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FRONTEIRA CERCADA
Apreendidos 300 quilos de explosivos no Estado. Exército aposta em trabalho de inteligência para evitar ataques a banco
MATHEUS PIOVESAN
Em meio a uma nova onda de ataques com explosivos a caixas eletrônicos e agências bancárias no Estado, uma operação conjunta de forças militares e civis na fronteira apreendeu 300 quilos de artefatos explosivos de procedência desconhecida no norte e noroeste do Estado, nos dois primeiros dias de ação. As apreensões ocorreram entre os municípios de Frederico Westphalen e Santa Rosa.
A ação teve início no último dia 6 e abrange outros três Estados (Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul). Deflagrada pelo Ministério da Defesa, a operação Ágata 5 faz uma investida contra os crimes de tráfico internacional de drogas, contrabando e uso indevido de explosivos. Entre o material recolhido no trecho de 3,8 mil quilômetros, entre Chuí e Corumbá (MS), estão 12 toneladas de explosivos, 11 veículos e 300 quilos de maconha. A fiscalização é feita em carros, caminhões, barcos e aviões na região de fronteira com Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia.
O general Carlos Bolivar Goellner, comandante militar do Sul, afirmou que as apreensões de explosivos ocorreram porque os artefatos não apresentavam procedência.
– O explosivo tem que estar regularizado, tem que estar em depósito padronizado, com segurança, e precisa ter um destino, o que não ocorreu – disse.
Desde a semana passada, dois ataques a bancos em São Francisco de Paula, na Serra, e em Feliz, no Vale do Caí, elevaram o número de assaltos com uso de explosivos no Rio Grande do Sul, neste ano, a um patamar superior ao total de 2011. São 12 ações do gênero entre janeiro e agosto, contra 10 do ano passado e oito de 2010. A estratégia do Exército é apostar em trabalho de inteligência para evitar novos ataques.
ENTREVISTA. “Essas ações combaterão atos criminosos”- General Enzo Peri - Comandante do Exército
Comandante do Exército, o general Enzo Peri conversou com ZH. Confira:
Zero Hora – Qual é a maior ameaça nas fronteiras brasileiras?
Enzo Peri – A nossa preocupação em operações na faixa de fronteira é o combate ao crime organizado. Buscamos combater os atos ilícitos transfronteiriços, que é a grande finalidade destas operações.
ZH – Qual é a importância dessas operações constantes na fronteira no Brasil?
Neri – A importância é a presença do Estado na fronteira e a sinergia entre as Forças Armadas com agentes federais, estaduais e municipais.
ZH – Nos primeiros sete meses deste ano, o número de ataques a bancos superou o de 2011. Como esta quantidade de explosivos encontrados no norte do RS podem impactar no combate ao crime?
Neri – As operações Ágata são pontuais, não permanentes, como é a Sentinela, sob a tutela do Ministério da Justiça com apoio do Ministério da Defesa. O trabalho de inteligência será mais importante a partir de agora, com a identificação do destino desses explosivos apreendidos. Essas ações é que vão combater e minimizar futuros atos criminosos em todo Brasil.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O Gen, Enzo tem toda razão em afirmar que a maior ameaça nas fronteiras brasileiras é o crime organizado, e deve saber que "ações pontuais, não permanentes," como as Operações Ágata não garantem o combate e nem vão "minimizar futuros atos criminosos em todo Brasil." As Forças Armadas não vão permanecer nas fronteiras nas 24 horas por dia.
O que se pode aprender com estas operações é que o Brasil precisa de uma polícia nacional de fronteiras para atuar de forma permanente ao longo das fronteiras tendo suporte das Forças Armadas e apoio em força, inteligência e experiência da Polícia Federal.
Basta de amadorismo político que despreza a técnica policial para priorizar operacionais pontuais e midiáticas nas fronteiras do Brasil desvalorizando o pensamento estratégico e sucateando seus aparatos policiais.
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