quinta-feira, 9 de junho de 2011

PLANO ESTRATÉGICO DE FRONTEIRAS - ABIGEATO É O ALVO NO RS

GUILHERME MAZUI, colaborou Luciane Kohlmann/RBS TV - zero hora 09/06/2011

Dentro do Plano Estratégico de Fronteiras, o Rio Grande do Sul deverá contar com pelo menos um Centro de Operações Conjuntas. Próxima ao Uruguai, Bagé é a cidade mais cotada pelo ministério da Justiça para receber a estrutura, em até dois meses.

Santana do Livramento, também vizinha dos uruguaios, e Uruguaiana, fronteira com a Argentina, são outros municípios cotados para receber o gabinete. O principal crime a ser combatido na fronteira gaúcha é o abigeato.

– Em muitos pontos da nossa fronteira seca os países estão separados por uma cerca. Algumas quadrilhas matam os animais, outras apenas derrubam a cerca e tropeam o gado para o país vizinho – relata o delegado Alessandro Lopes, da Polícia Federal (PF) de Santana do Livramento.

Além do tráfico de drogas, Lopes aponta as armas e munições como problemas. A legislação branda do Uruguai, em comparação ao Brasil, facilita a compra dos artefatos.

– Os fuzis chamam muita atenção, mas o que mais se compra no Uruguai são pistolas, fáceis de cruzar a fronteira no tráfico formiguinha – explica.

Prestes a deixar a superintendência da PF no Estado, o delegado Ildo Gasparetto aponta o contrabando de agrotóxicos como um crime que merece atenção. Com preços mais atrativos, agrotóxicos entram no Brasil sem certificações legais, um risco à saúde.

– São produtos altamente tóxicos, venenos que chegam às nossas mesas – aponta Gasparetto.

Os delegados acreditam que a troca de informações de inteligência entre órgãos de segurança e o aumento dos efetivos na faixa de fronteira terão resultados. Relator da CPI da Violência Urbana, o deputado federal Paulo Pimenta (PT) frisa a necessidade de uma fiscalização mais intensa no Rio Uruguai, com o uso de fuzileiros navais. Nas próximas semanas ele irá sugerir a medida ao coordenador do plano, o vice-presidente Michel Temer.

Pimenta defende bonificações aos agentes lotados em postos de fronteira, como prevê o plano.

– Em geral, quem é designado para trabalhar em fronteiras faz força para deixar a região. Sou a favor de que esse pessoal ganhe adicionais. O Estado precisa aumentar sua presença nessas regiões – afirma.

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