sábado, 26 de novembro de 2011

MAIS PROTEÇÃO ÀS MULHERES NO EXTERIOR


EDITORIAL CORREIO DO POVO/RS - 26/11/2011

O tráfico de mulheres é um dos crimes mais odiosos praticados por organizações criminosas no mundo e estima-se que movimente uma quantia superior a 32 bilhões de dólares por ano. Não obstante a colaboração entre diversos países integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), esse delito remanesce como um dos desafios para as nações civilizadas, que têm de se unir para erradicar essa ignomínia.

O governo brasileiro também tem seus nacionais atingidos por esses delitos, principalmente as mulheres, que são alvo de quadrilhas que aliciam brasileiras com promessas de melhorias e de ascensão profissional. Ao chegarem aos locais de destino, são surpreendidas com práticas insidiosas e acabam escravizadas por rufiões e reféns de criminosos, sendo obrigadas a prestar trabalhos forçados sob pretexto de pagar dívidas.

Para tentar combater essas condutas deletérias e inaceitáveis, o governo brasileiro está ampliando a abrangência do número 180, que agora também poderá ser discado do exterior. Por ele, as vítimas de tráfico de pessoas poderão se comunicar com órgãos oficiais e autoridades para denunciar casos de abusos próprios ou de terceiros. Essa iniciativa, a par da criação de um departamento encarregado de apurar esses casos dentro do Ministério das Relações Exteriores, poderá contribuir para que se possa montar operações de socorro para libertar quem esteja sob domínio de delinquentes em países como Itália, Portugal e Espanha, onde inicialmente vai funcionar o serviço. A ideia é estendê-lo gradativamente para que possa ser acessado de outros países.

Um país somente pode se dizer democrático quando sua população é protegida pelo aparato estatal e sua vontade se faz ouvir. Num mundo global, essa proteção, salvaguardada a soberania de nações amigas, deve ser estendida para cidadãos que estejam fora de seu território.

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