Editorial CORREIO DO POVO, 05/05/2012
A decisão da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) de organizar um plano conjunto entre os países-membros a fim de combater o crime organizado internacional é muito importante para conter as ações de grupos que desafiam a democracia e o Estado de Direito nesta região do continente. O bloco é formado por Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Chile, Guiana e Suriname, além do Brasil. O Panamá e o México participam como observadores.
Para o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, o crime transnacional representa hoje a ameaça mais séria para a segurança e a estabilidade das nações. Ele denuncia que os delitos envolvem uma série de atividades ilegais, como tráfico de drogas, armas e de pessoas, todas perpetradas em áreas de diversos países, não respeitando limites geográficos e pondo em risco a integridade física dos seus habitantes.
Algumas questões foram especificamente citadas pelo ministro colombiano, como a exploração ilegal de minérios, a lavagem de dinheiro, os crimes cibernéticos e as ligações entre as quadrilhas. Para a secretária-geral da Unasul, Maria Emma Mejía, o momento é apropriado para criar uma zona de paz, com esforços coordenados. Ela acresceu a necessidade de enfrentar o que chamou de "cultura do ato lícito", fruto de uma permissividade por parte de alguns setores da sociedade. O Brasil teve como representante o ministro da Defesa, o chanceler Celso Amorim.
O crime organizado hoje tem ramificações em todos os países e somente uma forte reação unificada poderá impor-lhe uma derrota definitiva. Do contrário, ele continuará a desafiar as instituições e os poderes constituídos. É preciso asfixiá-lo e cortar suas fontes de financiamento. Nenhum país desta parte do continente pode abster-se de participar deste movimento de reação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário