quarta-feira, 8 de junho de 2011

PLANOS DO NOVO SUPERINTENDENTE REGIONAL DA PF NO RS

Os planos do novo chefe da PF no Estado - JULIANA BUBLITZ, 08/06/2011

Rosalvo Ferreira Franco, novo superintende regional da Polícia Federal no Estado
Agente da Polícia Federal (PF) desde 1985, o homem escolhido para assumir a Superintendência Regional do órgão no Rio Grande do Sul não pretende escolher entre o Grêmio ou o Inter. Filho de pai jogador, o paulista Rosalvo Ferreira Franco, 50 anos, diz que não abre mão do time do coração, o Palmeiras, mas adianta:

– Me sinto identificado e com orgulho de agora definir-me também como gaúcho.

Enquanto preparava a mudança para Porto Alegre – a cerimônia de posse está marcada para terça-feira –, Franco respondeu por e-mail, ontem, uma entrevista sobre seus planos. Entre outras revelações, garantiu que, sempre que puder, estará na linha de frente das operações, mas, alheio aos holofotes, deixou claro que não pretende aparecer mais do que os feitos de sua equipe. Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

Zero Hora – O senhor assume a PF gaúcha em um momento especial, no qual a instituição goza de grande prestígio. Em decorrência disso, a demanda pela PF também vem aumentando. Como o senhor pretende lidar com isso, levando em conta que o órgão sofreu cortes no orçamento?

Rosalvo Ferreira Franco – A PF tem consciência do quanto seu prestígio junto à sociedade aumenta sua responsabilidade. Assumo o cargo certo de que não nos faltará apoio do governo federal para superarmos as dificuldades orçamentárias. Ademais, a excelente gestão conduzida pelo delegado Gasparetto (Ildo Gasparetto, que está deixando a superintendência para se tornar adido da PF em Buenos Aires) nos dá tranquilidade.

ZH – O Rio Grande do Sul tem uma fronteira seca de 700 quilômetros, por onde passam ilegalmente armas, drogas e munição. Como resolver o problema?

Franco – Contamos com a constante dedicação dos nossos servidores, das parcerias com outras forças da segurança pública e, sobretudo, com o resultado do Plano Estratégico de Fronteiras, que será lançado amanhã (hoje), no Palácio do Planalto. Queremos participar de forma efetiva deste novo esforço em prol do controle de nossas fronteiras.

ZH – O senhor atuou na Delegacia de Repressão a Entorpecentes em Rondônia e no Paraná. Que experiência traz disso?

Franco – De fato, toda minha carreira na PF é marcada pela atuação no combate ao tráfico. Além do trabalho que desenvolvi nestes dois Estados, coordenei ações em outros locais do Brasil, o que permite uma visão de conjunto dos problemas derivados do tráfico. Cada região do Brasil tem marcas e características que a fazem peculiar.

ZH – O senhor está prestes a assumir pela primeira vez uma superintendência regional e tem fama de ser avesso a holofotes e muito reservado. Como pretende agir?

Franco – É certo que o cargo de superintendente regional da PF no Rio Grande do Sul reflete a importância do Estado no contexto nacional, o que aumenta nossa responsabilidade. Quanto aos holofotes, trabalhamos para o Brasil, por meio de uma das suas principais instituições, de forma que é a PF e seus resultados.

ZH – Qual é seu estilo de trabalho? Vai para a linha de frente com os agentes?

Franco – É de comprometimento total com a missão da PF por meio do exemplo. Como agente, seja como delegado, não declinei das oportunidades de liderar colegas em ações diretas contra o crime. Certamente que as responsabilidades de gestor de uma unidade tão importante da PF não me permitirão acompanhar diligências externas com a frequência que gostaria, mas sempre que possível estarei lá.

ZH – Como vai ficar a relação da PF com a Polícia Civil e a Brigada Militar?

Franco – Em todo o Brasil, a PF preserva excelentes relações com as polícias estaduais, e tenho conhecimento de que não é diferente no Rio Grande do Sul. Trabalharei para manter e aperfeiçoar estes laços, em benefício da segurança pública.

ZH – Aqui, todos são gremistas ou colorados. O senhor vai torcer para que time?

Franco – Bem, ainda que admire os dois times, nasci e permanecerei torcedor apenas do Palmeiras, time em que meu pai jogou profissionalmente. Mas sou sabedor de que arrojo, ousadia e capacidade de trabalho são a marca do povo gaúcho e me sinto identificado e com orgulho de agora definir-me também como gaúcho.

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