quinta-feira, 23 de agosto de 2012

COIOTES PASSAVAM CHINESES NA FRONTEIRA

ZERO HORA 23 de agosto de 2012 | N° 17170

PRISÕES NA FRONTEIRA

PF detém “coiotes” em Uruguaiana

Uma operação da Polícia Federal deteve 13 chineses com entrada clandestina em Uruguaiana, na Fronteira Oeste. Eles estavam em um hotel da cidade e têm até três dias para deixar o país, sob pena de serem deportados.

Um paraguaio e um argentino foram presos, suspeitos de atuarem como “coiotes”, ocultando os estrangeiros. Eles também responderão por formação de quadrilha. A suspeita principal é que os dois façam parte de um bando que tem atuado nas fronteiras brasileiras. 

Nos últimos meses, outros estrangeiros ilegais, inclusive da África e da Ásia, foram notificados. Além deles, outras 20 pessoas não puderam entrar no Brasil.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

BALANÇO DA OPERAÇÃO ÁGATA 5

CORREIO DO POVO, 21 DE AGOSTO DE 2012

Operação Ágata tem 31 prisões

Em duas semanas de atividades, a Operação Ágata 5, realizada em 3,9 mil quilômetros de fronteiras, resultou em 31 prisões e na apreensão de 6.087 quilos de drogas, 117 mil quilos de explosivos, munições e R$ 40 mil em notas falsas. 

A ação, comandada pelo Ministério da Defesa, foi realizada entre Chuí e Corumbá (MS), e mobilizou mais de 19,5 mil pessoas, de oito ministérios e 30 agências reguladoras ou organismos federais, estaduais e municipais.

No balanço divulgado ontem, foram feitas 192 mil inspeções, vistorias e revistas em acampamentos, carros, motos, caminhões, ônibus, barcos e aviões. Foram recolhidos 182 veículos e embarcações. O trabalho teve ainda foco no combate e na prevenção a crimes ambientais.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

NOSSO "PLANO COLÔMBIA"

FOLHA.COM. 20/08/2012 - 06h30

PF avança a fronteira para combater tráfico de drogas

FERNANDO MELLO
MÁRCIO NEVES
DE BRASÍLIA


A Polícia Federal lançou mão de uma nova tática para combater o tráfico de drogas nas fronteiras: os policiais brasileiros entram no território de outros países, como Peru e Paraguai, para destruir plantações de maconha e da folha de coca, matéria-prima da cocaína e do crack.

A estratégia surgiu após a PF identificar um problema -o de que, há cinco anos, a coca vem sendo plantada cada vez mais perto da fronteira, o que facilita a entrada no país.

Em 2008, o Brasil começou a fazer acordos de cooperação com os vizinhos para trocar informações de inteligência sobre traficantes internacionais.

No ano passado, foi fechado o acordo com o Peru tratando especificamente da entrada dos brasileiros em território peruano para a destruição de plantações e laboratórios -o contrário não está previsto.

Os acordos são acompanhados pelo Itamaraty.

Entre agentes, a tática é chamada de "nosso Plano Colômbia" -referência à ação dos EUA para combater o narcotráfico em solo colombiano.

O projeto ainda é visto com desconfiança por policiais peruanos com quem a Folhaconversou. Eles não quiseram se pronunciar oficialmente, sob argumento de que ainda é cedo para prever resultados.

Nos últimos 15 dias, a PF realizou uma operação em Tabatinga (AM), batizada de Trapézio, em referência à fronteira com Peru e Colômbia.

Em solo peruano, a PF destruiu 100 hectares de plantação de folha de coca, que gerariam mais de 700 kg de droga. A planta leva ao menos dois anos para crescer de novo.

Com a ajuda de agentes peruanos, colombianos e da DEA (agência antidrogas dos EUA), os brasileiros explodiram ainda laboratórios do tráfico.

Márcio Neves/Folhapress

PF patrulha o rio Solimões em operação para destruir áreas de plantação coca na divisa com Peru e Colômbia


A PF também tem acordo para entrar no Paraguai. A ideia é repetir a tática na Colômbia e, principalmente, na Bolívia, o que depende do aval do governo Evo Morales. Como a Folharevelou em julho, 54% da cocaína que entra no Brasil vêm da Bolívia e 38% do Peru.

"Erradicar as plantações é mais eficiente do que simplesmente apreender a carga. Esses pés estão próximos à fronteira com o Brasil, ou seja, vão abastecer o mercado brasileiro", disse o Diretor de Combate ao Crime Organizado da PF, delegado Oslain Santana.

O Brasil tem 16,8 mil km de fronteiras e só cerca de 1.400 policiais no controle. Só o limite com a Bolívia tem o tamanho da divisão entre EUA e México. Os americanos, porém, têm mais de 20.000 agentes lá.

"Não se combate crime organizado só com trabalho ostensivo. No caso do tráfico, é preciso identificar quem comete o crime", diz Santana.

PROJETO DE CONTROLE AÉREO DA FRONTEIRA ESTÁ ATRASADO

Um outro projeto da PF para as fronteiras, o uso dos Vants (aviões não tripulados), está atrasado.

Ele começou na gestão do ex-diretor Luiz Fernando Corrêa, mas só um avião está apto. Há pendências com o Tribunal de Contas da União, que considerou desproporcionais os gastos com treinamento e manutenção.

Missões em outros países envolvem riscos. Em 2011, dois agentes foram mortos durante investigação na fronteira com o Peru. O traficante peruano responsável pelas mortes foi preso.


Análise: Ocupar vácuo que os EUA vêm deixando traz risco

FLÁVIA MARREIRO
DE SÃO PAULO

Segundo maior consumidor individual de cocaína do mundo e vizinho dos maiores produtores globais da droga, o Brasil não tem escolha a não ser ter um papel mais ativo no combate do problema.

A questão é saber se a estratégia que se desenha tem potencial para ter resultados ou é uma espécie de reprodução do modelo que os EUA utilizam desde os anos 70 com efeitos, no mínimo, controversos.

A operação da Polícia Federal no Peru é positiva porque aumenta a coordenação entre as polícias e a DEA, a agência antidrogas norte-americana, e dá flexibilidade para ações transfronteira.

Mas traz riscos também. Ocupar o vácuo que os EUA vêm deixando, com redução de financiamento e operações, pode fazer o Brasil herdar os questionamentos a respeito de soberania e subordinação entre as forças de segurança.

Editoria de arte/folhapress



Sem falar da Colômbia, onde combater híbridos de narcotraficantes e guerrilheiros em operações conjuntas acarretaria consequências imensamente mais complexas.

Na Bolívia, "x" do problema porque vem de lá a maioria da cocaína consumida aqui, uma operação como a do Peru tampouco seria possível, já que a DEA não poderia atuar -foi expulsa pelo governo Evo Morales, acusada de "ingerência".

Numa prova de que há novos desenhos a serem testados, mesmo sem a DEA, Brasil e EUA estão atuando juntos no combate às drogas na Bolívia.

Os três países assinaram um acordo em janeiro que prevê uma divisão de tarefas na qual Washington paga a tecnologia de monitoramento de plantio de coca, o
Brasil a aplica e compartilha os No entanto, mesmo que esses esquemas funcionem às mil maravilhas, são claramente insuficientes.

Como lembra Kathryn Ledebur, diretora da ONG Rede Andina da Informação, especializada no tema na Bolívia, é "um mito pensar que se pode controlar o fluxo de drogas" numa fronteira como a de Brasil e Bolívia. Vide o caso americano-mexicano.

Sem atacar a demanda, que só cresce no Brasil, e debater novos paradigmas do tema, é difícil apostar na redução do problema.

ABASTECIMENTO PELA FRONTEIRA

ZERO HORA 20 de agosto de 2012 | N° 17167

DROGAS NO INTERIOR. Alvo da Interpol de volta à ativa

CARLOS WAGNER

Três meses depois de ter um laboratório de crack desbaratado e mais de 400 quilos de drogas apreendidos em um sítio em Candelária, região central do Estado, o traficante Osni Valdemir de Melo, 50 anos, conhecido como Sapo, deu mostra de ter voltado às atividades. Investigações da Polícia Civil apontam que distribuidores do Vale do Rio Pardo e outras regiões voltaram a ser abastecidos de cocaína e maconha pela quadrilha do criminoso, que está na lista de procurados da Interpol (polícia internacional).

Os agentes acreditam que Sapo tenha transferido as suas operações para a fronteira do Brasil com o Paraguai. Ali, os traficantes recebem cocaína de Colômbia e Bolívia e maconha plantada no território paraguaio. Dali, a droga é distribuída pelo Brasil. Graças às conexões com os traficantes dessa região, a polícia gaúcha pediu a ajuda da Interpol para capturá-lo.

– Nós o consideramos o maior traficante gaúcho da atualidade. Ele opera no atacado, abastecendo os distribuidores. E sabíamos que era uma questão de tempo para voltar a fornecer a droga aos seus distribuidores – comentou o delegado Heliomar Athaydes Franco, diretor de investigação do Departamento Estadual de Investigação do Narcotráfico (Denarc).

No início da semana passada, agentes da Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) de Santa Cruz do Sul detectaram a chegada das drogas enviadas por Sapo. O mercado consumidor de drogas do Vale do Rio Pardo é visto pelos criminosos como um dos mais prósperos do Rio Grande do Sul.

O delegado Luciano Menezes, da Defrec, investiga as atividades do traficante há mais de cinco anos. Na época, o traficante era um vendedor de carros usados em Candelária. Em junho, no mesmo município, uma operação da polícia desarticulou parte da quadrilha. Desde então, Sapo está com prisão preventiva decretada pela Justiça.

domingo, 19 de agosto de 2012

NOVA ROTA PARA O TRÁFICO DE ARMAS

CORREIO DO POVO, 19/08/2012


Pistolas foram enviadas dos EUA
Crédito: fábio teixeira / ae / cp


A apreensão de 11 pistolas de fabricação russa no terminal de cargas dos Correios no aeroporto Tom Jobim, no Rio, pode revelar uma nova rota de contrabando de armas de guerras. O caso é investigado por fiscais da Receita Federal e policiais federais.

Os pacotes foram postados por pessoas físicas dos estados do Texas e de Illinois, nos EUA, para endereços no Rio, em São Paulo, Santa Catarina e no Espírito Santo. Segundo o inspetor-chefe da Alfândega no Tom Jobim, Cláudio Rodrigues Ribeiro, as pistolas estavam em pacotes separados, em nomes de pessoas físicas. 

"Chamou a atenção a forma como tentaram ludibriar a fiscalização, declarando o conteúdo das caixas como equipamento esportivo, pregador de ar comprimido e réplicas de objetos de filmes para coleção." As pistolas de fabricação russa são de dois modelos: Ekol Firat Magnum e Ekol Firat Compact, ambas calibres 9 mm, consideradas preferidas pelos agentes secretos e policiais.

Para um delegado federal que preferiu não se identificar, o caso é grave. "Principalmente numa cidade que irá recepcionar autoridades e atletas em eventos internacionais", disse. Autoridades policiais norte-americanas serão acionadas.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

MILITAR NA FRONTEIRA COM COMIDA E LUZ RACIONADAS

G1 BRASIL - 14/08/2012 07h35

Militar na fronteira vive com comida racionada e luz por apenas 9 horas. Pelotões criam porcos para comer caso mantimentos demorem a chegar. 'Se alguém tentar invadir o Brasil, eu atiro', diz soldado recruta de 18 anos.

Tahiane StocheroDo G1, em São Paulo




A vida em um destacamento militar nas fronteiras do país não é fácil: horas de luz são cronometradas, e a comida é racionada quando o avião que leva mantimentos uma vez por mês não pousa no dia marcado. Apesar do adicional de 20% sobre o soldo base, quem aceita trabalhar nessas regiões enfrenta dificuldades de transporte e de comunicação, tendo que suportar a incômoda distância da “civilização” e dos familiares.

O G1 publica, ao longo da semana, uma série de reportagens sobre a situação do Exército brasileiro quatro anos após o lançamento da Estratégia Nacional de Defesa (END), decreto assinado pelo ex-presidente Lula que prevê o reequipamento das Forças Armadas. Foram ouvidos oficiais e praças das mais diversas patentes - da ativa e da reserva -, além de historiadores, professores e especialistas em segurança e defesa. O balanço mostra o que está previsto e o que já foi feito em relação a fronteiras, defesa cibernética, artilharia antiaérea, proteção da Amazônia, defesa de estruturas estratégicas, ações de segurança pública, desenvolvimento de mísseis, atuação em missões de paz, ações antiterrorismo, entre outros pontos considerados fundamentais pelos militares.

Ao contrário dos soldados que se alistam para uma missão de paz, como no caso do Haiti, onde o Brasil construiu uma base com academia, ar-condicionado e rede de internet sem fio, os pelotões de fronteira são carentes de infraestrutura básica, como redes de esgoto, água e energia. Carros e barcos usados no dia a dia estão defasados. Os militares criam porcos para comer em caso de necessidade.

“A maior dificuldade aqui é termos apenas nove horas de energia. O material que precisamos é trazido uma vez por mês, em avião da FAB. Sabemos quando deve vir porque nos perguntam, uma semana antes, o que precisamos. Daí ficamos esperando. Não tem data prevista. Um vez o avião atrasou dois meses e tivemos que fazer racionamento”, conta o tenente Renzo Silva, de 23 anos, subcomandante do Pelotão Especial de Fronteira (PEF) de Bomfim - na fronteira de Roraima com a Guiana -, que comandou, por um ano, o PEF na unidade indígena de Auaris - na divisa de Roraima com a Venezuela.

A oferta de luz depende da quantidade de combustível disponível para o gerador. Normalmente, são duas horas pela manhã (das 9h30 às 11h30), duas horas e meia à tarde (das 13h30 às 16h) e mais quatro horas e meia à noite (18h30 às 23h).

”Quem tem insônia tem que ficar deitado na cama, esperando o tempo passar”, diz Renzo Silva.

Quando o G1 visitou o PEF de Bomfim, em maio, a mulher do comandante da unidade havia sido picada na noite anterior por um escorpião e teve de ser levada para a capital Boa Vista. O militar teve de deixar o posto para acompanhá-la.

“Aqui tem animal peçonhento, cobra, escorpião. Meu maior medo é que minha filha de 10 meses coloque algo na boca. Não há acesso fácil a uma unidade de emergência”, diz a sargento Aline Marriette, de 29 anos.

Ela e o marido, o sargento paraquedista Pedro Rogério Martins Rosa, viviam em Nova Iguaçu (RJ) e trabalhavam em quarteis da capital fluminense até que decidiram, em janeiro de 2012, pedir transferência para a fronteira.

“Viemos para conhecer uma outra realidade do nosso Brasil. O Exército nos dá a oportunidade de conhecer cada pedacinho do país. A família sente saudades, mas aqui, pelo menos, não tem a violência que tínhamos no Rio. É uma vida mais sossegada”, diz Aline. “A babá que veio comigo do Rio enlouqueceu em um mês. Não quis ficar mais aqui e voltou”, relembra.

A babá que veio comigo do Rio enlouqueceu em um mês. Não quis ficar mais aqui e voltou”. Aline Marriette, sargento



O maior problema para a atuação nas fronteiras é a ausência do Estado. São mais de 17 mil quilômetros de divisas, com 10 países, que são fluxo de criminalidade, com tráfico de drogas, armas, contrabando. Para vigiar as fronteiras, o Exército pretende implantar, até 2024, o Sistema Nacional de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que promete ver tudo o que ocorre nessas regiões e que começará a ser implantado ainda em 2012, em Mato Grosso do Sul.

Na fronteira da Amazônia, o Exército conta, atualmente, com 21 pelotões - bases avançadas para a vigilância das divisas do país. Segundo o general Eduardo Villas-Boas, comandante militar na região, a construção de cada unidade custa mais de R$ 20 milhões. Há um projeto para inaugurar outras 28 até 2030.

Cada unidade abriga entre 20 e 60 soldados, que seguem uma rotina baseada no triângulo “vida, trabalho e combate” - uma espécie de mantra para o militar não “enlouquecer” na selva.

“O Exército tem poder de polícia numa faixa de 150 quilômetros da fronteira para dentro do país. Se não é a gente aqui, passa contrabando, drogas, armas. Destroem nossas matas, nossa floresta. Nós vivemos e morremos por essa mata”, diz o cabo Samuel Nogueira.
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Em Cleverlândia do Norte, em um destacamento militar no Oiapoque, fronteira do Amapá com a Guiana Francesa, o soldado Fernando Ferreira, de 18 anos, recruta e com apenas 3 meses de treinamento, é o sentinela. “Tem alguém tentando invadir o Brasil?”, pergunta um oficial. “Não senhor!”, responde ele.

“Se alguma embarcação ou aeronave entrar no nosso território, eu tento o contato para mandar parar. Se não responder, eu posso atirar. Estou defendendo meu país”, afirma Fernando Ferreira. O trânsito no Oipoque é intenso por causa de garimpos no Rio Sequri, em território francês, que atraíram mais de 20 mil brasileiros. Também há relatos de tráfico de mulheres e crianças entre os dois países.

Na região, as operações para reprimir garimpos e desmatamento são intensas. Para levar comida, remédios e utensílios às tropas que passam dias em mata fechada, o soldado Edvin Benaiu, de 22 anos, foi treinado para pilotar as lanchas e barcos diante das piores adversidades. “Para chegar nos postos de Grand Rochele e Salto do Caxiri, onde alguns dos nossos militares ficam, tem que enfrentar o rio Oiapoque com correnteza e encachoeirado. Para não encalhar, tem que tirar tudo do barco, colocar nas costas, transpor as pedras, e seguir rio acima. É uma aventura”, conta.

O barco a motor leva quatro mil quilos de mantimento e demora até seis dias para chegar nas unidades. Por causa das corredeiras ou quando o rio está cheio, em alguns pontos só é possível navegar com "ubás", barcos indígenas que usam um tronco de madeira único. Embarcações de alumínio não resistem ao choque com as pedras e acabam danificadas.


Sargento Aline Mariette deixou o Rio com o marido para trabalhar na divisa da Amazônia; soldado atua
como sentinela em posto da fronteira do Amapá com Guiana Francesa (Foto: Tahiane Stochero/G1)

“Na Amazônia, a logística é feita de barco para os pelotões de fronteira ou, em grandes quantidades, de avião, onde não tem como chegar via fluvial”, diz o general Villas-Boas.

O Batalhão de Aviação do Exército, sediado em Manaus, conta com apenas 12 helicópteros para atender as tropas de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. Os veículos são usados apenas para operações. “Não podemos fazer logística com helicóptero, levar mantimentos. O custo é muito caro. Para isso, usamos embarcações”, afirma o general Villas-Boas.

A Estratégia Nacional de Defesa pauta-se por dissuadir a concentração de forças hostis nas fronteiras terrestres e desenvolver as capacidades de monitorar e controlar o território"

Trecho da Estratégia Nacional de Defesa

A previsão é de que oito novos helicópteros estejam disponíveis até o fim de 2012. Na Amazônia, a hora de voo de um helicóptero varia entre R$ 11.588,70 (Cougar) e R$ 14.183,65 (Black Hawk). Já a hora de voo de um avião cargueiro como o Hércules, capaz de levar até 18 toneladas de mantimentos para os pelotões de fronteira, custa US$ 7.800 (cerca de R$ 15.800), incluindo manutenção, gasolina e pagamento de pessoal.

Região de disputas

Na fronteira do Pará com a Guiana Francesa e o Suriname, em área de difícil acesso disputada por garimpeiros, o PEF de Tiriós é a única base em mais de 1.300 quilômetros.

A região, vista como um ponto cego pelos militares, preocupa o comando da Amazônia que, em maio, mandou que homens especializados desbravassem a região. Foi a primeira vez que o Exército pisou na tríplice fronteira, inexplorada até então pelos órgãos públicos, segundo o general Villas-Boas.

No PEF do Brasil, a 12 km do Suriname, não há como chegar por estradas nem por rio. A base começou a ser usada pelos militares em 2003, mas a pista de pouso, que permite que os militares recebam mantimentos, só foi construída em 2010.

Ao contrário dos outros PEF, onde os militares passam um ano e moram com as famílias, a falta de infraestrutura faz com que o remanejamento dos soldados seja feito a cada 60 dias. “Uma vez tentamos vir pelo rio Paradoeste, a partir de Belém. Levou 42 dias e perdemos várias embarcações. As hélices das voadeiras batem nas pedras e acabam danificadas”, relembra o tenente Helder Reinaldo, de 23 anos, comandante do pelotão.

Rios amazônicos são perigosos para navegar, com cachoeiras e pedras (Foto: Tahiane Stochero/G1)

O efetivo ideal da unidade seria de 40 homens, mas sempre está defasado (chegou a ter apenas 17). A extensão da área significa que, se fossem espalhados, cada um dos 35 militares seria responsável pela cobertura de 39,5 quilômetros quadrados de fronteira.

Aqui, o papai do céu ajuda muito. Sempre dá um jeito”. Iara Simão, tenente médica

Em maio, quando o vice-presidente, Michel Temer, visitou a unidade, o general Carlos Roberto de Sousa Peixoto aproveitou para pedir socorro. “Chega a ter quatro horas de luz por dia aqui e eu não consigo mandar um gerador mais potente, porque não vem avião com peso sobrando”, desabafou.

Já a tenente médica Iara Simão teve de aprender a atirar e anda sempre acompanhada de seguranças quando atende militares e indígenas na mata. A jovem de 29 anos morava com o marido, agente da Polícia Federal, no Rio de Janeiro. Eles foram transferidos para o Oiapoque no início de 2012.

“Às vezes os militares tem de ser retirados da selva para a base com doenças graves, como leishmaniose, malária, picadas de animais ou outras complicações. O trajeto de barco até nossa base pode demorar até seis horas. A gente faz de tudo para salvá-los. Aqui, o papai do céu ajuda muito. Sempre dá um jeito”, diz Iara.

“Eu e meu marido decidimos vir para cá buscando uma experiência nova, mas não é fácil abrir mão da família, da nossa casa, de restaurantes bons. Aqui, a gente precisa do básico para sobrevier”, acrescenta a oficial.

Setor fluvial no Oiapoque tem barcos de madeira para patrulhar área amazônica (Foto: Tahiane Stochero/G1)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

BORDER MANAGEMENT


Information, Integration and Rapid Response

Now in its 2nd year, the Border Management Conference & Technology Expo is the largest growing event for discussions on effective practices and technologies needed to ensure our borders are safe from recent security threats.

What makes IDGA’s Border Management Conference & Technology Expo your must-attend event for 2012?

  • Exposure to the top government agencies and law enforcement officers dedicated to securing our nations’ borders
  • Updated DHS mission priorities and information to support the latest developments in border technologies
  • Discuss the latest implementation strategies and program initiatives to ensure the flexibility and preparedness of agencies working together to battle violent crime on the border
  • Examine the complexity of securing America’s borders on the ground, in the air, and by sea
The Border Management Conference & Technology Expo 2012 event will provide a platform to discuss strategies that enhance operational efficiency and advance border security. You will also have the opportunity to collaborate and network with representatives from the border management community, as well as personnel from various government agencies, local and federal law enforcement, manufacturers/contractors, and technology service providers. Attendees will include thought leaders and decision makers involved in air, land, and maritime border operations.

Main Conference & Focus Day

  • Hear from over 30+ speakers addressing the hottest issues in border management and security
  • 8 specialized presentations on a separate Unmanned Aerial Systems Focus Day
  • Receive an up-to-date overview on 2013 procurement and acquisition strategies
  • Understand current and future requirementsof the Department of Homeland Security
  • Hear strategic plans to contend with border threats

Exhibition and Presentation Theatre
FREE TO ATTEND -

  • Get exclusive access to the latest technologyneeded to secure U.S. ground, air and maritime borders
  • Interact with over 100 vendors and thousands of attendees on the exhibit hall floor
  • Secure a front row seat to 6 educational sessions, 4 keynote presentations and 2 interactive panel discussions in the Exhibit Hall Presentation Theatre
  • Network and build partnerships across government agencies
  • Examine ways industry can help by concentrating on resource needs and gaps

New Discussions that will be Featured at Border Management Conference & Technology Expo 2012:

  • Current and future requirements of U.S. Customs and Border Protection
  • The new Border Patrol strategy: A risk based management approach
  • Riverine operations and major ports of entry
  • Effectively tapping on new technologies and new applications for biometrics
  • Northern border flaws and solutions
  • Coast Guard recapitalization
  • Joint efforts with the goal of securing our nations’ borders
  • Proven border technologies: Mobile Surveillance Systems, Unmanned Aircraft Systems, Thermal Imaging Devices, and Tower-Based Remote Video Surveillance Systems

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