sexta-feira, 9 de maio de 2014

PROMOTOR SE QUEIXOU À PRESIDENTE SOBRE T'RÁFICO NA FRONTEIRA DO RS

DIÁRIO GAÚCHO 08/05/2014 | 17h03

Promotor se queixou à Presidente Dilma sobre tráfico na fronteira do RS. Uruguaiana é o maior Porto Seco da América Latina



Ele reclama da falta de agentes na Ponte Internacional Uruguaiana
Foto: Rodrigo de Oliveira Vieira / Ministério Público de Uruguaiana


Humberto Trezzi



Excelentíssima Senhora Presidente da República... assim começa uma carta de desabafo sobre a fragilidade da segurança na fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Escrita por um promotor de Justiça de Uruguaiana, ela foi direcionada, sem escalas, à Presidenta Dilma Rousseff.

O promotor Rodrigo de Oliveira Vieira tomou a iniciativa por acreditar que só quem manda na União pode dar um jeito na complicada situação estratégica dos fronteiriços. Na carta, ele ressalta que Uruguaiana é o maior Porto Seco da América Latina, terceiro maior do mundo e que abriga de 700 a mil caminhões por dia. Além disso, faz fronteira com a Argentina e está a poucos quilômetros do Uruguai e algumas centenas do Paraguai. Vieira não economiza em alertas.

– Na cabeceira brasileira da Ponte Internacional Getúlio Vargas/Agustín Justo, o Estado brasileiro não se faz presente, sem qualquer agente público. A denominada "aduana integrada" funciona em território argentino. E nem lá há efetiva fiscalização e controle sobre a entrada de pessoas e automóveis em solo brasileiro, até porque nossos agentes sequer podem portar arma. Apenas observam a migração. O resultado, fácil de constatar, é que nossa fronteira fica absolutamente porosa e suscetível ao ingresso de drogas, armas de fogo e outros objetos de posse ilícita – acusa o promotor.

Vieira afirma, sem rodeios, que a maior parte das drogas ilícitas e armas apreendidas na região têm procedência estrangeira e ingressam no Brasil neste ponto fronteiriço, "em face da absoluta inexistência de controle nesta região da fronteira".

O objetivo do promotor é que a fiscalização deixe de ser num só ponto e volte a ser feita, com rigor, no lado brasileiro. Ele recebeu de delegados federais a promessa de incremento na fiscalização interna no Brasil. Até agora, a aduana continua apenas no lado argentino.

Como aumentou o trabalho nos três lados da fronteira, os policiais tratam de se entrosar com os castelhanos. Delegados da PF têm se reunido com colegas argentinos e uruguaios. A maior preocupação é que, após a liberação do plantio, apareça maconha vinda do Uruguai para o Rio Grande do Sul – algo que ainda não ocorreu em escala significativa.

*Zero Hora

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