LIMITE VIGIADO. Áreas divisórias com o Paraguai e com a Bolívia são pontos de risco em questões de segurança - ZERO HORA 07/11/2011
As maiores preocupações do governo brasileiro na segurança de fronteiras são os limites com o Paraguai e a Bolívia, por onde entram os principais carregamentos de drogas e armas. A avaliação é do chefe de Inteligência Estratégica do Ministério da Defesa, general Francisco Carlos Modesto.
– Essas são as áreas prioritárias para ocupação e deslocamento de meios tecnológicos. Na fronteira com o Paraguai, temos cerca de 1,5 mil homens, e na fronteira com a Bolívia, o equivalente a isso. Temos que multiplicar esse poder de combate com meios tecnológicos como aviões, helicópteros, embarcações e viaturas – disse.
Para o general, os limites do país estarão melhor cuidados quando for implementado o Sistema de Monitoramento das Fronteiras, que está em fase de projeto final:
– Esse sistema vai permitir que possamos conseguir, com equipamentos, satélites e radares, monitorar a fronteira.
Atualmente, as Forças Armadas têm 25 mil homens só na Amazônia. Segundo o general, seriam necessários pelo menos 32 mil soldados para reforço na segurança de fronteira:
– Só que demanda tempo, com transferências e criação de unidades.
O deputado federal e delegado federal licenciado Fernando Francischini (PSDB-PR) também apontou as fronteiras com Paraguai e a Bolívia como os principais portões de entrada de armas e drogas, além de porta de saída para carros roubados.
– De 70% a 80% das drogas que entram no Brasil chegam por ali. O Paraguai, infelizmente, continua um território próspero de corrupção, e ali o narcotráfico domina. E a cocaína boliviana é a que inunda o nosso país, trocada por carros roubados que lá são regularizados – disse Francischini.
Para tentar um maior controle sobre essas fronteiras, o general Modesto defendeu o uso de Vants (veículos aéreos não tripulados).
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Colocar as fronteiras sob controle das Forças Armadas é uma decisão antidemocrática e uma estratégia de segurança pública inoperante. As Forças Armadas numa democracia devem agir em apoio a uma força policial. No caso das fronteiras, o Brasil precisa de uma POLÍCIA NACIONAL DE FRONTEIRAS para fazer o patrulhamento e monitoramento permanente das fronteiras e aí, então, receber o apoio das Forças Armadas na Floresta Amazônica (onde ocorre invasões de guerrilha de outros países), na orla marítima (a cargo da Marinha) e no espaço aéreo (incumbência da Aeronáutica). Num Estado dito democrático jamais as forças armadas agem com poder de decisão e comando em questões de segurança pública, e o crime nas fronteiras é questão de segurança pública. Chega de amadorismo e ações superficiais para a mídia publicar e a bandidagem aplaudir.
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