segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

DELEGADOS DA PF NA FRONTEIRA ADMITEM DIFICULDADES DA VIGILÂNCIA

PORTAL CÂMARA DOS DEPUTADOS 1/01/2013 - 11h28

Divulgação/Governo do Amazonas

Na Amazônia, rios dificultam combate ao tráfico de droga, segundo a polícia.

Na faixa de fronteira brasileira existem 588 municípios, entre eles 28 cidades gêmeas, que são “emendadas” com cidades de outros países. Delegados da Polícia Federal (PF) afirmam que a vigilância é difícil. O principal problema é o tráfico de drogas.

No Oiapoque, fronteira do Amapá com a Guiana Francesa, há uma particularidade: garimpeiros brasileiros invadem o território francês. “É uma zona constantemente tensa, pelo fato dos constantes conflitos gerados em razão da clandestinidade do trabalhador nessa zona de fronteira”, diz o policial federal Jorielson Nascimento.

Já em Tabatinga, no Amazonas, o delegado da PF Gustavo Pivoto afirma que a floresta dificulta a vigilância, cujo foco é o tráfico de drogas. A cidade faz fronteira com Letícia, na Colômbia, e Santa Rosa, no Peru. “Aqui não existem estradas, existem rios. Fazer polícia aqui significa começar em desvantagem, devido aos aspectos geográficos e naturais da região.”

No Acre, o maior problema é a cocaína vinda do Peru, da Colômbia e da Bolívia, segundo o delegado Alexandre Silveira. “Temos a BR-364, por onde pode ser feito o escoamento de drogas, e também vários rios que cortam o nosso estado, que podem ter acesso à Bacia Amazônica e por ali serem escoados para dentro do território nacional”, aponta.

Inteligência

Silveira, que é responsável por toda a fronteira do Acre, reconhece que o número de policiais federais na região é insuficiente, mas diz que apenas a presença ostensiva não resolve. “O que precisamos é de mais efetivo, sim, mas também de uma qualificação desses efetivos para que a gente possa atuar mais na área de inteligência.”

O delegado Júlio Fujiki resume a situação de Guajará-Mirim, em Rondônia, que é separada da Bolívia por um rio. “Nós temos uma grande dificuldade em patrulhar toda a extensão do rio, em razão da existência de várias cachoeiras, que não permitem a navegação em todo o trecho”, conta.

Descendo para o extremo sul do País, no Chuí, fronteira com o Uruguai, também há um grande volume de ocorrências, segundo o delegado Carlos Pilati. “A nossa realidade aqui, geograficamente, é de isolamento, mas a gente tem um trânsito de imigrantes bem grande. Os principais crimes apurados pela Polícia Federal na região são contrabando, descaminho, tráfico internacional de armas e munições, tráfico de drogas e importação irregular de agrotóxicos.”

Aeronáutica e Exército

A Força Aérea afirma que controla todo o espaço aéreo e tem condições de interceptar aviões não identificados no ar em cerca de cinco minutos, podendo até derrubá-los. O major-aviador Bruno Pedra explica que antes são feitas várias tentativas de identificação por rádio e quase sempre a interceptação não é necessária.

“A gente trabalha de forma permanente, num serviço de alerta. Temos uma escala de pilotos 24 horas por dia, todos os dias do ano, onde eles podem ser acionados para verificação de uma aeronave que esteja ingressando no espaço aéreo brasileiro.”

Responsável pela integridade do território nacional, o Exército tem cerca de 30 mil homens trabalhando na proteção das fronteiras. O general Santos Guerra, comandante do Centro de Comunicação e Guerra Eletrônica do Exército, diz que é preciso aumentar o contingente, mas também incorporar meios tecnológicos para aperfeiçoar a vigilância.

“Aumentou o crime na fronteira e também aumentou a vigilância. Mas, no momento, acredito que a gente esteja perdendo um pouco essa guerra. Temos de retomar, reduzir isso aí”, diz o general.

Reportagem – Wilson Silveira 
Edição – Daniella Cronemberger
AGÊNCIA CÂMARA NOTÍCIAS

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