EDITORIAL
O Brasil enfrenta a sua guerra interna contra as drogas e a delinquência conspurcando até mesmo agentes da polícia, incluindo o Rio Grande do Sul, lamentavelmente. No Rio e em São Paulo, isso - também tristemente - virou algo não tão incomum, a mistura entre agentes da lei e marginais. É que sempre funciona a jamais revogada lei da oferta e da procura. Enquanto tiver quem pague aos que vendem tudo o que é tipo de veneno para os que querem se esquecer dos problemas da vida, por bem ou mal, haverá quem venda. Temos que educar, dar trabalho e colocar serviços públicos junto das pessoas, especialmente das mais necessitadas. Isso vale tanto para o Rio de Janeiro como para Porto Alegre e a Região Metropolitana. Enquanto isso é feito e demanda mais tempo, organização e preparação de efetivos, as fronteiras nacionais devem ser bem vigiadas. O Brasil, hoje, é acessado por traficante em todos os pontos cardeais. Há muitos rios, estradas e vias secundárias aonde não chegam as forças da lei nacionais. No entanto, temos agora o Plano Estratégico de Fronteiras.
Pois em um ano e cinco meses da Operação Ágata, uma vertente do Plano Estratégico de Fronteiras, foram apreendidas 350 toneladas de drogas, o que representa aumento de 329,5% em relação ao período de janeiro de 2010 a maio de 2011. O trabalho é coordenado, em linhas gerais, pelo vice-presidente da República. Ele ressaltou o aumento de investimentos e disse que os números de apreensão de drogas e armas foram impressionantes. “Essas operações são extraordinárias. Houve um crescimento bastante expressivo em matéria de segurança, não apenas de apreensões”, disse. Além das 350 toneladas de drogas, ocorreu a apreensão de 2.235 armas, 7.500 veículos e R$ 10,5 milhões de atividades ilícitas. O total de prisões foi de 20 mil pessoas.
São números impressionantes e provam que a criminalidade importa de tudo para praticar o seu nefasto negócio. Até 2014, o governo pretende formar mais 3 mil homens para a Polícia Federal e 4,5 mil para a Polícia Rodoviária Federal para atuarem nas fronteiras. No próximo ano, quando o Brasil sediará a Copa das Confederações, 20 mil homens devem participar de operações nas fronteiras. Apesar do empenho, ainda há falhas na política de defesa do País, pois temos 16 mil quilômetros de fronteiras. É realmente um grande desafio, mas está sendo superado com a integração de forças. São duas operações, a Sentinela e a Ágata. A primeira está funcionando desde o início de 2010, mas teve elevação de 100% do efetivo empregado. A Operação Ágata está sendo realizada de forma pontual e com duração determinada em locais definidos como áreas que necessitam de ações naquele momento. Há um Centro de Operações Conjuntas (COC) reunindo comandantes das forças que atuam nas operações Ágata e Sentinela para fazer o planejamento e acompanhamento das ações desenvolvidas. As fronteiras não podem servir para dar proteção ao crime, mas, sim, para combatê-lo. Armas, drogas e produtos não podem ter contrabando livre para o Brasil.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Este blog vem denunciando há muito tempo a falência das políticas de segurança nas fronteiras do Brasil. O monitoramento a PF e as FFAA já estão fazendo, mas é preciso muito mais. É imprescindível patrulhar de forma permanente as linhas de fronteiras e controlar os acessos com postos de fronteiras por uma corporação formada, treinada, capacitada, comprometida e especialmente dedicada a estas missões. E esta atividade só será eficaz com emprego de uma POLÍCIA NACIONAL DE FRONTEIRAS recebendo o apoio logístico e da inteligência da Polícia Federal e das FFAA. O monitoramento das fronteiras tem sido inoperante e o Plano Estratégico de Segurança é uma falácia, já que as ações são superficiais e sem a permanência e o comprometimento necessários aos resultados que a segurança precisa obter contra o crime organizado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário