Este Blog destaca o cenário atual de descaso, descontrole e insegurança nas fronteiras do Brasil, produzido políticas governamentais superficiais, militarizadas, pontuais, omissas na competência federal e inoperantes na contenção dos crimes de contrabando, descaminho, abigeato e tráfico de pessoas, armas, munição, drogas, valores, arte, veículos e animais.
sábado, 31 de março de 2012
TRÁFICO NA FRONTEIRA ENVOLVIA FAMÍLIAS INTEIRAS EM 13 FACÇÕES
Negócio envolvia famílias inteiras - JOSÉ LUÍS COSTA, zero hora 31/03/2012
O surpreendente número de 77 presos suspeitos de tráfico em São Borja pode ser explicado por uma característica peculiar que o crime adotou na cidade. A venda de drogas envolve famílias inteiras.
– Desde o pai, a mãe, os filhos, até crianças estavam envolvidas com a venda de drogas – afirma o delegado Gerri Adriani Mendes, da 1ª Delegacia da Polícia Civil de São Borja, coordenador da operação.
Comerciantes, microempresários, agricultores, operários, desempregados e egressos das cadeias teriam se convertido em traficantes e estariam ligados a 13 grupos responsáveis pela venda de drogas nos cerca de 10 bairros de São Borja.
A cidade é conhecida como rota internacional do tráfico de armas e de drogas, por estar distante 140 quilômetros de Encarnacion, no Paraguai, e separada de Santo Tomé, na Argentina, pelo Rio Uruguai. Os bairros mais conflagrados seriam o do Passo e o Pirahy, atraindo clientes de cidades vizinhas.
Os nomes dos presos são mantidos em sigilo pela polícia sob alegação de que a investigação prossegue. Entre os pontos de vendas de crack, cocaína e maconha fechados pela polícia está uma revenda de carros usados. O dono foi preso, e a loja, lacrada com cerca de 15 veículos apreendidos em seu interior. Advogados são investigados e pelo menos um deles teve a casa revistada por ordem da Justiça.
O delegado Gerri Adriani evitou revelar detalhes da operação e das quantidades de cocaína, crack e maconha aprendidas durante os dois anos de investigação. Oriunda do Paraguai, a droga entrava na cidade por meio de barcos vindos da Argentina.
Câmeras e escutas flagraram tráfico
A corporação também foi econômica na revelação de outros detalhes da ofensiva. Os delegados evitaram falar, principalmente, sobre como reuniram provas contra os presos.
– Usamos modernas técnicas de investigação – limitou-se a dizer o delegado Gerri Adriani.
A estratégia é sigilosa, mas cada vez mais usual. As quadrilhas foram monitoradas por meio de escutas telefônicas e filmagens realizadas por meio de câmeras discretas. O expediente foi possibilitado com a ajuda de pessoas infiltradas pela polícia entre os traficantes. Mesmo sem precisar aprender drogas em poder dos suspeitos, a polícia obteve provas suficientes para convencer a Justiça a determinar os mandados de buscas e prisões.
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