PF prende agentes da PF e um delegado por lavagem de dinheiro .
Operação Erupção desarticula organização integrada por policiais e
empresários suspeitos de contrabando e descaminho no Sul
Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo 06/07/2012
A
Polícia Federal desencadeou nesta sexta-feira, 6, em Guaíra (PR) e
imediações a Operação Erupção para desarticular organização criminosa
integrada por policiais federais e empresários suspeitos de facilitar o
contrabando e descaminho de mercadorias em área de fronteira.
Três
agentes e um delegado da PF estão presos sob suspeita de receberem
vantagens financeiras de contrabandistas para deixar de combater as
ações ilícitas por eles praticadas. Os federais serão enquadrados também
por crime de lavagem de dinheiro.
Operação Erupção cumpriu
quatro mandados de prisão preventiva e 16 ordens de busca e apreensão
expedidos pela Justiça Federal de Curitiba, nos municípios de Guaíra,
Londrina e Francisco Alves, todos no Estado do Paraná.
“A gente
não fica feliz, mas tem que ser feito”, disse o delegado José Alberto
Iegas, que comanda a PF em Foz do Iguaçu. “Faz parte do jogo.”
Iegas
explicou que as investigações tiveram início há um ano, quando surgiram
denúncia de enriquecimento ilícito de agentes federais. Com os recursos
recebidos de grupos criminosos, os federais ampliaram ostensivamente
seu patrimônio pessoal.
Os federais capturados têm muito tempo de serviço – um deles já tem tempo de aposentadoria.
A
PF revela que a lavagem de dinheiro ocorria de diversas maneiras –
parte dos investigados aplicava os recursos no mercado imobiliário com a
compra de imóveis na região de Guaíra e na construção de
empreendimentos. Outra parte investia em franquias no Paraguai. O outro
núcleo é suspeito de desvio de mercadorias que deveriam ser apreendidas
em ações da PF.
A PF constatou que os integrantes da organização
teriam movimentado cerca de R$ 3 milhões por meio da aquisição de
imóveis em nome de terceiros, contas laranja, além da montagem de
negócios no Paraguai para dificultar a identificação da origem ilícita
da verba.
A PF obteve autorização para o bloqueio de bens e valores de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao grupo criminoso.
Os
servidores públicos envolvidos responderão a processo administrativo,
com afastamento preliminar das funções, podendo acarretar em pena de
demissão.
Os crimes investigados são: lavagem de dinheiro,
corrupção, prevaricação, peculato, contrabando e descaminho, concussão e
abuso de autoridade.
Os presos permanecerão custodiados na Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná.
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