segunda-feira, 1 de agosto de 2011

MULAS - A LEGIÃO QUE ENTRA PELA FLORESTA

Izabelle Torres E Edson Luiz . Enviados especiais - CORREIO BRAZILIENSE, 01/08/2011

Manaus, Rio Branco e Porto Velho — Os dados sobre a entrada de estrangeiros no Brasil incluem investigações policiais sobre a atuação de coiotes e agenciadores que ajudam migrantes com os vistos negados a entrar de forma clandestina no país. Nos últimos três anos, a entrada ilegal ocorreu principalmente pelos estados do Norte brasileiro e envolveu haitianos, indianos e chineses, além de bolivianos, peruanos e colombianos. Gente que aproveita a imensidão da Floresta Amazônica e paga para criminosos evitarem que eles tenham de se submeter aos processos legais e à fiscalização das fronteiras.

No Acre, a Polícia Federal investiga a atuação de taxistas que não apenas ajudavam estrangeiros a entrar no país de forma clandestina, como atuavam no comércio de passaportes. A depender do destino pretendido pelo estrangeiro, o documento é vendido por até US$ 3 mil. O comércio de passaportes fez com que a Polícia Federal reforçasse o posto que atende as cidades de Brasileia e Epitaciolândia, dois municípios localizados na fronteira com a Bolívia, onde estão dezenas de haitianos que chegaram ao estado, muitas vezes de forma clandestina. Boa parte dessas pessoas deixou o país caribenho após o devastador terremoto de janeiro de 2010.

No Amazonas, os policiais investigam a atuação de criminosos que teriam aliciado dezenas de haitianos prometendo trazê-los para o Brasil em troca do pagamento de US$ 2 mil. Em junho, a Polícia Federal prendeu Repert Julien, 28 anos, depois que ele foi citado pelos haitianos como o responsável por “vender o trajeto” até o Brasil e trabalhar para driblar a fiscalização na fronteira.

As investigações sobre a atuação de coiotes no estado envolvem até um padre, que trabalha na cidade de Tabatinga, a cerca de 500km de Manaus. Ele foi citado pelos haitianos como uma das pessoas que teriam colaborado no processo de entrada dos grupos. A polícia ainda não concluiu a apuração. “Quando os estrangeiros chegam aqui, são entrevistados e analisamos seus históricos de vida. Entramos em alerta quando as histórias são estranhas e envolvem gente que se propôs a ajudá-los na travessia”, explica o delegado Charles Gonçalves, da Polícia Federal.

A entrada ilegal de migrantes chineses, cujo destino é São Paulo e a Região Centro-Oeste do país, também tem deixado em alerta a Polícia Federal de Rondônia. Há dois anos, uma megaoperação desbaratou uma quadrilha de coiotes que, assim como no Acre, era formada por alguns taxistas que faziam o transporte dos estrangeiros até a capital paulista. A quadrilha também tinha entre seus integrantes alguns donos de pequenos hotéis ao longo da BR-364, que liga Porto Velho ao restante do Brasil. O esquema era chefiado por um chinês residente em São Paulo que acabou preso pela Polícia Federal em 2009.

Um comentário:

  1. me digam uma coisa
    trabalho com viagens de van e um chines me contratou para levar um grupo de chineses para a cidade de uruguaiana q faz fronteira com a argentina, mas eles ficaram lah
    e nenhum deles falavam portugues só o q entrou em contato comigo, ele nao foi , ele pagou tudo e mandou o pessoal para lah.
    mas achei estranho, o q eles iriam fazer lah ????? nao estavam com cara de que iam passear, fiquei desconfiado de algumja coisa mas levei assim mesmo, quando cheguei lah eles ficam na casa em uma vila perigosa e fui embora.

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