segunda-feira, 26 de agosto de 2013

FORÇAS ARMADAS E AGENCIAS GOVERNAMENTAIS INTENSIFICAM PRESENÇA NA FRONTEIRA

FOLHA MILITAR. Ministério da Defesa — 8 de agosto de 2013 2:51 pm



A intensificação da presença de tropas militares e de agências federais, estaduais e municipais nos 16,8 mil quilômetros de fronteira tem sinalizado que “o Brasil não é terra de ninguém”. A avaliação foi feita pelo Ministro da Defesa, Celso Amorim, após participar de videoconferência sobre a Operação Ágata 7 com os Comandantes militares sediados em Brasília (DF), Campo Grande (MS), Porto Alegre (RS) e Manaus (RS).

“Estamos trabalhando de forma efetiva para mostrar que a nossa fronteira não é terra de ninguém. E isso se reflete de maneira positiva para a população”, disse Amorim.
O balanço parcial apresentado ao Ministro e Oficiais-Generais mostra que uma operação com participação de fiscais do Ibama, da Funai e agentes da Polícia Federal, no Vale do Javari, na região Norte, resultou na apreensão de 200 metros cúbicos de madeira e 200 litros de gasolina contrabandeada do Peru. Na foz do rio Oiapoque, no Amapá, foram apreendidas duas embarcações cujos ocupantes faziam pesca ilegal. Três pessoas foram detidas e encaminhadas para a Polícia Federal.

Ainda na região Norte, o Comando da Ágata 7 detectou uma área de garimpo na reserva ianomami. Com isso, foram enviados militares para conferir se houve irregularidades. A operação no Norte brasileiro contou com a participação de dois oficiais de ligação da legião francesa. A França empregou uma embarcação para patrulhar o trecho fronteiriço da Guiana Francesa com o Brasil.

“Esses oficiais de ligação estão em Clivelândia do Norte”, informou o vice-Almirante Ademir Sobrinho. Ele contou também que uma lancha da Marinha do Brasil conseguiu interceptar um hidroavião pousado sobre águas fluviais. Na abordagem, segundo ele, ficou demonstrado que a aeronave estava em situação regular. “Foi um fato inédito de uma lancha interceptando um avião”, relatou.

Vants

Na fronteira sul, o emprego de veículos aéreos não tripulados (Vants) demonstrou a integração da Força Aérea com a Polícia Federal. O Comandante Militar do Sul (CMS), General Carlos Bolívar Goellner, explicou as imagens obtidas desses equipamentos servem para mapear, por exemplo, o fluxo de embarcações no lago de Itaipu.

A presença militar e a participação de fiscais de agentes públicos resultou na apreensão de 80 toneladas de pescado. “Essa operação é resultado de uma parceria com o Ibama”, disse General Bolívar. Os militares apreenderam também 25 mil litros de óleo diesel na região do município de São Borja.

A operação resultou também na apreensão de 230 quilos de maconha e oito pistolas. O combustível e as armas estavam nas proximidades de São Miguel do Iguaçu. Na região do Guaíra, um carro tentou furar o bloqueio. Os militares agiram rapidamente. Os ocupantes foram detidos e encaminhados para a polícia. Nos 2.393 mil quilômetros da fronteira brasileira com Uruguai, Argentina e parte do Paraguai, os militares apreenderam um caminhão com 2.354 pacotes de cigarro. A carga foi avaliada em R$ 1,2 milhão. O balanço relata também a apreensão de US$ 260 mil de origem desconhecida e de um carro BMW.

Produto radioativo

Uma das áreas que merece preocupação das Forças Armadas é a entrada, no território brasileiro, de material radioativo. Por isso, equipes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) estão participando, na região Centro-Oeste, de blitzes em barreiras montadas nas estradas e nos patrulhamentos nos rios. Com o apoio da Marinha, do Exército e da FAB, os especialistas utilizaram equipamentos específicos para as vistorias.

Nos 2.503 quilômetros da fronteira oeste com Paraguai e Bolívia, as tropas apreenderam 104 quilos de entorpecentes – sendo 21 quilos de cocaína, 80 quilos de maconha e três quilos de pasta base de coca. Nestes seis primeiros dias da Ágata, 480 embarcações foram vistoriadas e 9.654 carros revistados.

A Operação Ágata realizou ações cívico-sociais (Aciso), sendo as da região Oeste realizadas em Porto Murtinho. No Norte e no Sul surgiram os primeiros resultados da atuação de médicos e dentistas junto às comunidades carentes. No dia 21 de maio, o 29º BIB desenvolveu Ação Cívico-Social (Aciso) para estudantes da Escola Municipal Ensino Fundamental Duque de Caxias, de Frederico Westphalen (RS).

Em cerca de 12 mil quilômetros da fronteira norte, as ações médico-hospitalares contabilizaram 11.270 pessoas atendidas. Foram distribuídos 6.641 medicamentos.

(MD ASCOM/ Foto: Jorge Cardoso/ FM)

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Infelizmente, para quem conhece a situação nas fronteiras e para os criminosos, as atuais e midiáticas políticas de segurança nas fronteiras são mera ilusão e oratória. A presença das FFAA, das agencias governamentais, da polícia federal e das polícias estaduais são pontuais, assistemáticas e sem continuidade ou permanência, possibilitando na maior parte do tempo, o trânsito fácil de drogas, armas de guerra, pessoas ilegais, produtos piratas e valores contrabandeados. É preciso criar uma polícia nacional de fronteiras que fique permanentemente nas linhas de fronteira recebendo o apoio e reforço das FFAA, da polícia federal, das agências governamentais e, em casos extraordinários das polícias estaduais, dentro de um sistema federal de justiça criminal apoiado por leis fortes e deveres específicos para um policiamento ostensivo contínuo que vigie 24 horas as linhas de fronteiras do Brasil, com unidades móveis, unidades fixas e barreiras permanentes. A certeza é que as FFAA não conseguem manter efetivos 24 horas no policiamento efetivo e na vigilância das fronteiras, apenas executam o monitoramento e ações pontuais divulgadas antecipadamente pela mídia.

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