziam o transporte até o Paraguai.

A segunda envolvia um esquema de lavagem de dinheiro. Uma das empresas por trás da rede seria a Colamar, aberta no nome de Larissa e controlada por Elaine, que teria como objetivo remeter, às escondidas, recursos para o casal. Uma das suspeitas do MP recai sobre negociações feitas em 2010 entre a Colamar e uma produtora de frutas de Bebedouro (SP). A produtora destinou ao menos R$ 5,2 milhões à companhia dos Abdelmassih. Também está na mira do MP um banco paulistano dono de fazendas que pertenceram ao condenado. A transferência de propriedade foi feita em 2009, às vésperas da condenação, mas até hoje a instituição não passou as terras adiante. Usadas para o cultivo de laranjas, elas demandam uma expertise que não faz parte das atividades de um banco. A promotoria ainda investiga o caso, e os envolvidos poderão responder por lavagem de dinheiro, falsidade documental e favorecimento pessoal. ISTOÉ procurou Maria Stela e Elaine, mas elas não se pronunciaram.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

OS NOVOS IMIGRANTES SOB A AMEAÇA DOS COIOTES

ZERO HORA 18/08/2014 | 05h01

Traficantes de pessoas chegam a cobrar US$ 2 mil para trazer haitianos, que também sofrem extorsão de policiais e taxistas no Peru e na Bolívia. Rede de corrupção inclui venda de vistos e outros documentos falsificados

por Carlos Rollsing e Humberto Trezzi


"Por sorte, eu tinha dinheiro, mas muitos haitianos que ficam na mesma situação são obrigados a passar fome", diz RoldyFoto: Diego Vara / Agencia RBS


Falar com os novos migrantes radicados no Rio Grande do Sul (personagens de reportagem especial publicada na ZH deste domingo) também é colher testemunhos de um martírio. Quase todos penaram no caminho até o Brasil, sobretudo os que ingressaram pelo Acre, na fronteira com o Peru. São frequentes os relatos de extorsão por parte de coiotes – traficantes de seres humanos – e da polícia estrangeira, além de casos de estupro.

Wilkenson Samsom, 19 anos, vive com o pai em Encantado. Ambos trabalham em frigorífico da Dália Alimentos. Para realizar o sonho da vida melhor, o jovem teve de pagar US$ 300 a coiotes e policiais peruanos. Situação semelhante ocorreu com Roldy Julien, 25 anos, presidente da Associação Haitiana de Encantado. Ele fez a rota da maioria dos seus compatriotas: foi até Quito, no Equador, e lá tomou um ônibus que atravessou parte do país, ingressou no Peru e chegou até a fronteira do Brasil, entrando pelo Acre.

No Peru, com quatro amigos, foi extorquido duas vezes. Na primeira, o quarteto teve de pegar 500 sóis (moeda peruana) e mais US$ 300. Receberam um salvo-conduto. Dias depois, perto do Brasil, foram abordados novamente. Veio a notícia de que o papel que tinham em mãos já não valia mais. Dessa vez, Julien foi forçado a pagar sozinho a quantia de US$ 200. Seu passaporte ainda ficou apreendido por uma semana, tempo em que ele precisou se desdobrar com o dinheiro que lhe restava para garantir teto e comida.

— Não sei se tem ladrão no Peru. Mas parece que a polícia é pior — desabafa Julien, que, no Rio Grande do Sul, perdeu três dedos da mão direita em um acidente de trabalho.


Os relatos se repetem desde 2010, quando explodiu a nova imigração para o Brasil. Em maio de 2011, 20 haitianos recorreram à Polícia Federal em Tabatinga (AM), denunciando um compatriota deles chamado Repert Julien, 28 anos, que teria descumprido promessa de hospedagem paga por eles. Em 5 de julho daquele ano, os federais prenderam Julien, que cobrava até US$ 2 mil para trazer haitianos do Peru ao Brasil. Foi o primeiro inquérito de uma série.

No Acre, foi preso em abril de 2013 o jogador de futebol haitiano Innocent Olibrice, quando tentava embarcar no aeroporto de Rio Branco um garoto de 13 anos, haitiano, para Macapá (AP). Innocent, que atuava num time acreano e foi solto cinco dias depois, responde a processo judicial por tráfico de pessoas e estelionato. De acordo com as investigações da PF, o atleta está envolvido numa rede de coiotes. Ele foi contratado pela família do menino para encaminhá-lo à Guiana Francesa ao custo de 500 euros (o equivalente a cerca de R$ 1,5 mil).

Innocent negou a acusação, mas é processado. A pena para o tráfico é de um a três anos de reclusão e expulsão do país.A socióloga Letícia Mamed entrevistou centenas de migrantes no Acre e constatou: a fuga em razão da falta de trabalho, educação, saúde, habitação e segurança no seu país de origem impulsiona a migração, seja legal ou ilegal. No Haiti, por exemplo, esse negócio conta com despachantes, falsificadores, aliciadores e coiotes no processo de agenciamento. Relatos também informam existir naquele país a venda de vistos e outros documentos falsificados, inclusive supostas facilidades que prometem acelerar a viagem. Algo que aumentou após o terremoto de 2010.

Na viagem ao Brasil, os haitianos pagam entre US$ 2 mil e US$ 5 mil (valor semelhante ao cobrado de ganeses entrevistados por ZH em Criciúma e em Caxias do Sul). E são vítimas frequentes de extorsões praticadas por policiais e taxistas, sobretudo peruanos e bolivianos. Letícia estima que, de 2010 a 2014, os haitianos já teriam gasto cerca de R$ 6 bilhões em pagamentos à rede de tráfico e corrupção estruturada para chegar ao Acre.

E não só haitianos. Em torno de 16 diferentes nacionalidades já passaram pelo acampamento montado pelas autoridades acreanas na fronteira com o Peru. Todos mostram receio em falar sobre os contatos, a organização do percurso, os agentes contratados e a realização da viagem em si. E quando decidem falar sobre o assunto, geralmente as explicações são pactuadas pelo grupo antes da exposição ao interlocutor.





Empresas agilizam os vistos e arranjam emprego aos migrantes

A vigorosa migração de africanos e centro-americanos para o Brasil tem rendido lucros a dois tipos de empresas: as que se especializam em legalizar a situação dos imigrantes e as que prometem colocá-los no mercado de trabalho. O primeiro serviço é o mais urgente – sem ele, o forasteiro fica clandestino. O segundo é necessário para viabilizar financeiramente a permanência do estrangeiro no país. Esse tipo de intermediação é permitido pela lei.

Em Criciúma, maior polo de atração de ganeses para o Brasil, Zero Hora recebeu a informação de que uma das empresas que legaliza a situação de estrangeiros é a Fullvisa, de Brasília. O site da firma anuncia alguns dos serviços oferecidos: visto temporário para quem tem trabalho no Brasil, transformação do visto temporário em permanente, solicitação de permanência definitiva com base em casamento com brasileira (o). No item Nossa Visão, a Fullvisa não esconde a meta: “Atingir a liderança no mercado nacional de imigração de estrangeiros”.

Como a Fullvisa se localiza em Brasília, torna-se mais fácil e ágil a entrada, acompanhamento e eventuais visitas aos órgãos responsáveis pela análise dos pedidos de visto, uma vez que estes se encontram na Capital Federal – justifica a empresa, que atua há 10 anos.

Proprietário da Fullvisa, o administrador de empresas Charliston Ferreira admite que seu ganha-pão é a legalização de estrangeiros, mas nega que priorize a nova onda de migrantes africanos e centro-americanos. Trabalha mais com auxílio a empresas europeias e americanas que pretendem trazer seus funcionários para o Brasil, para pequenas ou grandes temporadas.

– Agimos como despachantes especializados em estrangeiros. Atuamos em processos administrativos junto ao Ministério do Trabalho, requisições de visto à Polícia Federal. Conseguimos legalizar a situação de algumas centenas por ano – diz Charliston, que aprendeu o ofício nos EUA.

Agência ganha a cada empregado

Outra empresa que atua na legalização de estrangeiros é a Overseas, com sede em São Paulo. O foco é em grandes empresas multinacionais que precisam estabilizar a vida de seus funcionários estrangeiros no Brasil, mas também legaliza novos migrantes caribenhos e africanos. Há poucos dias, a Overseas conseguiu agilizar vistos para 20 haitianos que atuam num supermercado e em duas firmas de construção civil. Foi contratada pelas empresas, não pelos migrantes.

– Prestamos consultoria, ensinamos os caminhos mais ágeis – resume Mateus Valério, gerente da Overseas.

Nem ele, nem o dono da Fullvisa revelam valores cobrados.


Fábrica de móveis contrata migrantes via agência que atua há 21 anos na Serra. Foto: Diego Vara, Agência RBS

O passo seguinte, para o migrante, é conseguir serviço. É aí que entram empresas como a Talentum, agência de empregos que atua há 21 anos na região serrana do Rio Grande do Sul. No ano passado, eles arranjaram serviço para 80 migrantes africanos e caribenhos. Foram trabalhar em indústrias de sucos, de móveis, autopeças e limpeza. O recrutamento e seleção exige que pelo menos um do grupo de migrantes fale português ou espanhol. Ele será o guia dos demais nas negociações de trabalho. E qual o ganho da Talentum?

– Cobramos do empresário que vai dar emprego aos migrantes 50% do primeiro salário de cada um dos novos empregados. É uma taxa padrão – informa Ricardo Soldatelli Borges, proprietário da Talentum, que é psicólogo e ajuda a fazer a triagem. – O valor não é deduzido dos contracheques.

Borges se orgulha dessa atividade e diz que desconhece reclamações quanto à qualidade do serviço prestado pelos migrantes:

– Com a presença dos estrangeiros, diminuíram as queixas quanto a faltas ao serviço e empregados doentes.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

ATAQUES A NAVIO NO PORTO DE RIO GRANDE

CORREIO DO POVO 01/08/2014 00:31

Ananda Müller/Rádio Guaíba

Polícia Federal abre inquérito para investigar ataques a navios no Porto de Rio Grande. Embarcações foram invadidas durante a madrugada desta quinta-feira



Invasão teria acontecido durante a madrugada
Crédito: Divulgação Polícia Federal / CP


A Polícia Federal (PF) abriu nesta quinta-feira inquérito para investigar dois ataques realizados contra navios atracados em águas próximas ao Porto de Rio Grande, no Sul do Estado. De acordo com nota divulgada pela assessoria da PF, o primeiro navio foi invadido por volta das 3h, à distância de 10 milhas além da barra. Conforme informações preliminares, alguns contêineres armazenados no interior da embarcação foram arrombados e embalagens de carne foram roubadas. A suspeita é de que os invasores tenham fugido em uma pequena embarcação.

O segundo caso foi registrado em um navio de bandeira espanhola que fazia o transporte de gás. O barco foi invadido pelos bandidos por volta das 5h, no Canal do Porto. A tripulação percebeu a presença dos invasores e o alarme foi acionado, momento em que os bandidos fugiram com o auxílio de cordas pela lateral do navio. O bando escapou também em uma pequena embarcação.

A Polícia Federal realizou a coleta de provas e impressões digitais, e deve ouvir a tripulação dos navios invadidos para tentar identificar os autores das ações criminosas. Além disso, as imagens das câmeras de segurança do Porto de Rio Grande devem ser solicitadas para auxiliar nas buscas aos suspeitos. A Polícia também não descartou que o mesmo grupo seja o autor dos dois ataques.





sábado, 19 de julho de 2014

CEM QUILOS DE MACONHA EM URUGUAIANA

CORREIO DO POVO 19/07/2014 09:41

Ação da PF apreende 100 quilos de maconha em Uruguaiana. Toyota Corolla transportava droga na BR 290 e dois homens foram presos




Ação da PF apreende 100 quilos de maconha em Uruguaiana
Crédito: Polícia Federal / Divulgação / CP


Uma ação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu na madrugada deste sábado 100 quilos de maconha em Uruguaiana, na Fronteira Oeste do Estado.

Segundo informações dos policiais rodoviários, a apreensão ocorreu no km 714 da BR 290, quando a droga foi encontrada em um Toyota Corolla que era conduzido por um idoso de 66 anos.

O homem era acompanhado por um comparsa, que estava em um segundo veículo, um Ford Ka, que serviu de batedor. Os suspeitos foram encaminhados à PF do município para o registro do flagrante.

TRÁFICO DE MUNIÇÕES

CORREIO DO POVO 19/07/2014 11:42 

Jerônimo Pires / Rádio Guaíba

Homem é preso por tráfico de munições em Vila Nova do Sul. Carro usado por suspeito era clonado e foi localizado na BR 290




Homem é preso por tráfico de munições em Vila Nova do Sul
Crédito: Polícia Federal / Divulgação / CP


Um homem foi preso na noite dessa sexta-feira por tráfico internacional de munições de uso restrito e receptação de veículo clonado. A ação da Brigada Militar (BM) e da Polícia Federal (PF) ocorreu no km 371 da BR 290 em Vila Nova do Sul, na região Central do Estado.

Segundo os agentes, no interior do Nissan March, de cor prata e emplacado em Porto Alegre, foram localizados 1.102 projéteis. O carro era clonado. O preso, de 31 anos, é natural de São Leopoldo e não possuía antecedentes criminais.

São 500 cartuchos de fuzil, 350 de pistola 9 milímetros (de uso exclusivo das Forças Armadas e da Polícia Federal, 250 munições de pistola 380 e 2 cartuchos de revólver 38. A maior parte do armamento é de origem estrangeira. Além da munição e do veículo, os agentes também recolheram R$ 7 mil em dinheiro, quatro celulares, cartões bancários, um leitor e gravador de cartões magnéticos e joias.



segunda-feira, 30 de junho de 2014

CARREGAMENTO DE 7O KG DE COCAÍNA É INTERCERTADO NUMA CASA EM PORTO ALEGRE


DIÁRIO GAÚCHO 29/06/2014 | 16h11

Eduardo Torres

Apreendidos 70kg de cocaína em casa da Zona Sul. Droga vinha em carregamento do Exterior e foi interceptada pela Polícia Federal. Cinco pistolas também foram apreendidas em casa no Bairro Vila Nova



Material foi apreendido no Bairro Vila NovaFoto: Divulgação / Polícia Federal



Uma ação conjunta da Polícia Federal com a Brigada MIlitar terminou, na madrugada deste domingo, com a interceptação de um carregamento de 70kg de cocaína que chegavam a uma casa no Bairro Vila Nova, Zona Sul de Porto Alegre. Um homem de 29 anos, que teria recebido a droga e a armazenado na casa da tia foi preso em flagrante.

De acordo com o delegado Fabrício Argenta, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, da Polícia Federal, a maior parte da droga estava na forma de pasta-base, e provavelmente seria transformada em crack para a venda na Capital.

Os tijolos de cocaína já haviam sido escondidos em um forro falso na parede da garagem da casa. Junto da droga, havia ainda três pistolas 9mm e duas .380. A suspeita é de que também tenham sido adquiridas no Paraguai.


DIÁRIO GAÚCHO

quinta-feira, 29 de maio de 2014

DESMANTELADA QUADRILHA DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS


CORREIO DO POVO 29/05/2014 09:59


PF desmantela quadrilha de tráfico internacional de drogas. Operação Suçuarana foi deflagrada no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul



A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira a operação Suçuarana para desmantelar uma organização criminosa de tráfico internacional de drogas. Devem ser cumpridos mandados de prisão e 26 mandados de busca no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul, além do sequestro de 21 imóveis e 120 veículos, entre carros, utilitários e caminhões.

A investigação da PF durou aproximadamente um ano e desmontou um esquema de tráfico que movimentava células em diversos estados brasileiros. Neste período, houve apreensões de entorpecente, totalizando 1,1 tonelada de cocaína e 3 toneladas de maconha. Mais de 150 policiais federais estão envolvidos na ação.

A cocaína saía da Bolívia e chegava ao Paraguai de avião, em seguida era atravessada para o Brasil, via terrestre, até Ponta Porã. Lá havia um laboratório de refino, estourado em 28 de março. O entorpecente era embalado e transportado para Dourados (MS), de onde seguia em fundos falsos de caminhões para quatro estados: Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Alguns integrantes da quadrilha moravam em condomínios de luxo e possuíam carros importados. Em um dos casos, um indivíduo montou uma revenda de veículos para justificar o seu patrimônio. Os presos devem responder pelos crimes de Tráfico de Drogas com agravante pela transnacionalidade, Associação por Tráfico, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro. Se somadas, as penas máximas ultrapassam 33 anos de prisão.



A operação foi entitulada Suçuarana em referência a um dos nomes da onça-parda, mamífero com ampla distribuição geográfica e exímio predador. A relação vem com o alcance do grupo e sua agilidade em realizar operações de tráfico.


quarta-feira, 28 de maio de 2014

ARMAS ILEGAIS E O TRÁFICO ALIMENTAM A VIOLÊNCIA NO PAÍS




O ESTADO DE S.PAULO, 27 de maio de 2014 | 20h 52


Falta inteligência estruturada para os órgãos do Estado atuarem contra o crime organizado om mais eficiência

Bárbara Bretanha


SÃO PAULO - O crime organizado, especialmente o tráfico de drogas, tem uma simbiose com o mercado de armas que aumenta a violência no Brasil. O País é líder em número de homicídios por armas de fogo, de acordo com o relatório Mapa da Violência de 2013. Levantamento realizado em 2010 pela ONG Viva Rio estimava que 57% das 17,6 milhões de armas em circulação são ilegais. O crime organizado detém um arsenal de 5,2 milhões de armas, tornando evidente a relação entre a insegurança e a atuação de grupos de bandidos. "O problema do tráfico é que todo o processo é ilegal e, portanto, cercado de uma insegurança que exige que seus membros andem armados.” afirma a professora titular da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Alba Zaluar.

Alba aponta a política de combate às drogas como um dos problemas. A ilegalidade faz com que o processo, da produção à distribuição, seja acompanhado de violência. Segundo levantamento de 2013 do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), 25% da população carcerária é formada por condenados por narcotráfico. Mas muitos presos são usuários ou pequenos traficantes, facilmente substituíveis no crime. “O Brasil precisa melhorar a forma de combate, com base na inteligência. Não adianta focar nas facções criminosas que atuam só no varejo, são valores muito menores que o de figurões que nunca são investigados, mas que estão por trás do tráfico”, afirma a professora. “A impunidade é garantida pelo fato de a investigação ser muito difícil, porque tem a complacência e atuação dos próprios agentes do Estado, principalmente no Judiciário. Onde quer que haja tráfico, há polícia corrupta.”

“Damos ênfase às organizações nascidas nas cadeias, como o PCC e Comando Vermelho, mas não existe grupo criminoso no mundo que tenha existido sem vínculo com o Estado”, afirma o cientista político e ex-subsecretário de Segurança Nacional Guaracy Mingardi, “É uma tradição brasileira fingir que o problema não existe.”

Para Mingardi, o Rio de Janeiro é um bom exemplo. “O Estado fingia que o tráfico nos morros era uma coisa sem solução, como se fosse algo da natureza, e deixava o controle de grande maioria dos morros para a criminalidade.” De acordo com o cientista político, só depois que o problema foi redefinido tornou-se possível reconquistar o território ocupado pelos bandidos. “O Estado readquiriu o controle formal, mas isso não diminui a força do tráfico”, diz.

Segundo Mingardi, mesmo que o Rio de Janeiro consiga desmantelar a cúpula do Comando Vermelho, outra organização assumirá o espaço deixado. “Foi o que aconteceu na Colômbia com o Cartel de Medellín. É preciso perceber o que faz essas organizações ficarem fortes”, afirma. De acordo com o cientista político, um dos principais problemas é a falta de inteligência estruturada das forças policiais e a cooperação entre setores. “O que existe é uma série de informações desconectadas”, diz. Para Mingardi, outro problema é a ausência de forças-tarefas e um sistema de investigação contábil, para identificar o dinheiro do tráfico.

Para a pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP Camila Nunes Dias, o problema é falta de interesse político. “A polícia deve identificar quem está no centro e quem são os financiadores, sobretudo no narcotráfico”, diz. De acordo com Camila, os membros realmente influentes raramente são perseguidos, enquanto os mais pobres acabam na cadeia. Ela cita o exemplo do helicóptero da família do senador Zezé Perrella (PDT-MG) apreendido em Espírito Santo com quase meia tonelada de cocaína no fim de 2013. Apenas os pilotos e os carregadores da droga foram investigados. Em abril deste ano, acabaram soltos pela Justiça Federal e vão responder ao processo em liberdade.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É sabido que a armas de guerra e drogas pesadas passam pelas livres e abertas fronteiras do Brasil, sem controle, monitoramento constante , ações efetiva e policiamento ostensivo e permanente. A segurança nas fronteiras é executada de modo amador, superficial, pontual, improvisado e inútil para enfrentar os ardilosos contraventores e traficantes internacionais.

TRAFICANTE COM ESCRITÓRIO DENTRO DA CADEIA

JORNAL EXTRA 28/05/14 07:09

Traficante brasileiro tem escritório do crime dentro de penitenciária no Paraguai


Interior da penitenciária de Tacumbu: presos comuns vivem uma realidade diferente da de Jarvis Pavão

Guilherme Amado


O brasileiro Jarvis Ximenes Pavão (veja o perfil) tem um gabinete de 20 metros quadrados, equipado com dois computadores, impressora, televisor de tela plana e geladeira. Na porta, seguranças guardam o escritório. Ele é embaixador, mas não de um país. Sua pátria é o Narcosul. Preso na penitenciária nacional de Tacumbu, em Assunção, capital do Paraguai, Pavão pagaria US$ 300 (cerca de R$ 660) diários pela mordomia. Após entrevistas com nove fontes — três do Itamaraty e as demais da Polícia Federal brasileira, da Justiça Federal do Mato Grosso do Sul, da Secretaria Antidrogas do Paraguai (Senad) e do Ministério Público paraguaio — o EXTRA confirmou que, para a operação de Jarvis Pavão, estar preso não é uma punição. É um benefício.

Desde o último domingo, a série de reportagens “Os embaixadores do Narcosul”, cofinanciada pelo Instituto Prensa y Sociedad (Ipys), mostra como funciona o maior bloco de tráfico de drogas do mundo, no qual organizações criminosas de Bolívia, Brasil, Paraguai e Peru conseguem uma integração superior para suas operações à oficial de seus países. A corrupção é o óleo que lubrifica essa engrenagem e desemperra as amarras que as leis criam.

Tacumbu é o maior presídio do Paraguai, com 3.108 pessoas onde caberiam mil, segundo o próprio diretor da penitenciária, Artemio Vera. Quem não fatura como Pavão e não pode pagar por essas condições vive em condições degradantes.

Assista ao primeiro vídeo da série sobre o Narcosul:




Artemio Vera conversou na noite desta terça-feira com o EXTRA por telefone e negou que Pavão tenha a mordomia. De acordo com ele, o brasileiro fica separado dos demais presos por “questões de segurança”. No entanto, o EXTRA conseguiu confirmar que pelo menos uma autoridade já foi submetida a revistas de segurança pelos homens de Pavão, que do lado de fora da cela procuram armas ou outras possíveis ameaças à segurança de seu chefe em todos que entram no gabinete.

Fronteira do Brasil com o Paraguai Foto: Cléber Júnior / Extra



O EXTRA levantou casos de corrupção de agentes públicos nos quatro países em que os embaixadores do Narcosul operam. No Brasil, o envolvimento de que se tem mais notícia é o de policiais militares e civis com traficantes. A PF investiga seis casos de agentes federais em todo o país. No Judiciário e no Congresso Nacional, nunca houve a condenação de nenhum juiz ou congressista por este tipo de delito.

Segundo o último levantamento da Transparência Internacional, entidade que mapeia a percepção da corrupção em todo o mundo, a Bolívia ocupa a 106ª posição no ranking de corrupção. O Brasil está em 72ª posição, o Paraguai, na 150ª posição e o Peru, na 83ª posição. A percepção da corrupção por sistemas judiciários na Bolívia, ficou em 76% dos entrevistados. No Brasil, foi de 50%. No Paraguai, 79%. No Peru, 85%.

A procuradora nacional antidrogas do Peru, Sonia Medina, conduz hoje uma investigação que apura o envolvimento de parlamentares com o narcotráfico. Há dez anos no cargo, já acusou e conseguiu a condenação de dez juízes por terem sido corrompidos por traficantes.

Marco Alcaraz, procurador da unidade especializada de luta contra o narcotráfico Foto: Cléber Júnior / Extra

Apesar das denúncias de benefícios na cadeia a Pavão, Marco Alcaraz, procurador da unidade especializada de luta contra o narcotráfico, afirma que o combate à corrupção de agentes públicos no Paraguai é permanente:

— A corrupção envergonha. A Senad paraguaia, envolvida diretamente com o problema, trabalha muito para tentar evitar que agentes sejam corrompidos pelos traficantes. No Ministério Público, em que temos o dever de acompanhar todas as ações da Senad, ou seja, travamos um contato direto com os traficantes, todos os fiscais (procuradores) sérios têm o dever de se posicionar frente ao narcotráfico com firmeza, para não deixar margem a dúvidas.

Mesmo com esse cuidado, explica Alcaraz, já houve casos de corrupção identificados e punidos. Um deles, envolvendo o nome do traficante brasileiro Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar:

— Em 2005, o fiscal Carlos Calcenas foi condenado a seis anos de prisão por ter roubado US$ 200 mil (R$ 440 mil, em valores atuais) que foram apreendidos com um comparsa do brasileiro Fernandinho Beira-Mar.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

QUATRO TONELADAS DE MACONHA NA FRONTEIRA DO MS

CORREIO DO POVO 15/05/2014 12:19

Apreendidas quatro toneladas de maconha na fronteira com MS. Droga estava camuflada em carga de madeira de caminhão




Droga estava camuflada em carga de madeira de caminhão
Crédito: Divulgação / DOF / CP


Foram apreendidas quatro toneladas de maconha pelo Departamento de Operações de Fronteira (DOF) nessa quarta-feira. A operação ocorreu na MS 295 em Eldorado, Mato Grosso do Sul.

De acordo com o DOF, a apreensão ocorreu durante a fiscalização de um caminhão Mercedes Benz, com placas da cidade de Iporã, no Paraná. Foram achados no veículo 161 fardos contendo maconha camuflada sob a carga original, que deveria ser somente de madeira. Questionado a respeito da droga, o motorista informou que foi contratado para levar a carga de Paranhos, no Mato Grosso do Sul, até a cidade de Araçatuba, em São Paulo.

Diante dos fatos, o condutor foi preso e encaminhado juntamente com a droga e o caminhão apreendido à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (DEFRON), na cidade de Dourados, para as providências pertinentes a Polícia Judiciária.

domingo, 11 de maio de 2014

ÁGATA OITO


ZERO HORA 11/05/2014 | 18h11


por Juliana Bublitz

Operação combate crimes fronteiriços de olho na Copa. No Rio Grande do Sul, estão envolvidos em torno de 5,7 mil militares, do Exército, da Marinha e da Aeronáutica


Teve início no sábado, em todo o Brasil, a oitava edição da Operação Ágata, promovida pelas Forças Armadas em parceria com uma série de órgãos governamentais — entre eles as polícias federal e militar, a Receita Federal e o Ibama. O foco da ofensiva, que se estenderá até o fim do mês, é o controle das fronteiras, de olho na segurança da Copa do Mundo.

Entre os crimes combatidos, estão o narcotráfico, o contrabando e descaminho e o tráfico de armas e munições. Também são promovidas ações sociais, em parceria com órgãos de saúde, que incluem atendimento médico, odontológico e hospitalar em áreas carentes.

Ao todo, a operação conta com 30 mil militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica em 122 cidades fronteiriças. Trata-se da maior mobilização realizada pelo Estado no combate a crimes de Norte a Sul do país.

Só no Rio Grande do Sul, segundo o chefe do Centro de Operações do Comando Militar do Sul, coronel Newton Cléo Bochi, estão envolvidos em torno de 5,7 mil militares. Nas primeiras 24 horas de atividade foram apreendidas cinco motos e duas armas (uma pistola e um revólver) com documentação irregular. Além disso, duas embarcações em situação ilegal foram notificadas.

A expectativa, conforme Bochi, é repetir os números da Operação Ágata Sete, realizada durante a Copa das Confederações, no ano passado _ ou superá-los. Na época, foram recolhidos 2,9 toneladas de maconha, 5,4 quilos de cocaína e 121 veículos irregulares, entre outros itens.

— Queremos que a Copa transcorra bem e que cidades como Porto Alegre sejam atrativas para os estrangeiros. Esse trabalho nas fronteiras vai contribuir para isso, porque dificultará a entrada de objetos ilícitos, como armas e explosivos, e reduzirá a criminalidade — afirma Bochi.



Voce sabia?

A fronteira tem 16.886 quilômetros de extensão, sendo 7.363 quilômetros de linha seca e 9.523 quilômetros de rio, lagos e canais.

São 23.415 quilômetros de rodovias federais.

Os estados de fronteira são: Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Os países vizinhos são: Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Peru, Paraguai, Argentina e Uruguai.

Fonte: Ministério da Defesa

sexta-feira, 9 de maio de 2014

PROMOTOR SE QUEIXOU À PRESIDENTE SOBRE T'RÁFICO NA FRONTEIRA DO RS

DIÁRIO GAÚCHO 08/05/2014 | 17h03

Promotor se queixou à Presidente Dilma sobre tráfico na fronteira do RS. Uruguaiana é o maior Porto Seco da América Latina



Ele reclama da falta de agentes na Ponte Internacional Uruguaiana
Foto: Rodrigo de Oliveira Vieira / Ministério Público de Uruguaiana


Humberto Trezzi



Excelentíssima Senhora Presidente da República... assim começa uma carta de desabafo sobre a fragilidade da segurança na fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Escrita por um promotor de Justiça de Uruguaiana, ela foi direcionada, sem escalas, à Presidenta Dilma Rousseff.

O promotor Rodrigo de Oliveira Vieira tomou a iniciativa por acreditar que só quem manda na União pode dar um jeito na complicada situação estratégica dos fronteiriços. Na carta, ele ressalta que Uruguaiana é o maior Porto Seco da América Latina, terceiro maior do mundo e que abriga de 700 a mil caminhões por dia. Além disso, faz fronteira com a Argentina e está a poucos quilômetros do Uruguai e algumas centenas do Paraguai. Vieira não economiza em alertas.

– Na cabeceira brasileira da Ponte Internacional Getúlio Vargas/Agustín Justo, o Estado brasileiro não se faz presente, sem qualquer agente público. A denominada "aduana integrada" funciona em território argentino. E nem lá há efetiva fiscalização e controle sobre a entrada de pessoas e automóveis em solo brasileiro, até porque nossos agentes sequer podem portar arma. Apenas observam a migração. O resultado, fácil de constatar, é que nossa fronteira fica absolutamente porosa e suscetível ao ingresso de drogas, armas de fogo e outros objetos de posse ilícita – acusa o promotor.

Vieira afirma, sem rodeios, que a maior parte das drogas ilícitas e armas apreendidas na região têm procedência estrangeira e ingressam no Brasil neste ponto fronteiriço, "em face da absoluta inexistência de controle nesta região da fronteira".

O objetivo do promotor é que a fiscalização deixe de ser num só ponto e volte a ser feita, com rigor, no lado brasileiro. Ele recebeu de delegados federais a promessa de incremento na fiscalização interna no Brasil. Até agora, a aduana continua apenas no lado argentino.

Como aumentou o trabalho nos três lados da fronteira, os policiais tratam de se entrosar com os castelhanos. Delegados da PF têm se reunido com colegas argentinos e uruguaios. A maior preocupação é que, após a liberação do plantio, apareça maconha vinda do Uruguai para o Rio Grande do Sul – algo que ainda não ocorreu em escala significativa.

*Zero Hora

sexta-feira, 4 de abril de 2014

NEGÓCIOS COM BEIRA-MAR



ZERO HORA 04 de abril de 2014 | N° 17753


SUA SEGURANÇA | HUMBERTO TREZZI




Nascido e criado em Ponta Porã, numa das mais violentas fronteiras do mundo (cidade-gêmea da paraguaia Pedro Juan Caballero), Jarvis Chimenes Pavão tem ligações com o Paraguai que não se limitam ao meio nome castelhano. Atualmente, o seu endereço é o cárcere de Tacumbu, em Assunção, onde é popular por distribuir comida e pagar advogado para os presos menos favorecidos. Ali se espremem 3,3 mil presos, em condições tão ruins como as do Presídio Central .

Pavão fugiu do Brasil após ter a prisão preventiva decretada, em 2000. Só foi capturado em dezembro de 2009, por policiais paraguaios, dentro da Operação Aliança (que estabelecia cooperação de brasileiros e paraguaios contra o crime). Em uma rara entrevista, em 2011, admitiu ter longa carreira no crime e ter sido viciado em drogas.

– Nunca neguei que fui traficante. Eu fui usuário. Usei droga sete anos. Cocaína. No dia 10 de outubro de 1991, eu tive a última overdose. Tive três overdoses e parei. Graças a Deus! Sei o que é o efeito da cocaína – disse à revista Época.

A PF tem várias teses sobre Pavão. Ele teria feito negócios com Fernandinho Beira-Mar, líder do Comando Vermelho. Seria plantador de maconha e atravessador de cocaína, comprada direto da guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Seu contato no Estado seria a organização Os Manos. Em Santa Catarina, Neném da Costeira, chefão do varejo do tráfico em Florianópolis. Telefonemas grampeados e depoimentos garantem a ele, com essa nova operação dos federais, um lugar na galeria dos fornecedores de droga para o Rio Grande do Sul.


CONEXÃO ASSUNÇÃO

Tráfico comandado de presídio no Paraguai. Operação da PF apreende 1,2 tonelada de drogas e desarticula quadrilha


Sem tiros, com pouco barulho, a Polícia Federal (PF) desarticulou aquela que considera uma das maiores quadrilhas de drogas em atuação no Rio Grande do Sul. O trabalho começou em junho, com 12 flagrantes desde então, que resultaram na prisão de 48 pessoas, apreensão de 1,2 tonelada de drogas, R$ 165 mil em espécie, 24 veículos (incluindo um motor home) e armas de calibre restrito (entre elas um fuzil AR-15, sete pistolas e uma submetralhadora). O inusitado, segundo a PF, é que o bando era chefiado de dentro de um presídio em Assunção, capital do Paraguai.

Conforme as investigações, a cocaína era encomendada na Bolívia pela quadrilha liderada pelo brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, preso na Penitenciária de Tacumbu, em Assunção. Após chegar ao Paraguai, era receptada em Ciudad del Este (na fronteira com o Brasil) por dois gaúchos, que dali faziam a droga atravessar a fronteira e ir para o Rio Grande do Sul, onde era redistribuída em células em Novo Hamburgo (Vale dos Sinos) e Santa Cruz do Sul (Vale do Rio Pardo).

200 quilos de cocaína seriam transportados em aeronave

O rastreamento do esquema culminou ontem, com a denominada Operação Panóptico, que resultou na captura de 15 pessoas em Porto Alegre, Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha, Santa Cruz do Sul e Farroupilha. Ao longo das investigações foram presos os líderes, os fornecedores, os transportadores e revendedores.

– Se seguisse atuando, iria aumentar em muito a circulação de drogas no Estado – afirmou o superintendente da PF gaúcha, Sandro Caron.

Conforme Caron, na medida em que as cargas eram interceptadas, e traficantes presos, a quadrilha mudava o modo de agir. Depois da apreensão de um motor-home, os criminosos passaram a remeter drogas em carros. Como o garrote prosseguiu, o bando planejou usar uma aeronave boliviana para o transporte de 200 quilos de cocaína, que seriam arremessados em uma propriedade em Mostardas, ação que acabou não se concretizando.

Caron fez questão de destacar a atuação dos agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Ao todo, 40 policiais trabalharam durante 10 meses. Nas investigações, o agente da PF Adécimo Joel Branco, 56 anos, morreu. Ele estava em uma viatura que capotou ao ser abalroada por traficantes durante perseguição na BR-386, em 11 de outubro, em Triunfo. O autor do abalroamento foi preso e deve responder por homicídio e tráfico de drogas – tinha 40 quilos de cocaína na caminhonete.

Sandro Caron. Superintendente da PF no Estado - ‘‘O crime sofreu um golpe, com a completa desarticulação dessa quadrilha.”

JOSÉ LUÍS COSTA

COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA. Bando abastecia Região Metropolitana, Vale do Sinos e a Serra

- A cocaína era encomendada na Bolívia pela quadrilha liderada pelo sul-mato-grossense Jarvis Chimenes Pavão, preso no Paraguai.

- Os gaúchos Fabrício Santos da Silva, o Nenê, e Ênio Santos de Souza, radicados em Ciudad del Este, na fronteira do Brasil com o Paraguai, compravam a droga de Pavão e a remetiam para o Rio Grande do Sul.
- Segundo a PF, até ontem Ênio e Nenê seguiam comandando o bando de dentro das cadeias. Nenê esta recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas e Souza, no Presídio Central.

- A droga era enviada para Novo Hamburgo. De lá, uma parte ia para Santa Cruz do Sul e distribuída para revendedores na Região Metropolitana e Serra.

segunda-feira, 17 de março de 2014

GUERRA DO BRASIL É NA FRONTEIRA


O Estado de S. Paulo, 15 de março de 2014 | 19h 26

Para agências de análise estratégica, o inimigo regional é o crime organizado

Roberto Godoy 



Depois de dois dias de chuva fina e neblina, finalmente um sábado de sol, céu sem nuvens - os três aviões de ataque, Super Tucanos, decolaram quase simultaneamente da base em Boa Vista, capital de Roraima, dois deles levando duas bombas de 230 quilos. Monitorados eletronicamente desde Manaus, distante 700 quilômetros, os turboélices do Esquadrão Escorpião faziam um voo manso, ajustando as coordenadas do alvo, a 218 km: uma faixa de terra rasgada no meio da selva; 300 metros de extensão por 15 de largura que recebia, para pouso e decolagem, aviões de traficantes de armas e drogas. Os A-29 da FAB entraram na aproximação final a 1.200 metros e, no momento do lançamento, faziam um mergulho a 600 metros. As bombas atingiram a pista a 550 km por hora, abrindo crateras de 10 metros de diâmetro por 3,5 m de profundidade.

O terceiro Super Tucano do grupo registrou toda a operação - mas tinha outra missão, mais delicada, de escolta armada, com metralhadoras .50, durante o tempo de bombardeio. Havia a possibilidade de que os quadrilheiros, cada vez mais ousados, disparassem contra os aviões militares.

O plano de ação de guerra e o cuidado com a segurança são justificados. A inteligência das Forças Armadas localizou em junho de 2013 ao menos 60 pistas irregulares, sete delas próximo das linhas de fronteira com a Colômbia e o Peru. As gangues mantêm o tipo de facilidades na Bolívia. O procedimento segue um padrão: pasta de coca e outros produtos, os eletrônicos principalmente, são trocados por armas ou apenas vendidos nesses pontos. Parada rápida e nova decolagem na direção de conexões em países de vigilância frágil, como o Suriname, ao norte.

A principal ameaça à segurança e defesa dos países da América Latina e Caribe é o crime organizado de grande envergadura que envolve tráfico de drogas, contrabando de armas e de componentes eletrônicos, sequestro e a ação de piratas e dos traficantes de pessoas. Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Londres, o Brasil reage a essa situação. Mantém as Forças Armadas mobilizadas e atua nas fronteiras com emprego de tropas e equipamentos em condição de combate. Está preparando duas grandes blindagens tecnológicas: o Sisfron, que deve fechar as fronteiras, e o SisGAAZ, a rede que cobrirá o Atlântico na proporção de 4,5 milhões de km², equivalente ao território do oeste da Europa. Ambos os sistemas serão feitos em etapas ao longo de dez anos e vão exigir, conjuntamente, algo como R$ 20 bilhões.

Só nas sete Operações Ágata, realizadas de agosto de 2011 a junho de 2013, os efetivos empregados chegaram a 76 mil, inclusos aí os agentes civis. O resultado: cerca 12 toneladas de drogas apreendidas, duas pistas de pouso destruídas, armas e munições recolhidas em larga escala.

O inimigo, todavia, ganha poder. O Estado teve acesso a um documento do Conselho Nacional de Inteligência dos Estados Unidos que destaca: as corporações criminosas como os Zetas, os Cavaleiros Templários II e o Cartel de Jalisco Nova Geração - todos de origem no México, mas com ramificações comprovadas na América Central - estão adquirindo capacidades paramilitares.

Recebem bom treinamento de mercenários. Já seriam capazes de se organizar em pelotões de 20 a 60 homens, ou em companhias de até 250 ‘corazón hermanos’, chefiados pelo equivalente a um capitão. Combinados com o grupo Mara Salvatrucha, de El Salvador, e o Comando Rojo, da Guatemala, responsáveis por, talvez, mais 900 outras gangues associadas, teriam um quadro estimado entre 70 mil e 200 mil militantes. "Eles avançam inexoravelmente rumo à América do Sul, olhando os grandes mercados, trabalhando como empresários, mas devastando tudo como gafanhotos", analisa o pesquisador Martin Rames, da Universidade Autônoma do México.

O professor Gunther Rudzit, especialista em segurança internacional e coordenador das Faculdades Rio Branco, concorda: "A visão é em parte correta, pois o poder desagregador e corruptivo do narcotráfico, por exemplo, é muito grande - há necessidade de combatê-lo como principal ameaça à segurança nacional". Gunther destaca o fato de "não haver duas coalizões, uma de governos contra o crime, e outra, das organizações marginais, se enfrentando".

É apenas questão de tempo, acredita o mexicano Rames: "O pior cenário contempla a ascensão intencional de um governo proscrito, em um Estado nacional vulnerável, facilitando atos ilícitos".

Piratas. O governo brasileiro considera pirataria os atos cometidos em alto mar ou fora da jurisdição de um país. Os assaltos e saques havidos na Amazônia e no litoral são tratados como crimes comuns.

Todavia, os "ratos d’água" preocupam o Comando da Marinha, que reconhece ocorrências em localidades como Comunidade do Perpétuo Socorro, em Manaus, Jesus Ressuscitado, no Careiro da Várzea, em São José do Amatari e Nossa Senhora da Conceição, em Itacoatiara; nos municípios de Santo Antonio do Içá e Coari, no Amazonas, além da região dos Estreitos e Gurupá, no Pará.

Navios, aviões, helicópteros, tropas especializadas e ações conjuntas de fiscalização participam de iniciativas de controle de área. A mais recente, em fevereiro, mobilizou 30 mil militares durante seis dias - fiscalizou 8.159 embarcações e apreendeu 239.

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Brasil em guerra: inimigo é o crime organizado nas fronteiras

TV Estadão | 15.03.2014

O conflito da América Latina e Caribe é nas fronteiras dos países, contra traficantes, seqüestradores, contrabandistas e, na Amazônia, contra piratas. No Brasil, as Forças Armadas patrulham rios e vigiam os limites em terra; a FAB bombardeia pistas clandestinas

http://tv.estadao.com.br/videos,BRASIL-EM-GUERRA-INIMIGO-E-O-CRIME-ORGANIZADO-NAS-FRONTEIRAS,228656,0,0.htm

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quarta-feira, 12 de março de 2014

FRATERNIDADE E TRÁFICO HUMANO


JORNAL DO COMÉRCIO. Coluna publicada em 06/03/2014


DOM JAIME SPENGLER

A voz do Pastor



Estamos iniciando mais um tempo quaresmal. Durante este tempo, queremos refletir mais intensamente sobre a tragédia do tráfico humano.

Já se vão muitos anos desde quando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vem propondo à comunidade eclesial a celebração da Campanha da Fraternidade, durante este período da Quaresma, qual itinerário de libertação pessoal, comunitária e social. Os tradicionais exercícios quaresmais – jejum, oração e esmola – querem nos conduzir ao encontro d’Aquele que é a plenitude da vida; ao encontro com Aquele que é a luz, o caminho, a verdade e a vida de toda pessoa que vem a este mundo. O jejum é antes de tudo renúncia, esvaziamento, expropriação, tentativa de deixar-se atingir pela graça da liberdade que Cristo nos trouxe. A oração é empenho de exposição de quem espera ser atingido pela bondade e misericórdia d’Aquele que nos amou desde sempre. A esmola é expressão de solidariedade; decisão de sair de si mesmo, para deixar-se tocar pela presença do outro, particularmente o mais necessitado, o mais pobre.

Firmes nos exercícios quaresmais que a tradição nos legou, somos convidados a dar atenção especial a uma das chagas de nosso tempo: o tráfico humano. Não se trata de um fenômeno social novo. Ele é tão antigo quanto a própria história da humanidade. O que talvez seja novo são as conotações. Tal drama humano produz tanto sofrimento! Não podemos permanecer indiferentes diante desta tragédia.

A Campanha da Fraternidade deste ano tem como objetivo geral identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-lo como violação da dignidade e da liberdade humana, mobilizando cristãos e a sociedade brasileira para erradicar esse mal, com vista ao resgate da vida dos filhos e das filhas de Deus. E tem como objetivos específicos identificar as causas e modalidades do tráfico humano e os rostos que sofrem com essa exploração; denunciar as estruturas e situações causadoras do tráfico humano; reivindicar, dos poderes públicos, políticas e meios para a reinserção das pessoas atingidas pelo tráfico humano na vida familiar e social; promover ações de prevenção e de resgate da cidadania das pessoas em situação de tráfico; suscitar, à luz da palavra de Deus, a conversão que conduza ao empenho transformador dessa realidade aviltante da pessoa humana; celebrar o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, sensibilizando para a solidariedade e o cuidado às vítimas desse mal.

No Evangelho de Marcos, Jesus afirma que existe uma espécie de espírito que só pode ser expulso por meio da oração (cf. Mc 9, 29). Poderíamos, talvez, parafrasear a expressão de Jesus e dizer que o espírito que sustenta a ferida humana e social do tráfico humano só pode ser sanada através da oração, do jejum e da caridade. Caridade aqui entendida como empenho pessoal e social na busca de indicações objetivas para que tamanho mal seja erradicado do seio da sociedade humana.

O tráfico humano é expressão contundente do cerceamento da liberdade humana, e de desprezo descarado à dignidade dos filhos e das filhas de Deus. Tudo aquilo que impede ou cerceia a liberdade desfigura o homem e a mulher, criados à “imagem e semelhança de Deus”. Podemos certamente dizer que o tráfico humano é uma das modalidades atuais de escravidão. É verdade que já se passaram quase 126 anos da proclamação da libertação dos escravos. Mas é também verdade que se podem constatar várias situações Brasil afora, onde o trabalho escravo continua sendo uma prática comum. E o tráfico humano é uma forma violenta, indigna, cruel e maldita de escravidão.

Neste contexto, talvez seja oportuno recordar o que Papa Francisco disse em Lampedusa, no Sul da Itália, no dia 8 de julho de 2013 : “A cultura do bem-estar, que nos leva a pensar em nós mesmos, torna-nos insensíveis aos gritos dos outros, faz-nos viver como se fôssemos bolas de sabão: estas são bonitas, mas não são nada, são pura ilusão do fútil, do provisório. Esta cultura do bem-estar leva à indiferença a respeito dos outros; antes, leva à globalização da indiferença. Neste mundo da globalização, caímos na globalização da indiferença. Habituamo-nos ao sofrimento do outro, não nos diz respeito, não nos interessa, não é responsabilidade nossa!”

Oxalá, possa este tempo quaresmal nos ajudar a não cair na indiferença e a colaborar para que este drama humano possa ser erradicado de nosso meio.